Teodoro
Estudita (em grego: Θεόδωρος ο Στουδίτης),
também chamado de Teodoro de Estúdio, foi um monge
bizantino e abade
do Mosteiro
de Estúdio
Vida
·
Família e infância
Teodoro nasceu
em Constantinopla
em 759,[2]
o primogênito de Fotino, um importante oficial de finanças na burocracia
palaciana da capital imperial,[nt 1],
e Teoctista, filha de uma distinta família constantinopolitana.[nt 2]
O irmão de Teoctista e tio de Teodoro, Platão, era também um oficial de alta
patente na burocracia financeira do palácio.[nt 3]
A família, portanto, controlava uma parte significativa, senão toda, a
administração financeira do império durante o reinado do imperador Constantino V Coprônimo (r. 741-775).[6]
Teodoro tinha dois jovens irmãos (José, que depois se tornou o arcebispo de Tessalônica,
e Eutímio) e uma irmã, cujo nome é desconhecido.[7].
Geralmente se
assume que a família de Teodoro pertencia ao partido iconódulo
durante o primeiro período do Iconoclasma.
Não há, porém, evidências que suportem este ponto de vista e as altas posições
mantidas pelos membros da família na burocracia imperial da época tornaria
qualquer apoio aos iconódulos altamente improvável. Além disso, quando Platão
deixou o cargo e se dedicou ao sacerdócio em 759, ele foi ordenado por um abade que, se não era um iconoclasta
ativo, pelo menos não ofereceu resistência às políticas iconoclastas de Constantino
V. A família como um todo era, muito provavelmente, indiferente à questão dos ícones durante
este período.[8]
De acordo com a
literatura hagiográfica posterior, Teodoro recebeu uma educação à altura
do status de sua família e, dos sete anos em diante, ele foi instruído por um
tutor particular, eventualmente se concentrando principalmente em teologia. Não
é claro, porém, que estas oportunidades estariam disponíveis mesmo para as
famílias mais ricas de Constantinopla no séc. VIII e, por isso, é provável que
Teodoro seja, ao menos em parte, um auto-didata.[9]
·
Primeiros anos da carreira monástica
Depois da morte
do imperador Leão IV, o Cazar, em 780, o tio de Teodoro,
Platão, que vivia como um monge no Mosteiro de Símbola, na Bitínia,
desde 759, visitou Constantinopla e persuadiu a família toda de sua irmã
Teoctista a também tomar os votos
monásticos. Teodoro, seu pai e seus irmãos viajaram para a Bitínia com
Platão em 781, onde eles começaram a transformar a propriedade da família numa
instituição religiosa, que se tornou conhecida como Mosteiro de Sacúdio. Platão
se tornou o abade da nova instituição e Teodoro era seu "braço
direito". Os dois modelaram as regras de acordo com a obra de Basílio de Cesareia.[10]
Durante o
período da regência da imperatriz Irene,
o abade Platão reapareceu como um aliado do patriarca Tarásio e como um membro do partido
iconódulo do patriarca no Segundo Concílio de Niceia, onde a veneração dos
ícones foi declarada ortodoxa. Logo depois, o próprio Tarásio
ordenou Teodoro um padre. Em 794, Teodoro se tornou o abade de Sacúdio, quando
seu tio se retirou da operação diária do mosteiro e se dedicou ao silêncio.[11]
·
Conflito com Constantino VI
Também em 794, o
imperador Constantino VI decidiu se separar de sua primeira
esposa, Maria de Âmnia, para se casar com Teódota,
uma das cubiculárias (dama
de companhia) de Maria e prima de Teodoro Estudita.[nt 4]
Ainda que o patriarca possa ter inicialmente resistido ao movimento, pois o
divórcio sem prova de adultério por parte da esposa poderia ser considerado como
ilegal, ele no final acabou cedendo. O casamento entre Constantino e Teódota
foi celebrado em 795, não pelo patriarca como seria de se esperar, mas por um
tal José, um padre de Santa Sofia.[13]
Uma sequência de
eventos algo obscura se seguiu (a chamada "controvérsia moequiana",
do em grego: μοιχός - moichos,
"adúltero"), na qual Teodoro iniciou um protesto contra o casamento a
partir do Mosteiro de Sacúdio e parece ter exigido a excomunhão
não apenas do padre José, mas também de todos os receberam a comunhão dele,
algo que, por José ser um padre da igreja imperial, implicitamente levava à
excomunhão do imperador e sua corte.[14]
Esta exigência não tinha nenhum valor oficial, porém, e Constantino parece ter
tentando se reconciliar com Teodoro e Platão (que agora eram parentes por causa
do casamento), convidando-os a visitá-lo durante um passeio nos banhos
imperiais em Prusa,
na Bitínia.
