Marco Polo
(pronúncia italiana: [ˈmarko ˈpɔːlo]; c. 1254 - 8 ou
9 de
janeiro de 1324)[1]
foi um mercador,
embaixador
e explorador veneziano[2][3][4][5]
cujas aventuras estão registradas
Aprendeu as
negociações mercantis com seu pai e seu tio paterno, Niccolò e Matteo Polo, que também viajaram
através da Ásia e conheceram Kublai Khan. Em 1269, Niccolò e Matteo Polo retornaram
a Veneza, onde
conheceram Marco, embarcando os três em uma grande jornada até a Ásia, e
retornando a Veneza após 24 anos, onde se depararam com as guerras veneziano-genovesas. Marco foi
preso e acabou ditando suas histórias para um companheiro de cela. Foi
libertado em 1299, tornando-se um rico mercador. Casou-se com Donata Badoèr, de
quem teve três filhas. Morreu em 1324, sendo enterrado na Igreja de San Lorenzo, em Veneza.
Embora Marco
Polo não tenha sido o primeiro europeu a chegar à China, foi o primeiro a
descrever detalhadamente suas experiências. Seu livro inspirou Cristóvão Colombo[6]
e muitos outros viajantes. Existem várias produções literárias baseadas nos
escritos de Marco Polo; também influenciou a cartografia europeia, sendo o
ponto de partida de inspiração do mapa-múndi de Fra Mauro.
Vida
· Origens familiares
Marco Polo
nasceu em 1254,[nota
1][7]
na República de Veneza.[8]
A data e localização exatas são desconhecidas.[9][10]
Alguns historiadores mencionam que nasceu em 15 de setembro,[11]
mas tal hipótese não é apoiada pela maioria dos acadêmicos. Veneza é
geralmente considerada o local de nascimento de Marco Polo,[10][12]
mas outras hipóteses sugerem Constantinopla[13][10]
e a ilha de Korčula.[14][10][15][16]
Existe uma disputa se a família de Marco era de origem veneziana, já que fontes
históricas venezianas supostamente os apontariam como originários da Dalmácia.[7][10]
[17][18]
No entanto, até mesmo acadêmicos croatas consideram isto uma invenção.[19]
· Primeiros anos e viagem para a Ásia
Ver também: Niccolò
e Maffeo Polo
Em 1168, seu
tio-avô, igualmente chamado Marco Polo, arrendou e comandou um navio em
Constantinopla.[20][21]
Seu avô, Andrea Polo, da paróquia de San Felice, teve três filhos: Maffeo,
outro Marco, e Niccolò, o pai do famoso viajante.[20]
Esta genealogia, descrita por Ramusio, não é universalmente aceita e não
existem evidências adicionais que a comprovem.[22][23]
Seu pai, Niccolò
Polo, mercador, fez fortuna negociando com o Próximo Oriente, conquistando grande prestígio.[24][25]
Niccolò e seu irmão Maffeo zarparam em uma viagem de negócios antes do
nascimento de Marco.[7][25]
Em 1260, residindo em Constantinopla, à época capital do Império
Latino, prevendo uma reviravolta política, os dois liquidaram seus ativos
em jóias e se mudaram.[24]
De acordo com as As Viagens, se aventuraram no extremo oriente asiático,
onde conheceram Kublai Khan, líder mongol e fundador da Dinastia
Yuan.[26]
A sua decisão de se mudar de Constantinopla veio a se mostrar correta. Em 1261,
Miguel VIII Paleólogo, líder do Império de Niceia, conquistou Constantinopla,
queimando de imediato o quartel general veneziano e restabelecendo o Império Romano do Oriente. Os cidadãos
venezianos que foram capturados acabaram cegados,[27]
enquanto muitos que conseguiram escapar acabaram morrendo nos navios superlotados
que fugiam para outras colônias venezianas no Mar Egeu.
Pouco se sabe
sobre a infância de Marco Polo até a idade de quinze anos, exceto que
provavelmente teria passado parte da sua infância em Veneza.[28][29][21]
Ao morrer sua mãe, Marco acabou sendo adotado por sua tia e tio.[25]
Recebeu uma educação privilegiada, aprendendo técnicas mercantis, incluindo
conhecimentos sobre moedas estrangeiras e funcionamento dos navios,[25]
mas aprendendo quase nada, ou nada, de latim.[24]
Seu pai mais tarde se casaria com Floradise Polo.[23]
Em 1269, Niccolò
e Maffeo retornaram a suas famílias em Veneza, se encontrando com o jovem Marco
pela primeira vez.[28]
Em 1271, durante o reinado do Doge
Lorenzo Tiepolo, Marco Polo,
então com dezessete anos de idade, juntamente com seu pai e tio zarparam para a
Ásia em uma série de aventuras que Marco posteriormente viria a descrever em
seu livro.[30]
Retornaram a Veneza em 1295, com muitas riquezas e tesouros, tendo viajado
quase
· Cativeiro genovês e últimos anos
Ver: Igreja de San Lorenzo na sestiere de Castello (Veneza), onde Polo foi
enterrado. A foto mostra a igreja atualmente, após a reforma de 1592.
