O Romance da Rosa (Roman de la Rose, em língua francesa) é um poema francês medieval escrito como um sonho alegórico sobre o amor. A obra está dividida em duas partes, muito diferentes entre si, sendo a primeira uma das principais obras literárias influenciadas pelo amor cortês. A segunda parte, escrita por outro autor, adota um tom mais filosófico e mundano.
Partes
A obra está composta por
duas partes, escritas por dois escritores distintos em versos octossilábicos.
A primeira foi escrita por Guilherme de Lorris na
década de 1230 e descreve as tentativas de um cortesão para conquistar sua amada,
representada por uma rosa. A ação ocorre num jardim
cercado por um muro, cujo interior representa o romance, enquanto o exterior
representa a vida comum. O poema é narrado em primeira pessoa e os personagens,
além do narrador, são alegorias como a Razão e a Inveja, ou figuras mitológicas como Amor. Guillaume escreveu para um público
cortesão, e sua parte funciona como uma espécie de manual sobre a "arte de
amar".
Gullaume deixou a obra
incompleta, com 4058 versos. Cerca de 1275, 40 anos depois de concluída a
primeira parte, o romance foi continuado por Jean de Meun, que acrescentou-lhe 17724 novos
versos, terminados por volta de 1280. Esta segunda parte é muito diferente
ideologicamente da primeira, descrevendo o amor e as mulheres sob uma luz
negativa. A rosa, inalcançada na inacabada primeira parte, termina sendo
arrancada do jardim por meio da traição. Ao longo da segunda parte, Meun faz um
resumo do conhecimento filosófico e científico da sua época.
Influência
O Romance da Rosa foi
uma obra extremamente famosa na Idade Média francesa, conhecendo-se atualmente
mais de 300 manuscritos, muitos dos
quais belamente iluminados. A misoginia e sensualidade da segunda
parte, porém, despertaram severas críticas de personalidades da época
como Cristina de Pisano e
Jean de Gerson. Isso não impediu sua influência na obra de franceses como Guillaume de Machaut, Jean Froissart, Eustache Deschamps e François Villon e
estrangeiros como os os italianos Petrarca e Dante e
os ingleses John Gower e Geoffrey Chaucer. Este último chegou a
traduzir uma parte do poema (The Romaunt of the Rose).
Ver
também
Ligações
externas
· Roman de la Rose -
Biblioteca Nacional da França (em francês)[1]
· Roman de la Rose digital
library (em inglês e francês)[2]
· Tradução ao português, em três arquivos, da primeira parte do
poema: História Medieval
· Texto completo no Projecto Gutenberg: Vol. 1, Vol. 2
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