Nenhum deles, no entanto, compareceu ao evento.[15]
Como resultado,
tropas imperiais foram enviadas para Sacúdio e a comunidade foi dispersada.
Teodoro foi açoitado e, juntamente com dez outros monges, banido para
a Tessalônica,
enquanto que Platão foi preso na capital.[16]
Os monges chegaram no seu novo destino em março de 797, mas não ficariam por
muito tempo. Em agosto do mesmo ano, Constantino VI foi derrubado e cegado, e sua mãe, a nova
imperatriz Irene, reverteu o exílio.[17]
·
Abade dos Estuditas
Após a ascensão
de Irene, o padre José foi expulso e Teodoro foi recebido no palácio imperial.[18]
Os monges retornaram para o Mosteiro de Sacúdio, mas foram forçados de volta
para a capital entre 797 e 798 por causa de uma invasão árabe na
Bitínia. Nesta época, Irene ofereceu a Teodoro a liderança do antigo Mosteiro de Estúdio em Constantinopla,
que ele prontamente aceitou.[19]
Teodoro então iniciou um programa de construção de diversas oficinas no
mosteiro para garantir sua independência, construindo também uma biblioteca e
um scriptorium,
além de restaurar e redecorar a igreja. Ele compôs uma série de poemas sobre os
deveres dos vários membros da comunidade, que provavelmente estavam inscritos e
expostos por todo o mosteiro.[20][nt 5]
Ele também compôs a regra para governar o mosteiro[21]
e transformou a comunidade de Estúdio num centro de uma extensa rede de
mosteiros dependentes, incluindo Sacúdio. Ele mantinha contato com estes outros
mosteiros sobretudo através de sua prodigiosa produção literária (cartas e catecismos),
que chegaram ao auge neste período, e pelo desenvolvimento de um sistema de
mensageiros que era tão elaborado que parecia um serviço postal privado.[22]
A este período
também podem ser atribuídos os epigramas iconófilos, acrósticos
iâmbicos,
compostos por Teodoro para substituírem os "epigramas iconoclastas"
que estavam previamente expostos no Portão
Chalke do Grande Palácio de Constantinopla.
Já foi sugerido que eles teriam sido encomendados por Irene como outro sinal de
suas boas graças para com Teodoro, embora uma comissão sob Miguel
I também possa ter sido o patrono. De toda forma, eles foram removidos em
815 por Leão V, o Armênio, e novamente substituídos por
versos iconoclastas.[23]
Em 806, o
patriarca Tarásio morreu e o imperador Nicéforo I, o Logóteta começou a buscar um
substituto.[24]
Parece provável que Platão tenha colocado o nome de Teodoro como uma possibilidade,[25]
mas Nicéforo I (não o imperador), um leigo
com o estatuto de asecreta na burocracia imperial, foi o escolhido.[26]
Esta escolha provocou imediatos protestos por parte dos "estuditas"
(monges de Estúdio) e, principalmente, de Teodoro e Platão, que eram contra a
elevação de um leigo ao trono patriarcal. Ambos foram presos por 24 dias por
ordem do imperador Nicéforo.[27]
·
Conflito com Nicéforo
O imperador
Nicéforo logo pediu ao seu novo patriarca que reabilitasse o padre José, que oficiara
o casamento de Constantino e Teódota, possivelmente pela intervenção de José na
resolução pacífica na revolta de Bardanes,
o Turco. Em 806, o patriarca Nicéforo reuniu um sínodo para
julgar o caso e Teodoro estava presente. O grupo decidiu readmitir José como
sacerdote, uma decisão que Teodoro não objetou na época.[28]
Portanto, as
relações entre o abade estudita e o patriarca parecem ter sido inicialmente
pacíficas, uma percepção reforçada pela escolha, em 806-807, do irmão de Teodoro,
José, como arcebispo
de Tessalônica.[29]
Contudo, logo após a sua ordenação em 808, Teodoro começou a expressar
publicamente a sua indisposição de se associar com o reabilitado padre José e