Marco Polo
retornou a Veneza em 1295, trazendo consigo uma fortuna sob a forma de gemas. Naquela época, Veneza encontrava-se em
guerra com a República de Gênova.[31]
Marco equipou uma galé
com trabucos,
com o fim dese juntar à guerra.[32]
Terá sido
capturado pelos genoveses provavelmente em 1296, em uma escaramuça perto da
costa da Anatólia,
entre Adana e o Golfo de İskenderun.[33]
A alegação de que a captura teria ocorrido durante a Batalha de Curzola, em
setembro de 1269, perto da costa da Dalmácia,[34]
provém de tradição tradição tardia, do séc. XVI, registrada por Giovan Battista Ramusio.[35][36]
Passou vários meses na prisão, ditando detalhes sobre a sua viagem para um
companheiro de cela, Rusticiano de Pisa,[25]
o qual também acrescentou histórias de suas viagens além de anedotas coletadas
de outros relatos e de notícias de sua época sobre a China. O livro rapidamente
se espalhou pela Europa como manuscrito, tornando-se conhecido como As Viagens de Marco Polo. Ao
retratar as jornadas de Marco pela Ásia, fornecia aos europeus o primeiro relato
detalhado sobre o Extremo Oriente, incluindo a China, a Índia e o Japão.[37]
Marco Polo foi
libertado do cativeiro em agosto de 1299,[25]
retornando a Veneza, onde seu pai e tio tinham comprado um pallazo
em uma região chamada contrada San Giovanni Crisostomo (Corte del Milion).[38]
Em suas aventuras, a família Polo provavelmente terá investido em fundos de
negócios, e até mesmo em gemas que trouxeram do Oriente.[38]
o grupo continuou suas atividades, e Marco rapidamente se tornou um mercador
rico. Embora Polo e seu tio Maffeo tenham financiado outras expedições,
provavelmente nunca mais teriam deixado a província veneziana, não retornado
mais à Rota
da Seda nem à Ásia.[39]
Seu pai Niccolò morreu cerca de 1300,[39]
e no mesmo ano Marco se casou com Donata Badoèr, filha de Vitale Badoèr, um
mercador.[40]
Tiveram três filhas: Fantina, que casou com Marco Bragadin, Bellela, que casou
com Bertuccio Querini, e Moreta.[41][42]
Em 1305, Polo é
mencionado em documento veneziano entre governantes locais, cobrando o pagamento
de impostos.[23]
A relação do famoso explorador com um certo Marco Polo, citado em 1300 em
rebeliões contra o governo aristocrático
local, escapando da pena de morte, assim como de rebeliões em 1310
lideradas por Bajamonte Tiepolo e Marco Querini, onde entre os rebeldes se
encontravam Jacobello e Francesco Polo, pertencentes a outro ramo da família
Polo, é incerta.[23]
Em 1337, Marco Polo é novamente claramente citado no testamento de Maffeo,
redigido entre 1309 e 1310, assim como em um documento de 1319, indicando que
se tinha tornado dono de algumas propriedades de seu falecido pai, e em 1321,
quando comprou parte das propriedades da família de sua esposa Donata.[23]
· Morte
Em 1323, Marco
adoeceu, ficando confinado à cama.[43]
Em 8 de janeiro de 1324, apesar dos esforços dos médicos, Marco encontrava-se
em seu leito de morte.[44]
Para registrar e certificar sua vontade, sua família requisitou a vinda de
Giovanni Giustiniani, um padre de San Procolo. Sua esposa Donata, tal
como suas três filhas, também foram chamadas para certificar seu testamento.[44]
A Igreja tinha direito por lei a parte de suas propriedades; Marco aprovou
isso, ordenando que a maior parte fosse paga para o convento de San Lorenzo, lugar onde
desejava ser enterrado.[44]
Também libertou Pedro, seu escravo tártaro, que o havia acompanhado pela Ásia,[45]
concedendo-lhe 100 denários venezianos.[46]
Dividiu o resto
de suas posses, incluindo várias propriedades, entre indivíduos, instituições
religiosas, e cada guilda e irmandade a que tinha pertencido.[44]
Também quitou várias dívidas, incluindo 300 liras que devia a sua cunhada, e
outras tantas ao convento de San Giovanni
Grisostomo, de Chiesa di San Polo, e para
um clérigo chamado Frade
Benvenuto.[44]
Ordenou que 220 soldos fossem pagos a Giovanni Giustinian, por seu
trabalho como tabelião.[47]
O testamento não
foi assinado por Marco, mas validado pelo processo chamado "signum manus", onde
bastava o testador tocar o documento para torna-lo legalmente válido.[46][48]
Devido a uma lei veneziana que determinava que o dia terminava ao pôr do
sol, a data exata da morte de Marco Polo não pode ser definida. No entanto,
de acordo com alguns acadêmicos, teria sido entre o pôr do sol de 8 de janeiro
de 1324 e o dia seguinte.[49]
A Biblioteca Marciana, que possui a cópia
original do testamento, data a certificação do mesmo de 9 de janeiro de 1323,
datando a morte de junho de 1324.[48]
As Viagens de Marco Polo
Ver artigo
principal: As
Viagens de Marco Polo
/ Mais informações: João
de Montecorvino
Não existe uma
primeira versão definitiva do livro de Marco Polo, e os manuscritos iniciais
diferem-se significativamente. As versões publicadas de seu livro ou baseiam-se
em manuscritos individuais ou os misturam, acrescentando ainda notas de
esclarecimento nos pontos de divergência. Presume-se que aproximadamente 159
cópias de manuscritos em vários idiomas devem existir, e as discrepâncias eram
inevitáveis durante o processo de cópia e tradução antes da invenção da prensa
móvel.[50]
Marco Polo
relatou suas memórias oralmente para Rusticiano de Pisa, enquanto ambos eram
prisioneiros da República de Gênova. Rusticiano escreveu o Il
Milione nas línguas de oïl, uma língua
franca dos cruzados
e dos mercadores ocidentais no oriente.[51]
A ideia foi provavelmente criar um guia para os mercantes, para dar dicas
essenciais sobre pesos, medidas e distâncias usadas nas transações comerciais.[52]
· Narrativa
O livro começa
com um prefácio descrevendo o pai e o tio de Marco viajando para Bolğar onde o Príncipe Berke vivia. Um ano
depois, eles vão para Ukek[53]
e seguem para Bucara.
Lá, um enviado do Levante convida-os para conhecer Kublai
Khan, que nunca tinha conhecido os europeus.[54]
Em 1266, eles chegam nas instalações de Kublai Khan em Cambalique,
atualmente Beijing,
China. Kublai
recebeu os irmãos de bom grado e perguntou-os sobre o sistema político e legal
da Europa.[55]
Ele também indagou sobre o Papa e a Igreja de Roma.[56]
Após responderem as perguntas o governante os encarregou de levaram uma carta
para o Papa, requisitando que trouxessem cristãos familiarizados com as artes
liberais (gramática, retórica, lógica, geometria, aritmética, música e
astronomia). Kublai Khan requisitou que os enviados trouxessem de volta óleo da
lamparina de Jerusalém.[57]
A longa sede
vacante após a morte do Papa
Clemente IV em 1268 e a suspensão das eleições do seu sucessor atrasaram os
Polos de cumprirem as requisições de Kublai. Eles seguiram as sugestões de
Teobaldo Visconti, o embaixador papal do reino do Egito, e retornaram
para Veneza em 1269 ou
Em 1271,
Niccolò, Maffeo e Marco Polo embarcaram em uma nova viagem para cumprirem as
requisições de Kublai. Navegaram até o Acre,
na atual Israel,
e foram de camelos até o porto persa de Hormuz. De lá os Polos queriam
navegar até a China, mas os navios que eles possuíam não eram capazes de
navegarem em mar aberto, então eles continuaram por terra através da Rota da
Seda até chegarem em Shangdu, perto da atual Zhangjiakou.
