Dependendo da temática, as 80 canções de
gesta francesas conhecidas podem ser agrupadas em grupos ou ciclos. Já em 1215,
um escritor de canções, Bertrand de Bar-sur-Aube, classificou-as
de acordo à temática em três grupos[2][3]; o Ciclo do
rei (dedicado a Carlos Magno e seus paladinos), o Ciclo de Doon de
Mayence (que coincide em grande parte com o que atualmente é chamado o Ciclo
dos barões rebeldes) e o Ciclo de Garin de Monglane (relacionado a
personagens relacionados ao conde Guilherme de Orange). Atualmente
reconhecem-se alguns outros ciclos, mas a classificação de Bertrand continua
sendo usada.
Guilherme I de Tolosa, também Guilherme
de Orange, Guilherme de Aquitânia ou Guilherme de Gellone (c. 755 - 28 de maio de 812 ou 28 de maio de 814) foi o segundo conde de Tolosa de
Guilherme nasceu
no norte da atual França e era primo do rei franco Carlos
Magno, uma vez que sua mãe, Auda, era provavelmente filha de Carlos
Martel. Seu pai foi Teodorico I, conde
de Autun. Guilherme passou a juventude na corte de Carlos Magno, e em 790
foi feito conde de Tolosa.
À frente do
condado, Guilherme enfrentou os vascões e os mouros que à época
dominavam a maior parte da Península Ibérica. Apesar de haver perdido uma
batalha em 793 junto ao rio Orbieu, perto de Narbona, sua
resistência fez com que os muçulmanos se retirassem de volta à Península
Ibérica. Na ofensiva que se seguiu, Guilherme conquistou uma marca de fronteira na Península, tomando Barcelona em
803. Seu filho Bera foi o primeiro conde de Barcelona.
Em 804,
Guilherme fundou um monastério em Gellone, atual Saint-Guilhem-le-Désert, que colocou sob o
controle de Bento de Aniane. Retirou-se a esse monastério em
806 e levou uma vida religiosa até sua morte em 28 de maio de 812 (ou 814). Foi
canonizado
em 1066 como São Guilherme.
A partir do séc. XII, Guilherme - sob o
nome de Guilherme de Orange - foi um personagem constante das canções
de gesta
francesas, nas quais aparece lutando contra os muçulmanos e defendendo a Cristandade. Apesar de muitos
episódios dos poemas estarem inspirados em fatos reais, estes são em sua
maioria derivados de lendas e da imaginação dos poetas medievais. Os vários
poemas ao redor dos feitos de Guilherme são agrupados pelos estudiosos num ciclo
literário
chamado Ciclo de Guilherme de Orange ou também Ciclo de Garin de
Monglane. Garin de Monglane é um antepassado lendário de Guilherme.
Ciclo de Guilherme d'Orange
Este ciclo de 24
canções desenvolve-se ao redor de Guilherme de Orange, conde
de Tolosa em tempos carolíngios, que lutou contra os muçulmanos e terminou
seus dias numa abadia como santo[6].
O ciclo também é chamado Ciclo de Garin de Monglane, nome de um
ancestral lendário de Guilherme[3].
· Canção de Guilherme (Chanson de Guillaume, c.
1140): é uma das poucas canções de gesta de antes de
· A Coroação de Luís (Couronnement de Louis,
1150-1170): a canção, como indica o título, desenvolve-se ao redor da coroação
de Luís
o Piedoso,
filho de Carlos Magno. Ao morrer o rei, o príncipe Luís tem apenas 15 anos e
vai à corte de Gulherme de Orange. Juntos vão em peregrinação a Roma, que
encontram cercada por sarracenos. Na batalha que se segue, Guilherme consegue
livrar a cidade dos invasores.
· Le Charroi de Nîmes (Comboio de Nimes,
1150-1170): Luís o Piedoso encarrega Guilherme de tomar a cidade de Nimes dos sarracenos.
Guilherme se disfarça de mercador e esconde suas tropas num comboio de carroças;
assim consegue entrar na cidade e tomá-la.
· Le Prise de Orange (A Tomada de Orange,
1150-1170): Guilherme decide tomar a cidade de Orange, governada por
Orable, uma bela rainha sarracena. O nobre franco consegue tomá-la e seduzir a
rainha, que é batizada - com o nome de Guibourc - e casa-se com Guilherme.
· Aliscans (fins séc. XIII)
· Girart de Vienne (Geraldo de Vienne, c.
1180): de Bertrand de Bar-sur-Aube.
· Enfances Guillaume (Juventude de Guilherme, séc.
XIII)
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