com todos os que também se associavam com ele, pois ele considerava a sua
reabilitação não canônica. Como na primeira disputa sobre o
padre José, esta recusa implicitamente implicava na recusa de Teodoro de se
envolver com o imperador e com o patriarca de Constantinopla.[30]
No início de
808, Teodoro se ofereceu, numa série de cartas, para explicar o seu ponto de
vista para o imperador e, se fosse o caso, para realizar a habitual prosquínese
aos seus pés, o que Nicéforo recusou, preferindo partir para as campanhas
militares do verão.[31]
No inverno do mesmo ano, o irmão de Teodoro, José de Tessalônica, o visitou em
Constantinopla, mas se recusou a comparecer à missa
de Natal
Em 811, o novo
imperador Miguel I chamou de volta os estuditas. O padre
José foi novamente expulso e Teodoro se reconciliou, pelo menos superficialmente,
com o patriarca Nicéforo.[36]
Teodoro manteve uma intensiva atividade literária no exílio, escrevendo
diversas cartas para vários correspondentes, incluindo seu irmão, vários monges
estuditas, membros influentes da família e até mesmo para o papa
Leão III. Ele também continuou a compor os catecismos para a congregação
estudita e numerosos poemas.[37]
·
Reabilitação sob Miguel I
Há, porém,
indicações de que uma certa rivalidade entre os dois persistiu. Em 812, Miguel
I resolveu perseguir alguns heréticos na Frígia e na Licaônia,
os paulicianos
e os atínganos (athinganoi), por vezes identificados com os Rom
(ciganos). Teodoro e Nicéforo foram convocados pelo imperador para debater
a legalidade de se punir a heresia com a morte, com Teodoro argumentando contra
e Nicéforo, a favor. Teodoro venceu.[38]
Outra situação
de atrito estava relacionada com o tratado de paz proposto pelo cã Crum da Bulgária, também em 812, pelo qual os
estados bizantinos e búlgaros iriam trocar refugiados. É provável que o cã
estivesse atrás de certos búlgaros que o tinham traído para os bizantinos.
Desta vez, Teodoro argumentou contra a troca, pois ela iria requerer que
cristãos fossem abandonados aos bárbaros,
enquanto que Nicéforo implorou ao imperador para que aceitasse o tratado. Uma
vez mais a opinião de Teodoro prevaleceu, embora desta vez com consequências
mais sérias. Crum atacou e tomou Mesembria em
novembro do mesmo ano.[39]
No ano seguinte, Miguel liderou uma campanha contra os invasores que terminou
em derrota e, como resultado, ele abdicou do trono em julho, abrindo caminho
para Leão V, o Armênio ser coroado imperador.[40]
Em 4 de abril de
814, o tio de Teodoro, Platão, morreu no Mosteiro de Estúdio após uma longa
doença. Teodoro compôs uma extensa oração funerária, conhecida como Laudatio
Platonis, que é até hoje uma das mais importantes fontes históricas sobre a
família deles.[41]
·
O segundo Iconoclasma
Bem no início de
seu reinado, Leão V enfrentou uma nova ofensiva búlgara que chegou até as muralhas de Constantinopla e arrasou com
grande parte da Trácia. Ela terminou com a morte de Crum em 13 de abril de 814
e com os conflitos internos que se seguiram.[42]
Porém, como os trinta anos que se seguiram à aprovação da veneração aos
ícones no Segundo Concílio de Niceia em 787 foram,
para os bizantinos, nada mais do que uma sequência de catástrofes militares,
Leão resolveu então buscar inspiração nas políticas de maior sucesso da Dinastia
isaura. Ele renomeou seu filho Constantino, traçando um paralelo com Leão III, o Isauro e Constantino V Coprônimo, e começou, em
Leão se manteve
firme no seu plano para reviver o Iconoclasma e, em março de 815, o patriarca
Nicéforo I foi deposto e exilado na Bitínia.
