Philippe de
Vitry (Vitry-en-Artois ?, 31 de
outubro de 1291
— Meaux, 9 de junho
de 1361), Bispo de
Meux, foi um compositor, matemático,
diplomata,
militar, musicólogo,
filósofo
e poeta francês. Foi
um pioneiro da Ars
nova e uma das figuras de proa da música européia da Idade
Média.
Pouco se sabe
sobre sua vida em detalhe. É possível que tenha estudado música na Escola de Notre-Dame. Tornou-se um distinguido
conselheiro e secretário da corte francesa, servindo a três reis, Carlos IV, Filipe VI e João II. Possivelmente devido a estas ligações
ele foi indicado cônego em várias dioceses, incluindo as de Clermont, Beauvais e
Paris. Também trabalhou para os papas de Avinhão. Além disso foi diplomata e militar, tendo
participado no cerco de Aiguillon em 1346. Em 1351 foi feito Bispo de Meux.[1]
Foi louvado por
toda a sua geração como um dos maiores músicos e teóricos da época, sendo um assíduo
correspondente de Petrarca, que disse ele ser o melhor poeta da França, e
amigo de Nicole Oresme, célebre matemático e musicólogo.
Escreveu o tratado Ars nova musicae (c. 1320), que deu o nome ao estilo
musical do séc. XIV, em parte uma glosa do trabalho Plana musica de Johannes de Garlândia, tratando dos intervalos,
gêneros, proporções, monocórdio, solmização,
musica
ficta e da notação mensural mais moderna de sua época,
defendendo a adoção livre do ritmo binário, codificando os modos
rítmicos e estabelecendo a mínima como
unidade de medida básica. Descreveu a isorritmia
e a aplicou ao moteto,
consolidando a forma do moteto isorrítmico, da qual foi um dos pioneiros e um
dos mais insignes praticantes.[2]
A maioria das fontes posteriores referem Vitry como o inventor do sistema Ars
nova, e ele foi possivelmente o seu mais ativo defensor.[3]
Apesar de ser conhecido como um compositor prolífico, poucas obras suas
sobreviveram, apenas um punhado de motetos sobre seus próprios poemas, que se
encontram no Roman de Fauvel e no Codex de Ivrea. Apesar desse
escasso testemunho, é o bastante para apontá-lo como um compositor altamente
dotado e original, e um poeta igualmente qualificado.[4][5]
Referências
- Wright, Craig. Music and Ceremony at Notre Dame of Paris,
500-1550. Cambridge University Press, 2008. p. 300
- Randel, Don Michael. The Harvard dictionary of music. Harvard University Press, 2003. p. 59
- Christensen, Thomas Street. The Cambridge history of Western music theory . Cambridge University Press, 2002. p. 635
- McComb, Todd. Philippe de Vitry. Classical Net
- Drees, Clayton J. The late medieval age of crisis and renewal, 1300-1500:
a biographical dictionary. The great
cultural eras of the Western world. Greenwood Publishing Group, 2001. pp.
495-496
Ver
também
· Ars nova
· Moteto
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