Durante uma parte da viagem, os Polos se juntaram a uma caravana de mercadores
viajantes a qual tinham se deparado no meio do caminho. Infelizmente, o grupo
foi atacado por bandidos, que se aproveitaram de uma tempestade de areia para
surpreendê-los. Os Polos conseguiram lutar e escapar por uma cidade vizinha,
mas muitos membros da caravana foram mortos ou escravizados.[59]
Três anos e meio depois de deixarem Veneza, quando Marco tinha 21 anos de
idade, os Polos foram recebidos por Kublai em seu palácio.[25]
A data exata da chegada deles é incerta, mas acadêmicos estimam que foi entre
1271 e 1275.[nota
2] Logo que chegaram, os Polos apresentaram o óleo sagrado de
Jerusalém e as cartas papais ao seu patrono.[24]
Marco sabia
quatro idiomas, e sua família tinha acumulado um grande conhecimento e
experiência a qual foi útil para Kublai. É possível que ele tenha sido nomeado
um oficial governamental;[25]
ele escreveu sobre muitas visitas imperiais às províncias do leste e do sul da
China, além de ao extremo sul asiático e a atual Myanmar.[60]
Bastante respeitados e solicitados pela corte mongol, Kublai Khan decidiu
recusar a solicitação dos Polos de saírem da China. Eles começaram a ficar
preocupados se retornariam para a casa são e salvos, acreditando que se o
Kublai morresse, os seus inimigos poderiam se voltar contra eles por causa da
relação próxima com o governante. Em 1292, Arghun
Khan, o sobrinho-neto de Kublai e governante do Ilcanato da
Pérsia, mandou representantes para a China em busca de uma potencial esposa, e
eles pediram para que os Polos os acompanhassem, então foi lhes permitido
retornarem para a Pérsia com o comité de casamento, a qual partiu da China no
mesmo ano de Zaitun
(região sul), numa frota de catorze juncos.
O comité navegou até o porto de Singapura,[61]
viajando pelo norte da Sumatra,[62]
passando ao oeste no porto de Point Pedro no Reino de Jafanapatão, como também no Império
Pandia.[63]
Eventualmente os Polos cruzaram o Mar
Arábico rumo a Ormuz.
A viagem de dois anos foi bastante perigosa, sendo que das seiscentas pessoas
(não incluindo a tripulação) apenas dezoito sobreviveram (contando os três Polos).[64]
Os Polos deixaram a comissão de casamento depois de alcançarem Ormuz e viajaram
por terra até o porto de Trebizonda, no Mar Negro.[25]
· O papel de Rusticiano
O acadêmico
britânico Ronald Latham pontuou que O Livro das Maravilhas foi de fato
um colaboração entre Marco e o escritor profissional de romances Rusticiano de Pisa, entre 1298 e 1299.[65]
Latham também argumenta que Rusticiano talvez tenha glamourizado os ditos de
Marco Polo, adicionando elementos fantásticos a fim de colocar o livro entre os
mais vendidos.[65]
O acadêmico italiano Luigi Foscolo Benedetto tinha demonstrado anteriormente
que o livro foi escrito no mesmo "estilo literário" outras vezes
usados nos trabalhos de Rusticiano, e que algumas passagens no livro fora
feitas exatamente com as mesmas palavras ou com ligeiras modificações em
relação aos escritos do romancista italiano. Por exemplo, o primeiro trecho da
introdução do Livro das Maravilhas dirigido aos "imperadores e
reis, duques e marqueses" foi diretamente copiado de um romance Arturiano o qual De Pisa tinha escrito
alguns anos antes, e o conteúdo do segundo encontro entre Marco Polo e Kublai
Khan nas cartas da corte é praticamente o mesmo que o da chegada de Tristão a
corte de Rei
Artur em Camelot
nesse mesmo livro Arturiano.[66]
Latham acredita que muitos elementos do livro, com as lendas do Oriente
Médio e menções de maravilhas exóticas provêm do trabalho de Rusticiano, a
qual estava descrevendo o que os europeus medievais esperariam achar em um
livro de viagens.[67]
· Autenticidade e veracidade
Ver: Marco Polo usando
uma vestimenta tártara, data de impressão
desconhecida
Desde a sua
publicação, o livro foi recebido com ceticismo.[68]
Algumas pessoas da Idade Média acharam que o livro era simplesmente um romance
ou uma fábula, devido aos seus relatos que narravam sobre uma civilização
chinesa sofisticada, diferindo muito quando comparado com os relatos de outros
viajantes, como de Giovanni da Pian del Carpine e Guilherme de Rubruck, os quais descreveram os
orientais como "bárbaros" que pertenciam a "algum outro
mundo".[68]
Dúvidas também apareceram séculos depois das narrativas de Marco na China, por
exemplo por não ter citado a Grande Muralha da China, e em particular
pelas dificuldades em encontrar os lugares a qual ele alegou estar.[69][70]
Muitos questionaram se Marco visitou as regiões que ele mencionou no seu
itinerário, se ele tinha se apropriado das narrativas do seu pai e do seu tio
ou ainda de outros viajantes, e alguns duvidaram se Marco até mesmo alcançou a
China, ou se ele alcançou, talvez nunca tenha ido para Cambalique
(Beijing).[69]
Entretanto deve
ser pontuado que os relatos de Marco sobre a China são mais acurados e
detalhados que a de outros viajantes do período. Marco Polo até mesmo refutou
as 'maravilhosas' fábulas e lendas fornecidas por narrativas de outros
europeus, e apesar de alguns exageros e erros, as descrições de Marco contém
menos equívocos se comparado com outras obras. Em muitos casos é devidamente
esclarecido (a maior parte na primeira parte antes de atingir a China, como a
menção aos milagres cristãos) sobre o que ele tinha escutado ao invés do que
ele tinha visto. Seus relatos não seguem os mesmos erros encontrados em outras
narrativas como as do viajante tangerino ibne
Batuta, que confundiu o Rio Amarelo com o Grande Canal da China, e pensou que a
porcelana era feita de carvão.[71]
Estudos modernos
mostraram que detalhes fornecidos no livro de Marco Polo, como as moedas
utilizadas, são acurados e únicos. Tais descrições detalhadas não são
encontradas em qualquer fonte não chinesa, e sua precisão é reforçada por
evidências arqueológicas e como também de registros compilados depois da saída
de Marco da China, porém os relatos em si posteriormente tiveram que ser
obtidos por segunda mão.[72]
Outas descrições também foram verificadas; por exemplo, quando visitou Zhenjiang em
Jiangsu,
China, Marco Polo notou que um grande número de igrejas cristãs
tinham sido construídas ali. Sua alegação é confirmada por um texto chinês
explicando como um sogdiano, chamado Mar-Sargis de Samarcanda,
fundou seis igrejas cristãs nestorianas em Hangzhou
durante a segunda metade do séc. XIII.[73]
Sua história da princesa Kököchin
ser mandada para a Pérsia para casar com Īl-khān também é confirmada por fontes
independentes tanto na Pérsia quanto na China.[74]
Debates e controvérsias
Trecho
da carta do Papa
Inocêncio IV
"para o governante do povo dos tártaros" encaminhado para Güyük Khan pelo enviado Giovanni de Carpine, 1245
· Omissões
Céticos consideraram se Marco Polo escreveu seu livro baseado em boatos, com alguns apontando omissões sobre práticas e construções chinesas, assim como a falta de detalhes de alguns lugares no seu livro. Enquanto ele descreve o papel-moeda e a queima de carvão, Marco não menciona a Grande Muralha da China, o chá, os caracteres chineses, os pés de lótus e os hashis.[75] A sua falha em não notar a presença da Grande Muralha foi primeiramente levantada em meados do séc. XVII, e foi sugerido que ele nunca alcançou a China.[69] Posteriormente alguns acadêmicos, como John W. Haeger, argumentaram que Marco Polo provavelmente nunca visitou o sul da China por causa da falta de detalhes de suas descrições das cidades chinesas sulistas quando comparado com as cidades nortenhas, enquanto que Herbert Franke também levantou a possibilidade de Marco Polo nunca ter ido sequer para a China, e questionou se ele provavelmente baseou suas descrições em fontes persas por causa do uso de expressões persas em seu livro.[76][77] Essa visão é melhor aprofundada por Frances Wood, que em seu livro Did Marco Polo Go to China? argumenta que na melhor das hipóteses ele nunca foi para o leste da Pérsia (atual Irã), e que tudo que foi escrito no Livro das Maravilhas sobre a China poderia muito bem ser obtido através de livros persas.[78] Wood sustenta que é mais provável que Marco tenha apenas ido para Constantinopla (atual Istambul, Turquia) e para algumas colônias mercantes no Mar Negro, coletando rumores dos viajantes que tinham ido mais para o leste.[78]
Ver Selo de Güyük Khan usando o clássico alfabeto mongol tradicional, encontrada na carta resposta para o Papa Inocêncio IV em 1246.