Neste ponto, Teodoro permaneceu em Constantinopla e assumiu um papel de liderança
na oposição aos iconoclastas. Em 25 de março, Domingo
de Ramos, ele comandou seus monges a irem numa procissão
através do vinhedo do mosteiro, levando os ícones sobre as cabeças para que os
vizinhos pudessem vê-los sobre o muro. Esta provocação só fez provocar nova retaliação
do imperador.[44]
Um novo
patriarca, Teódoto I, foi selecionado e, em abril,
um sínodo se reuniu em Santa Sofia,
no qual a iconoclastia foi reintroduzida como um dogma. Teodoro
escreveu uma série de cartas nas quais ele convocou "todos, de perto e
de longe" a se revoltarem contra a decisão deste sínodo. Não demorou
muito para que ele fosse exilado, por ordem do imperador, para Metopa, uma
fortaleza na margem oriental do Lago Apolônia, na Bitínia.[45]
Logo em seguida, Leão mandou remover os poemas de Teodoro do Portão
Calce e os substituiu com um novo conjunto de epigramas
iconoclastas.[46]
Com Teodoro no
exílio, a liderança dos estuditas foi assumida pelo abade Leôncio, que, por um
tempo, adotou a posição iconoclasta e convenceu inúmeros monges a se juntarem a
ele.[47]
Eventualmente, ele se arrependeu e voltou às fileiras iconódulas.[48]
A situação dos estuditas refletia uma tendência geral, com vários bispos e
abades num primeiro momento tentando chegar num acordo de compromisso com os
iconoclastas,[49]
mas, entre 816 e 819, renunciando esta posição, algo que pode ter algo a ver
com o martírio
do monge estudita Tadaio.[50]
Foi durante esta retomada do sentimento iconódulo que Teodoro começou a
escrever a sua própria polêmica contra os iconoclastas, a Refutatio, se
concentrando particularmente em refutar os argumentos e em criticar os méritos
literários dos novos epigramas iconoclastas colocados no Chalke por Leão V.[51]
Teodoro teve uma
ampla influência durante o primeiro ano de seu exílio, primeiramente por causa
de sua maciça campanha de correspondência. Por conta dela, ele foi transferido
em 816 para Boneta, uma fortaleza no ainda mais remoto Tema
Anatólico, de onde ele ainda assim conseguiu se manter a par dos
acontecimentos na capital e manteve a sua correspondência normal. Esta
atividade contínua levou o imperador a ordenar que ele fosse novamente açoitado,
algo que, porém, seus captores se recusaram a fazer.[52]
Em 817, Teodoro escreveu duas cartas para o papa
Pascoal I, que foram co-assinadas por diversos abades iconófilos, na
primeira pedindo que ele convocasse um sínodo contra a iconoclastia. Outras
cartas para o patriarca de Alexandria Cristóvão I e para o Patriarca Ortodoxo de Jerusalém,
entre outros clérigos "estrangeiros", se seguiram.[53]
O imperador ordenou outra vez que Teodoro fosse açoitado e, desta vez, seu
comando foi obedecido, resultando numa séria deterioração da saúde do exilado
monge.[54]
Após a sua recuperação, Teodoro foi novamente transferido, desta vez para Esmirna. No
início de 821, porém, Leão V foi horrivelmente assassinado no altar da Igreja
de Santo Estevão, no palácio imperial. Teodoro foi
libertado logo em seguida.[55]
·
Anos finais
Após a sua
libertação, Teodoro retornou para Constantinopla, viajando através da região
noroeste Anatólia
e se encontrando com diversos monges e abades no caminho. Na época, parece que
ele acreditava que o novo imperador, Miguel II, o Amoriano, iria adotar uma
política pró-ícones e expressou esta esperança em duas cartas para ele.[56]
Uma audiência imperial foi então combinada para um grupo de clérigos
iconódulos, incluindo Teodoro, na qual, porém, Miguel expressou sua intenção de
"deixar a igreja como ele a encontrou". Os abades receberam a
permissão de venerar as imagens se quisessem, desde que permanecessem fora de
Constantinopla. Teodoro retornou para a Anatólia no que parece ser um exílio
auto-imposto.[57]
As atividades de
Teodoro nestes anos finais são difíceis de rastrear. Ele continuou a escrever
diversas cartas apoiando o uso de ícones e parece ter continuado a ser um
importante líder da oposição ao iconoclasma
imperial.[58]
Ele estava presente no encontro de "mais de cem" clérigos iconódulos
em 823-24, que terminou numa discussão entre os estuditas e o anfitrião, um tal
Joânico, o que parece demonstrar divisões internas no movimento pró-ícones.[59]
Teodoro também discursou contra o segundo casamento de Miguel II com a freira Eufrosina, uma filha de Constantino
VI, ainda que de forma branda, sem a mesma paixão - e sem o mesmo efeito -
da antiga "controvérsia moequiana" de seus primeiros anos.[60]
Os anos de
exílio de Teodoro, o hábito de jejuar e seus esforços excepcionais acabaram por debilitar seu
corpo e, em 826, ele ficou novamente muito doente.[61]
Neste ano, ele ditou seu Testamento, uma forma de guia espiritual para
os futuros abades do Mosteiro de Estúdio, para o seu discípulo
Naucrácio.[62]
Ele morreu em 11 de novembro do mesmo ano, celebrando a missa, aparentemente no
Mosteiro de São Trifão, no Cabo Ácritas, na Bitínia. Dezoito anos depois seus
restos mortais, juntamente com os de seu irmão José de Tessalônica, foram
trazidos de volta para o Mosteiro de Estúdio e enterrados ao lado dos de seu
tio Platão.[63]
Legado
O renascimento
do Mosteiro de Estúdio pelas mãos de Teodoro teve
uma enorme influência na história posterior do monasticismo bizantino.
