Jean Froissart, ou Jehan
Froissart (Valenciennes, aprox. 1337 - c. 1405), foi um grande
menestrel, bardo, também considerado um dos mais importante cronistas da França medieval. As suas crônicas
foram consideradas como a expressão mais significativa do renascimento cavalheiresco, que teve lugar
em França e Inglaterra durante o séc. XIV (a que Johan Huizinga chamou O
Outono da Idade Média). É uma das fontes principais para a primeira metade
da Guerra
dos Cem Anos.
Biografia
O pouco que se
sabe dele provém das suas crónicas e poesias. Nasceu em
Valenciennes,
condado de Hainaut.
O seu pai havia sido pintor heráldico.
Arte:
Jean Froissart,
estátua em Chimay (Bélgica) / Arte: Os Burgueses de Calais. Grupo escultórico,
por Auguste
Rodin
Começou a exercer
o ofício de mercador, mas abandonou-o para entrar no clero. Aos 24 anos,
com uma carta de recomendação do rei da Boémia tornou-se poeta e, de
alguma maneira, historiador oficial da corte de Filipa
de Hainaut, esposa de Eduardo III de Inglaterra. As memórias do
tempo que passa a serviço de Filipa (1361-1369) misturam-se a outros factos de
que foi testemunha, no primeiro livro de suas crónicas. A aproximação que faz
às fontes históricas ("nobre matéria dos tempos passados") e
ao ofício de cronista (que compara com a arte da forja) revela um historiador
preocupado com a sua metodologia.
Viajou por toda
a Grã-Bretanha
e por França,
Flandres e Espanha, recolhendo
material em primeira mão para as suas Crónicas. Assiste em Milão ao
matrimónio do filho de Filipa, Leonel de Antuérpia, com a filha de Galeazzo Visconti, ao qual
também compareceram outros autores que marcaram a época: Chaucer e Petrarca.
Depois da
publicação do seu primeiro livro e da morte de Filipa, irá beneficiar-se da
protecção da duquesa Joana de Brabante.
O texto das Crônicas
de Froissart está preservado em mais de 100 manuscritos iluminados,
que foram ilustrados por vários miniaturistas. Uma das cópias mais ricamente
iluminadas foi comissionada por Louis de Gruuthuse, um nobre flamengo, nos anos
1470. Os quatro volumes dessa cópia (BNF, Fr 2643; BNF, Fr 2644; BNF, Fr
2645; BNF, Fr 2646 ) contêm 112 miniaturas pintadas pelos melhores artistas de Bruges na época,
dentre os quais Loiset Lyédet, a quem as
miniaturas dos primeiros dois volumes foram atribuídas.
Jean Froissart
foi recompensado com o benefício eclesiástico de Lestines, povoação próxima de Binche. Chegou a
ser cónego de Chimay,
o que lhe permitiu viver livre de preocupações financeiras, podendo assim
realizar novas viagens, para recolher mais material de trabalho.
Volta a
Inglaterra, em 1395,
mas parece decepcionado com as mudanças que observa, interpretando-as como o
fim da cavalaria.
Desconhecem-se a
data e as circunstâncias da sua morte. Consta que faleceu na Abadia de Santa
Monegunda de Chimay.
·
Música
A primeira das
três aberturas compostas pelo músico inglês Edward
Elgar é intitulada Froissart, [1]
e evoca Jean Froissart e o espírito cavalheiresco, conforme atesta a citação de
Keats, no alto da
partitura:
When chivalry lifted up her lance on high ("Quando a cavalaria
erguia sua lança nas alturas").
Obras
· Dits et débats (Le Temple d'Honneur, Le joli Mois de Mai, Le dit de
·
Le paradis d'amour
·
L'orloge amoureus
·
Lais amoureus et de Nostre Dame
·
Pastourelles
·
·
Ballades
·
Virelais
·
Rondeaux
Referências
·
Classical Archives. Sir Edward Elgar. Froissart, concert overture,
Op.19.
Ligações
externas
·
Fragmento do
primeiro livro das Crónicas, séc. XV. Manuscrito numerado por páginas
·
Fragmento dos Seis
burgueses de Calais (em francês)
As ilustrações das Crónicas de Froissart (Bibliothèque nationale
de France):
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