Defensores da autenticidade do livro rebateram os pontos levantados pelo céticos como o da Grande Muralha e dos pés de lótus. O historiador Stephen G. Haw argumenta que as Grandes Muralhas foram construídos para manter longe os invasores nortenhos, enquanto que a dinastia governante durante a visita de Marco Polo eram os próprios invasores do norte. Ele pontua que a Grande Muralha que estamos familiarizados hoje em dia é uma construção erguida durante a Dinastia Ming, dois séculos depois das viagens de Marco Polo, e que os governantes mongóis controlavam tanto os territórios do norte quanto no sul em relação a divisão atual da muralha, e não teriam razões para manter quaisquer fortificações levantadas pelas dinastias anteriores.[79] Outros europeus que viajaram para Cambalique, como Giovanni de' Marignolli e Odorico de Pordenone, igualmente não disseram nada sobre a muralha. O viajante muçulmano ibne Batuta, quando inquiriu sobre a muralha quando visitou a China durante a Dinastia Yuan, não encontrou alguém que a tivesse visto ou conhecesse alguém que tivesse, sugerindo que se as ruínas da muralha construída nos períodos anteriores existiu, não era digna de nota naquela época.[79]
Ele também argumenta
que a prática dos pés de lótus não eram comuns na China durante a época de
Marco Polo e eram quase desconhecidos entre os mongóis. Enquanto que o
missionário italiano Odorico de Pordenone, que visitou a China durante a Dinastia
Yuan, mencionou os pés de lótus (entretanto é incerto se ele somente estava
relatando o que tinha escutado pois sua descrição é imprecisa),[80]
nenhum outro visitante da Dinastia Yuan mencionaram a prática, indicando que a
tradição dos pés de lótus não era disseminada ou praticada naquela época.[81]
O próprio Marco Polo notou (no manuscrito de Toledo) o andar delicado de uma
mulher chinesa em seus passos curtos.[79]
Outros acadêmicos também perceberam que muitas outras coisas não mencionadas
por Marco, tal como o chá e os hashis, não foram mencionados por outros
viajantes de igual maneira.[82]
Ele também aponta que apesar de suas poucas omissões, os relatos de Marco Polo
são mais extensos, acurados e detalhados do que de qualquer viajante
estrangeiro do período.[83]
· Exageros
Ver: Carta
de Arghun, Khan do Ilcanato mongol, para o Papa Nicolau IV, 1290
Muitos
acadêmicos acreditam que Marco Polo exagerou sobre sua importância na China. O
historiador britânico David Morgan acredita que Polo mentiu sobre o seu status
na China[78]
enquanto Ronald Latham acredita que tais exageros foram realizados por seu escritor
fantasma, Rusticiano de Pisa.[84]
No Livro das Maravilhas, Polo alega que era um amigo próximo e
conselheiro de Kublai Khan e que ele foi o governante da cidade de Yangzhou por
três anos, ainda que nenhuma fonte chinesas menciona-o nem como governador de
Yangzhou ou como conselheiro de Kublai Khan; de fato, nenhuma fonte chinesa
chega o mencionar[85]
Herbert Franke notou que todas as ocorrências da palavra Po-lo ou Bolod
("aço" nas línguas altaicas) nos textos da Dinastia Yuan são
nomes de pessoas de origem mongol ou turca.[86]
O sinólogo
Paul Pelliot acredita que Polo pode ter servido como oficial no governo em Yangzhou,
uma posição de alguma significância que poderia explicar o exagero.[78]
Polo também alegou ter fornecido aos mongóis manganelas
durante a Batalha de Xiangyang, uma
alegação inverídica, pois tal conflito ocorreu muito antes da chegada de Polo a
China. O exército mongol que cercou Xiangyang possuía tecnologia militar
estrangeira, mas os relatos chineses descrevem-nos como provenientes de Bagdá e
possuindo nomes árabes.[77]
Stephen Haw,
entretanto, contesta a ideia que Polo exagerou sobre sua própria importância,
escrevendo: "ao contrário do que tem sido comumente dito... Marco não fez
nenhuma alegação exaltando falsamente sua posição no Império Yuan".[87]
Ele alega que Polo nunca disse ter sido um ministro da mais alta importância,
um Darughachi, líder de um Tumen (isto é, de dez mil homens), ou nem
mesmo líder de mil homens, apenas que ele era um missionário do Khan e ocupou
uma posição de certa honra. Ele acredita ter um número razoável de evidências
corroborando a ideia que Polo foi um Kheshig, estimando ter catorze
mil deles na época.[87]
Haw explica como os primeiros manuscritos dos relatos de Polo fornecem informações
contraditórias sobre sua função em Yangzhou, com alguns atestando que ele foi
somente um simples residente, e outras atestando que ele foi um governador, e o
manuscrito de Ramusio diz que Polo foi simplesmente
um oficial temporário, ainda que todos os manuscritos concordem que ele
trabalhou como um estimado emissário para o Khan.[88]
Haw também questiona a procura do nome Marco Polo nos textos chineses, argumentando
que europeus daquela época raramente usavam sobrenomes,
e que uma transcrição direta dos caracteres chineses do nome "Marco"
ignora a possibilidade dele ter adotado um nome chinês
ou até mesmo mongol, os quais não tem nenhuma similaridade com os
nomes latinos.[87]
· Erros
Alguns erros nos
relatos de Marco Polo foram encontrados. Por exemplo, ele descreve uma ponte
posteriormente conhecida como Ponte
Marco Polo possuindo vinte e quatro arcos, ao invés de onze ou treze.[89]
Ele também disse que as muralhas da cidade de Cambalique tinham doze portões
quando tinham apenas onze.[90]
Arqueólogos também apontaram que Polo também misturou os detalhes das duas tentativas de invasão ao Japão por Kublai
Khan em 1274 e 1281. Polo escreveu que os navios tinham cinco mastros, quando
os arqueólogos descobriram que os navios tinham de fato apenas três mastros.[91]
· Apropriações
Wood acusa Marco
Polo de ter se apropriado de relatos de outras pessoas em seu livro, recontando
outras história em benefício próprio, ou ainda baseando suas aventuras em
livros persas ou de outras fontes perdidas. Por exemplo, o sinólogo Francis Woodman
Cleaves percebeu que o relato de Polo sobre a viagem da princesa Kököchin
da China até a Pérsia para se casar com Īl-khān está descrita na Enciclopédia Yung-lo Ta-tien e pelo
historiador persa Rashid-al-Din Hamadani.