Seu discípulo, Naucrácio, retomou o controle do mosteiro após o final do
Iconoclasma em 842 e pelo resto do séc. IX, os abades estuditas continuaram a
tradição de Teodoro de se opor à autoridade imperial e patriarcal sempre que
necessário.[64]
Elementos do Testamento de Teodoro foram incorporados, verbatim,
nas tipica (singular: tipicon) de alguns dos primeiros
mosteiros em Monte Atos.[65]
Os mais importantes elementos de sua reforma foram a ênfase na vida cenobita
(comunal), o trabalho manual e uma detalhada hierarquia administrativa.[66]
Teodoro também
reformou o Mosteiro de Estúdio para que ele se tornasse um importante centro
acadêmico, em particular por causa de sua biblioteca e o scriptorium,
colocando-os num patamar muito acima em comparação com outras instituições
religiosas bizantinas da época,[67]
Teodoro pessoalmente foi uma figura importante no renascimento de formas
literárias clássicas em Bizâncio, em particular do verso
iâmbico, e suas críticas aos epigramas iconoclastas firmaram a conexão
entre sua habilidade literária e sua fé ortodoxa.[68]
Após a sua
morte, o Mosteiro de Estúdio continuou a ser um centro vital da hinografia
e da hagiografia
bizantinas, além da cópia de manuscritos.[67]
Após o "Triunfo da Ortodoxia" (a reintrodução dos
ícones) em 843, Teodoro se tornou um dos grandes heróis da oposição aos
iconoclastas. Não existia ainda um processo forma de canonização
em Bizâncio, mas Teodoro logo foi reconhecido como santo. No ocidente
latino, uma tradição surgiu pela qual Teodoro teria reconhecido a primazia
papal por conta de suas cartas ao papa
Pascoal I e ele foi formalmente canonizado pela Igreja Católica, uma honra que nenhum outro
iconófilo bizantino recebeu. Sua festa é comemorada em 12 de novembro.[nt 6]
Obras
Teodoro foi um autor imensamente
prolífico e, entre as suas mais importantes obras, estão:
· Cartas, que
apresentam muitos detalhes pessoais de Teodoro, além de iluminarem a situação
sobre diversas situações históricas. Edição com sumários em alemão por Georgios Fatouros,
Theodori Studitae Epistulae (=CFHB 31) (Berlim, 1992) [dois volumes]. ISBN 3110088088.
· Poemas, que
representam um importante estágio do renascimento do verso clássico
· Catequeses, duas coleções de
discursos para os seus monges sobre vários assuntos relacionados à vida
espiritual. A primeira coleção (a magna), ed. A. Papadopulos-Kerameus, Theodori
Studitae Magna Catachesis (São Petersburgo, 1904); a segunda (a parva),
ed. E. Auvray, S.P.N. et Confessoris Theodori Studitis Praepositi Parva
Catachesis (Paris, 1891), tradução para o francês por Anne-Marie
Mohr, Petites catéchèses (=Les Pères dans la foi 52) (Paris,
1993).
· Oração funerária
para a sua mãe. Ed. e tr. St. Efthymiadis e J.
M. Featherstone, "Establishing a holy lineage: Theodore the Stoudite's
funerary catechism for his mother (BHG 2422)," in M. Grünbart, ed., Theatron:
rhetorische Kultur in Spätantike und Mittelalter (=Millennium-Studien 13) (
· Oração funerária
de seu tio Platão (Theodori Studitae Oratio funebris in Platonem ejus patrem
spiritualem, in Migne, Patrologia Graeca
(PG)
99, pp. 803-850).
· Discursos
polêmicos sobre a questão da veneração das imagens, principalmente Theodori
praepositi Studitarum Antirrhetici adversus Iconomachos, PG 99,
327B-436A e Theodori Studitae Refutatio et subversio impiorum poematum
Ioannis, Ignatii, Sergii, et Stephani, recentium christomachorum. Cf. a seleção traduzida por Catherine Roth, On the
holy icons (Crestwood, 1981). ISBN 0913836761.
· Testamento,
ditado para o seu discípulo Naucrácio no final de sua vida: PG 99,
1813-24. Tradução para o inglês por Timothy
Miller, in J. Thomas e A. C. Hero, eds., Byzantine monastic foundation
documents (=Dumbarton Oaks Studies 35) (Washington, 2000), I.67-83. ISBN 0884022323; Disponível online.
· Sermão sobre o Apóstolo
Bartolomeu,
ed. com tradução italiana por Giorgio di
Maria in V. Giustolisi, ed., Tre laudationes bizantine in onore di San
Bartolomeo apostolo (Palermo, 2004).
Notas
1. ele é descrito como
"administrador da verba imperial" (tamieias tōn basilikōn phorōn),
uma posição que parece ter sido equivalente à de sacelário imperial (basilikos
sakellarios). Ele era, portanto, um oficial de alta patente, com acesso ao
próprio imperador.[3]
2. Teodoro enfatiza a alta
posição dos pais de Teoctista, Sérgio e Eufêmia, que morreram na epidemia de peste de 747-48.[4]
3. Ele era um zigóstata (zygostates),
posição para a qual tinha sido treinado por seu tio.[5]
4. Ela era filha de Ana, uma
irmã da mãe de Teodoro, Teoctista.[12]
5. Para os poemas, Speck 1984, Jamben, pp.
114-174 (Epigramas 3-29)
6. A verdade é que Teodoro
claramente acreditava na Pentarquia.[69]
Referências
1. Browne 1933, p. 76.
2. Chisholm 1911, p. 769.
3. ao 61. Pratsch 1998
62. Thomas 2000, I.68.
63. Pratsch 1998, p. 288-291.
64. Thomas 2000, p. 68-69.
65. Thomas 2000, I.72; I.84.
66. Thomas 2000, I.85-87.
67. Pratsch 1998, p. 306.
68. Speck 1984, p. 194 (com nota 18),
203.
69. Pratsch 1998, p. 311-313.
Bibliografia
· Browne, Laurence Edward (1933). The Eclipse of Christianity in Asia: From the time of Muhammad till the
Fourteenth Century. Cambridge,
United Kingdom: Cambridge University Press
· Chisholm, Hugh (1911). The Encyclopedia Britannica: A Dictionary of Arts, Sciences, Literature
and General Information, Volume 26. [S.l.]: The Encyclopedia Britannica Co
· Hatlie, Peter (1996). «The
Politics of Salvation: Theodore of Stoudios on Martyrdom (Martyrion) and
Speaking Out (Parrhesia)». Washington, District of Columbia: Dumbarton Oaks. Dumbarton
Oaks Papers. 50: 263-287
· Pratsch, Thomas (1998). Theodoros Studites (759-826) — zwischen Dogma und Pragma: der Abt des
Studiosklosters in Konstantinopel im Spannungsfeld von Patriarch, Kaiser und
eigenem Anspruch. Bern,
Switzerland: Peter Lang
· Speck, Paul (1984). «Ikonoklasmus und die Anfänge der makedonischen Renaissance». Bonn, Germany: Dr. Rudolf Habelt
GMBH. Varia 1 (Poikila Byzantina). 4: 175-210. ISBN 3774921504
·
Thomas, J.; Hero, Angela Constantinides;
Constable, Giles (2000). Byzantine Monastic Foundation Documents: A Complete Translation of the
Surviving Founders' Typika and Testaments, Volume 1.
Ver também
Ligações externas
· Este artigo foi
inicialmente traduzido do artigo da Wikipédia em inglês, cujo título é «Theodore the Studite», especificamente desta versão.
· "St. Theodore of
Studium"
na edição de 1913 da Enciclopédia
Católica
(em inglês). Em domínio
público.
·
Archimandrite Ephrem. «Selected works of Theodore» (em inglês). UK Online.
· Theodorus Studita. Migne, ed. Patrologia Graeca . Opera Omnia (em grego).
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