Entretanto nenhuma dessas passagens mencionam Polo ou até mesmo qualquer
europeu durante a comissão nupcial,[92]
e Wood usa a falta de evidências como comprovação para demonstrar que os Polos
"recontaram uma história bem conhecida". Morgan, defendendo Polo,
aponta que a própria princesa nem sequer é mencionada na fonte chinesa, e que
ficaria surpreso se Polo tivesse sido mencionado por Rashid-al-Din.[93]
O historiador Igor de Rachewiltz argumenta que os relatos de Marco Polo na
verdade conseguem reconciliar as fontes chinesas e persas, pois a informação
que dois dos três enviados (mencionados nas fontes chinesas e cujos nomes estão
de acordo com os escritos de Polo) morreram durante a viagem, explica como
apenas o terceiro sobreviveu, Coja/Khoja, que por sua vez é mencionado por Rashìd
al-Dìn. Polo também complementa a história fornecendo informações não
encontradas em ambas as fontes. Rachewiltz igualmente sustenta que a única
fonte persa a qual menciona a princesa não foi compilada até 1310-1311,
portanto Marco Polo não podia ter se apropriado das informações de qualquer
livro persa. De acordo com Rachewiltz, os relatos acurados de Polo sobre a
princesa, juntamente com outras fontes independentes mas incompletas, são a
prova da veracidade da história de Polo e da sua presença na China.[82]
· Avaliações
Ver: Selo
do governante mongol Gazã em uma carta de
1302 para o Papa
Bonifácio VIII
Morgan escreve
que já que muito do conteúdo do Livro das Maravilhas sobre a China é
"consideravelmente correto", a alegação de que Polo não foi à China
"cria mais problemas do que resolve" e que portanto sugere fortemente
que Polo realmente foi até à China, mesmo se exagerou sobre sua importância no
império chinês-mongol.[94]
Ele não aceita vários criticismos dos relatos de Polo que se iniciaram no séc.
XVII, e destaca a precisão de Polo em grande parte da história, por exemplo
sobre o seu conhecimento em relação ao Grande Canal da China.[95]
"Se Marco foi um mentiroso", Haw escreve, "então devemos
considerar de maneira implausível que ele foi bastante meticuloso".[96]
Em 2012, o
departamento de sinologia da Universidade de Tübingen e o historiador
Hans Ulrich Vogel lançaram uma análise detalhada das descrições de Polo sobre
as moedas, das
receitas e produções do sal,
e argumentam que as evidências corroboram sua presença na China porque ele
incluiu detalhes que não poderiam ser obtidos de outra forma.[97][98]
Vogel concluiu que nenhuma outra fonte ocidental, árabe ou persa dão
informações tão precisas e únicas sobre as moedas chinesas. Por exemplo, o peso
e tamanho dos papéis, o uso de selos, as várias denominações dos papéis moedas
e das variações das diversas moedas usadas em diferentes regiões da China, tal
como o uso de búzios
em Yunnan, comprovada por evidências arqueológicas e por fontes chinesas
compiladas muito depois de Polo ter deixado a China.[99]
Seus relatos sobre as receitas e produções do sal também são precisas, e estão
de acordo com documentos da era Yuan.[100]
O historiador econômico Mark Elvin, no seu prefácio na monografia de 2013 de
Vogel, conclui que ele "demonstra com provas detalhadas atrás de provas
detalhadas as últimas evidências esmagadoras da autenticidade dos relatos de
Polo. Muitos problemas foram causados pela transmissão oral do texto original e
da proliferação de manuscritos escritos a mão que se divergiam
significativamente. Por exemplo, Polo exerceu "autoridade política" (seignora)
em Yangzhou ou meramente foi um "residente" (sejourna)? Elvin
conclui que "aqueles que duvidaram, embora enganados, não estavam sendo
levianos ou tolos", mas "o caso como um todo está agora
encerrado": o livro [As Viagens] é "essencialmente autêntico e,
quando usado com cuidado, pode ser usado como um testemunho confiável, embora
nem sempre definitivo."[101]
Legado
· Explorações posteriores
Ver: O Mapa-múndi de Fra
Mauro,
publicado em 1450 pelo monge veneziano Fra Mauro / Ver também: Era
dos Descobrimentos
Outros
exploradores europeus menos conhecidos viajaram para a China, como Giovanni da Pian del Carpine, mas a
jornada de Polo foi a primeira a ser comumente conhecida. Cristóvão Colombo ficou inspirado pelas
discrições de Polo sobre o Extremo Oriente e quis visitar essas terras; uma
cópia do livro estava entre os seus pertences, com anotações a mão.[6]
Bento
de Góis, inspirado pelos escritos de Marco Polo de um reino cristão ao
leste, viajou
· Cartografia
As viagens de
Marco Polo tiveram alguma influência no desenvolvimento da cartografia
europeia, culminando nas viagens exploratórias europeias um séc.
depois.[103]
O mapa-múndi de Fra Mauro foi parcialmente inspirado pelos ditos de Marco
Polo sobre Catai.
Embora Marco
Polo nunca tenha produzido um mapa ilustrando sua jornada, sua família desenhou
alguns mapas do Extremo Oriente baseados nos imprecisos manuscritos de seus
relatos. Essa coleção de mapas foram assinadas pelas três filhas de Polo:
Fantina, Bellela e Moreta.[104]
Eles não apenas contêm os registros de suas aventuras, como incluem também
rotas para o Japão,
a Península de Kamchatka na Sibéria, o Estreito de Bering e até mesmo a costa do Alasca, séculos antes
da redescoberta da América pelo europeus.
Arte, entretenimento e mídia
- O jogo Marco
Polo é uma forma
de pega-pega jogado em uma piscina ou em terra,[105][106] com regras ligeiramente
modificadas.
- Marco Polo aparece como um
explorador jogável no jogo eletrônico de estratégia Civilization
Revolution.[107]
Literatura
O livro As Viagens de Marco Polo é tema em
várias obras literárias de ficção, incluindo:
- Messer Marco Polo (1921), de Brian Oswald
Donn-Byrne.[108]
- Le
città invisibili
(1972), de Italo
Calvino.
- The Journeyer (1984), de Gary Jennings.
Televisão
- A minissérie de televisão Marco Polo, dirigida por Giuliano
Montaldo.
Ganhou dois Emmys e foi indicada em mais seis.[109][110]
- O filme Marco Polo (2007), que conta como Marco Polo foi deixado
sozinho na China enquanto seu pai e seu tio retornam para Veneza, para se
reencontrarem com ele anos depois.[111]
- A websérie Marco
Polo, que
narra os primeiros anos do explorador veneziano na corte de Kublai Khan e que estreou na Netflix em 2014.
Notas
1. Muitas fontes citam essa
data; Britannica 2002, p. 571, afirma
"nascido em torno de 1254." Alguns historiadores mencionam que nasceu
em 15 de setembro de 1254, mas a data não é confirmada por fontes primárias e
portanto não é endossada pela maioria dos acadêmicos.
2. O monge tibetano e
confidente de Kublai Khan, Drogön Chögyal Phagpa, menciona em seus diários que
um amigo estrangeiro de Kublai Khan chegou para visita-lo em 1271,
possivelmente sendo um dos Polos ou ainda o próprio Marco Polo, embora nenhum
nome é fornecido. Se esse não é o caso, uma data mais provável para a chegada
deles é 1275 (ou 1274, de acordo com o pesquisador acadêmico japonês Matsuo
Otagi). [24]
Referências
1. Bergreen 2007, p. 340-342.
2. «Marco Polo -
Exploration - HISTORY.com»
(em inglês). Consultado em 9 de janeiro de 2017
3. «Marco Polo - New
World Encyclopedia» (em
inglês). Consultado em 9 de janeiro de 2017
4. «BBC - History -
Historic Figures: Marco Polo (c.1254 - 1324)». Consultado em 9
de janeiro de 2017
5.
Hinds, Kathryn (2002), Venice and Its Merchant
Empire (em inglês), Nova Iorque
6.
Landström 1967, p. 27.
7. Italiani nel
sistema solare di Michele T. Mazzucato
8. Puljiz-Šostik 2015, p. 5.
9. Puljiz-Šostik 2015, p. 5-6.
10. Peklić, Ivan (2011).
«Marko Polo - Svjetski Putnik» [Marco Polo - The World
Traveler]. Križevci:
Ivan Zakmardi Dijankovečki Gymnasium. Metodički ogledi (em croata). 17
(1-2). 50 páginas
11. Marco Polo: The Connection with Greek Spirit, Gregory
Zorzos - 2009 (em inglês). [S.l.: s.n.]
12. Bergreen 2007, p. 25.
13. Puljiz-Šostik 2015, p. 14.
14. Bergreen 2007, p. 24.
15.
Marco Polo and the Silk Road to China by Michael Burgan, Compass Point Books, ISBN 0756501806, p. 7
16.
Timothy Brook, The Troubled
Empire: China in the Yuan and Ming Dynasties, 2010, ISBN 9780674046023, p. 24
17.
Puljiz-Šostik 2015, p. 5-16.
18.
Bettinelli, Giuseppe (1780). Dizionario Storico-Portatile Di Tutte Le Venete Patrizie Famiglie
[Historical Dictionary Of All-Portable Venetian Patrician Families] (em italiano). Veneza: [s.n.] 126 páginas. Vennero dalla
Dalmazia
19.
Olga Orlić (Institute for
Anthropological Research, Zagreb, Croatia), The curious case of Marco Polo from Korčula: An
example of invented tradition, Journal of Marine
and Island Cultures, Volume 2, Capítulo 1, 13 de junho, Páginas 20-28
20.
Bergreen 2007, p. 25.
21.
Rugoff, Milton (2015). Marco Polo. [S.l.]: New Word City. ISBN 9781612308388
22.
Noule&Pelliot
1938,
pp. 15-16.
23.
Pavešković,
Anđelko (1998). Putopisac Marko
Polo [Travel writer Marco Polo]. Godišnjak Poljičkog dekanata "Poljica". Split: [s.n.]
pp. 38-66
24.
Britannica 2002, p. 571.
25.
Parker 2004, pp. 648-649.
26.
Yule & Cordier 1923, ch.1-9.
27. Zorzi, Alvise, Vita di Marco
Polo veneziano, Rusconi Editore, 1982
28. Bergreen 2007, p. 36.
29. Puljiz-Šostik 2015, p. 24.
30. Bergreen 2007, p. 37.
31. Nicol 1992, p. 219
32. Yule, The Travels of
Marco Polo, Londres, 1870: reimpresso por Dover, Nova Iorque, 1983.
33. De acordo com fr. Jacopo
d'Aqui, Chronica mundi libri imaginis
34. Puljiz-Šostik 2015, p. 28-36.
35. Polo, Marco; Latham, Ronald
(tradutor) (1958). The Travels of Marco
Polo, p. 16. Nova Iorque: Penguin
Books. ISBN 0-14-044057-7.
36. Puljiz-Šostik 2015, p. 8, 12, 28-36.
37. Bram 1983.
38. Bergreen 2007, p. 332.
39. Bergreen 2007, p. 333.
40. Bergreen 2007, p. 332-333.
41. Bergreen 2007, p. 333, 338.
42. Power 2007, p. 87.
43. Bergreen 2007, p. 339.
44. Bergreen 2007, p. 340.
45. Britannica 2002, p. 573.
46. Bergreen 2007, p. 341.
47. Bergreen 2007, p. 340-341.
48. Biblioteca Marciana, o
instituto que detêm a cópia original do testamento de Polo. Venezia.sbn.it
49. Bergreen 2007, p. 342.
50. Edwards, p. 1.
51. ^ Marco Polo, Il Milione,
Adelphi 2001, ISBN 88-459-1032-6, Prefazione di Bertolucci
Pizzorusso Valeria, pp. X-XXI.
52.
Larner John, Marco Polo and the
discovery of the world, Yale University Press, 1999, ISBN 0-300-07971-0 pp. 68-87.
53.
Yule & Cordier 1923, cap. 2.
54.
Yule & Cordier 1923, cap. 3.
55.
Yule & Cordier 1923, cap. 5.
56.
Yule & Cordier 1923, cap. 6.
57.
Yule & Cordier 1923, cap. 7.
58.
Yule & Cordier 1923, cap. 9.
59.
Zelenyj, Alexander, Marco
Polo: Overland to China, Crabtree Publishing Company (2005) Capítulo: Along
the Silk Road. ISBN 978-0778724537
60.
W. Marsden (2004), Thomas Wright, ed., The Travels of Marco Polo, The Venetian (1298) (PDF |acessodata=
redundantes (ajuda)
61.
Yule & Cordier 1923, p. 281, vol. 3 cap. 8.
62.
Yule & Cordier 1923, p. 286, vol. 3 cap. 9.
63.
Yule & Cordier 1923, p. 373, vol. 3 cap. 21.
64. Boyle, J. A. (1971). Marco Polo and his Description of the World. History Today. Vol. 21, No. 11.
65. Latham, Ronald
"introdução" páginas 7-20 das Viagens de Marco Polo, Londres:
Folio Society, 1958 página 11.
66. Latham, Ronald
"Introdução" páginas 7-20 das Viagens de Marco Polo, Londres:
Folio Society, 1958 páginas 11-12.
67.
Latham, Ronald
"Introduction" pages 7-20 from The Travels of Marco Polo, London:
Folio Society, 1958 page 12.
68.
Na Chang. «Marco Polo Was in China: New Evidence from Currencies, Salts and
Revenues». Reviews in History
69.
Haw, Stephen G. Marco Polo's China: A Venetian in the Realm of
Khubilai Khan. [S.l.]: Routledge. p. 1. ISBN 9781134275427
70.
Haw, Stephen G. Marco Polo's China: A Venetian in the Realm of
Khubilai Khan. [S.l.]: Routledge. pp. 83-123. ISBN 9781134275427
71.
Haw, Stephen G. Marco Polo's China: A Venetian in the Realm of
Khubilai Khan. [S.l.]: Routledge. pp. 66-67. ISBN 9781134275427
72.
Francis Woodman Cleaves (1976).
"A Chinese Source Bearing on Marco Polo's Departure from China and a
Persian Source on his Arrival in Persia". Harvard Journal of Asiatic
Studies. 36: 181-203.
73.
Emmerick, R. E. (2003)
"Iranian Settlement East of the Pamirs", in Ehsan Yarshater, The
Cambridge History of Iran, Vol III: The Seleucid, Parthian, and Sasanian
Periods, Cambridge: Cambridge University Press, pp 275.
74.
Francis Woodman Cleaves (1976).
"A Chinese Source Bearing on Marco Polo's Departure from China and a
Persian Source on his Arrival in Persia". Harvard Journal of Asiatic
Studies. 36: 181-203. JSTOR 2718743.
75.
Frances Wood, Did Marco Polo
Go to China? (Londres: Secker & Warburg; Boulder, Colorado: Westview,
1995).
76.
Haeger, John W. (1978). «Marco Polo in China?
Problems with Internal Evidence». Bulletin of Sung and Yüan Studies. 14:
22-30. JSTOR 23497510
77.
Franke, Herbert (1966). «Sino-Western Contacts
Under the Mongol Empire». Journal of the Hong Kong Branch of the Royal Asiatic
Society. 6: 49-72. JSTOR 23881433
78.
Morgan, D.O "Marco Polo in
China-Or Not" 221-225 from The Journal of the Royal Asiatic Society,
Volume 6, Issue # 2 July 1996 page 222.
79.
Haw, Stephen G. (2006), Marco Polo's China: a Venetian in the realm of
Khubilai Khan, ISBN 0-415-34850-1, Volume 3 of Routledge studies in the early
history of Asia, Psychology Press, pp. 52-57
80.
Ebrey, Patricia. Women and the Family in Chinese History. [S.l.]: Routledge.
p. 196. ISBN 9781134442935
81.
Haw, Stephen G. Marco Polo's China: A Venetian in the Realm of
Khubilai Khan. [S.l.]: Routledge. pp. 55-56. ISBN 9781134275427
82.
Igor de Rachewiltz. «F. Wood's Did Marco Polo Go To China? A Critical
Appraisal by I. de Rachewiltz»
83.
Haw, Stephen G. Marco Polo's China: A Venetian in the Realm of
Khubilai Khan. [S.l.]: Routledge. pp. 65-66. ISBN 9781134275427
84.
Latham, Ronald
"Introduction" pages 7-20 from The Travels of Marco Polo, London:
Folio Society, 1958 page 12.
85.
Morgan, D.O "Marco Polo in
China-Or Not" 221-225 from The Journal of the Royal Asiatic Society,
Volume 6, Issue # 2 July 1996 page 223.
86.
Franke, Herbert (1966).
"Sino-Western Contacts Under the Mongol Empire". Journal of the Hong
Kong Branch of the Royal Asiatic Society. 6: 49-72. JSTOR 23881433.
87.
Stephen G. Haw (2006), Marco
Polo's China: a Venetian in the Realm of Kublai Khan, London & New
York: Routledge, p. 173, ISBN 0-415-34850-1.
88.
Stephen G. Haw (2006), Marco
Polo's China: a Venetian in the Realm of Kublai Khan, London & New
York: Routledge, pp 3-4, ISBN 0-415-34850-1.
89.
Igor de Rachewiltz. "F. Wood's Did Marco Polo Go To China? A Critical
Appraisal by I. de Rachewiltz".
90.
Stephen G. Haw (2006), Marco
Polo's China: a Venetian in the Realm of Kublai Khan, London & New York:
Routledge, p 73, ISBN 0-415-34850-1.
91.
"Explorer Marco Polo 'never actually went to
China" The Daily Telegraph. 9 de agosto de 2011
92.
Francis Woodman Cleaves (1976). «A Chinese
Source Bearing on Marco Polo's Departure from China and a Persian Source on his
Arrival in Persia». Harvard Journal of Asiatic Studies. 36: 181-203. JSTOR 2718743
93.
Morgan,
D.O (julho de 1996). «Marco Polo in China-Or Not" 221-225». The
Journal of the Royal Asiatic Society. 6 (2): 224. JSTOR 25183182
94.
Morgan, D.O "Marco Polo in
China-Or Not" 221-225 from The Journal of the Royal Asiatic Society,
Volume 6, número 2, julho de 1996, p. 225.
95.
Stephen G. Haw (2006), Marco
Polo's China: a Venetian in the Realm of Kublai Khan, London & New
York: Routledge, pp 1-2, ISBN 0-415-34850-1.
96.
Stephen G. Haw (2006), Marco
Polo's China: a Venetian in the Realm of Kublai Khan, London & New
York: Routledge, pp 2-3, ISBN 0-415-34850-1.
97.
Hans
Ulrich Vogel (21 de novembro de 2012). Marco Polo Was in China: New Evidence from Currencies,
Salts and Revenues. [S.l.]: BRILL. ISBN 978-9004231931
98.
«Marco Polo was not a swindler - he really did go to
China». Universidade de
Tübingen. Alpha Galileo. 16 de abril de 2012
99.
«Marco Polo Did Go to China, New Research Shows (and
the History of Paper)». The New Observer. 31 de julho de 2013
100.
«Marco Polo was not a swindler: He really did go to
China». Science Daily
101.
Hans
Ulrich Vogel (21 de novembro de 2012). Marco Polo Was in China: New Evidence from Currencies,
Salts and Revenues. [S.l.]: BRILL. p. xix. ISBN 978-9004231931
102.
Winchester 2008, p. 264.
103.
Falchetta 2006, p. 592.
104.
Klein,
Christopher (30 de setembro de 2014). «Did Marco Polo Visit Alaska?». History
105.
Bittarello,
Maria Beatrice (2009). «Marco Polo». In: Rodney P. Carlisle. Encyclopedia of Play in Today's Society. [S.l.]: SAGE. ISBN 1-4129-6670-1
106.
Jeffrey, Phillip; Mike Blackstock; Matthias
Finke; Anthony Tang; Rodger Lea; Meghan Deutscher; Kento Miyaoku. «Chasing the Fugitive on Campus: Designing a
Location-based Game for Collaborative Play». Canadian Games
Study Association. Proceedings of CGSA 2006 Symposium
107. «Civilization Revolution: Great People». CivFanatics. Consultado em 4 de setembro de 2009. Arquivado do original em 17 de Março de 2011
108.
Donn-Byrne,
Brian Oswald (1921). Messer Marco Polo. [S.l.: s.n.]
109. Academy of Television Arts &
Sciences, consultado em 6 de julho de 2009
110. «Marco Polo». IMDb TV miniseries. 1982
111. «Marco Polo». IMDb TV miniseries. 2007
Bibliografia
· Herbermann, Charles, ed. (1913). «Marco Polo». Enciclopédia Católica (em
inglês). Nova Iorque: Robert Appleton Company
· «Marco Polo», Nordisk familjebok (em
sueco) Uggleupplagan ed. , 1915
· Yule,
Henry; Cordier, Henri (1923), The Travels Of Marco Polo, ISBN 978-0-486-27586-4 (em
inglês), Mineola: Dover Publications
·
Moule,
Arthur Christopher; Pelliot, Paul (1938). Marco Polo: The Description of the World (em inglês). 1. Londres: George Routledge & Sons
Limited
·
Landström,
Björn (1967), Columbus: the story of Don Cristóbal Colón, Admiral of the Ocean
(em inglês), Nova Iorque: Macmillan
·
Bram,
Leon L.; Robert S., Phillips; Dickey, Norma H. (1983), Funk & Wagnalls New
Encyclopedia, ISBN 978-0-8343-0051-4 (em inglês), Nova Iorque: Funk & Wagnalls (Artigo publicado em 2006 pela World Almanac Books,
disponível online em History.com)
·
Nicol,
Donald M. (1992), Byzantium and Venice: a study in diplomatic and cultural
relations, ISBN 0-521-42894-7 (em inglês), Cambridge University Press
· Drège,
Jean-Pierre (1992). Marco Polo e a Rota da Seda. Col: «Civilização/Círculo de Leitores». Porto; Lisboa:
Civilização Editora; Círculo de Leitores. ISBN 9722610007
·
Wood,
Frances (1998), Did Marco Polo Go To China?, ISBN 0-8133-8999-2 (em inglês), Westview Press
·
Burgan,
Michael (2002), Marco Polo: Marco Polo and
the silk road to China, ISBN 978-0-7565-0180-8 (em inglês), Mankato: Compass Point Books
· «Marco
Polo», The New Encyclopædia Britannica Macropedia, ISBN 978-0-85229-787-2 (em
inglês), 9 15 ed. , Encyclopædia Britannica, Inc, 2002
·
Parker,
John (2004), «Marco Polo», The World Book Encyclopedia, ISBN 978-0-7166-0104-3 (em inglês), 15 illustrated ed. , Estados
Unidos: World Book, Inc.
·
Olivier Weber, Le grand festin de l'Orient;
Robert Laffont, 2004
·
Edwards,
Mike (2005), Marco Polo, Part 1 (em inglês), Washington, D.C.: National Geographic Society
· Falchetta,
Piero (2006), Fra Mauro's World Map, ISBN 2-503-51726-9 (em
inglês), Turnhout: Brepols
·
McKay,
John; Hill, Bennet; Buckler, John (2006), A History of Western Society, ISBN 0-618-52266-2 (em inglês) 8ª ed. , Houghton Mifflin Company, p. 506
·
Bergreen,
Laurence (2007), Marco Polo: From Venice to Xanadu, ISBN 9780307267696 (em inglês), Knopf Doubleday Publishing Group
· Power,
Eileen Edna (2007), Medieval People, ISBN 978-1-4264-6777-6 (em
inglês), BiblioBazaar
·
Winchester,
Simon (6 de maio de 2008), The Man Who Loved China: Joseph Needham and the
Making of a Masterpiece, ISBN 978-0-06-088459-8 (em inglês), Nova Iorque: HarperCollins
·
Basil,
Lubbock (2008), The Colonial Clippers, ISBN 978-1-4437-7119-1 (em inglês), Read Books
·
Brook,
Timothy (2010), The Troubled Empire: China
in the Yuan and Ming Dynasties, ISBN 0-674-04602-1 (em inglês), Harvard University Press
· Marco Polo. (2010).
In Encyclopædia Britannica. Acessado em 28 de agosto de 2010, da Encyclopædia
Britannica Online: http://www.britannica.com/EBchecked/topic/468139/Marco-Polo
· Puljiz-Šostik,
Željana (2015), Marco Polo i njegov Le Divisiment dou monde (Opis svijeta): fikcija i
fakcija u književnoj historiografiji [Marco Polo and his Description of the
world: fact and fiction in the history of literature] (em
croata), Zagreb: Faculdade de Humanidades e Ciências Sociais
Leituras adicionais
·
(em
inglês) Marco Polo
(1918). Marsden, William, ed. The Travels of Marco Polo. Londres: J.M. Dent & Sons. p. 461.
· (em inglês) Hart, H. Henry
(1948). Marco Polo, Venetian
Adventurer. Kessinger Publishing.
·
(em inglês) Dalrymple,
William (1989). In Xanadu.
· (em inglês) Daftary,
Farhad (1994). The Assassin legends:
myths of the Ismaʻilis (2 ed.). I.B. Tauris. p. 213. ISBN
978-1-85043-705-5.
· (em inglês) Otfinoski,
Steven (2003). Marco Polo: to China
and back. New York: Benchmark Books. ISBN 0-7614-1480-0.
· (em inglês) Polo, Marco &
Rustichello of Pisa (1 de janeiro de 2004). The Travels of
Marco Polo - Volume 1.
Project Gutenberg. Acessado em 2 de abril de 2011.
· (em inglês) Polo, Marco &
Rustichello of Pisa (1 de Maio de 2004). The Travels of
Marco Polo - Volume 2.
Project Gutenberg. Acessado em 2 de abril de 2011.
· (em francês) Olivier Weber, Sur les routes de la soie (com Reza,
Hoëbeke, 2007)
· (em inglês) Yang, Dori Jones
(11 de janeiro de 2011). Daughter of Xanadu. Delacorte Press
Books for Young Readers. ISBN 978-0-385-73923-8. (Romance
infanto-juvenil)
Ligações externas
· Marco Polo em DMOZ (em inglês)
· Marco Polo no IMDB (em inglês)
· A casa de Marco Polo em Veneza, perto da
igreja de San Giovanni Grisostomo (em italiano)
· National Geographic
sobre Marco Polo: Jornada de Veneza até a China (em inglês)
· Obras de Marco Polo
no Projeto Gutenberg
(em inglês)
· Obras de Marco
Polo, no LibriVox (audiolivros em domínio público) (em inglês)
Nenhum comentário:
Postar um comentário