Geoffrey Chaucer (c. 1343 - 25 de
outubro, 1400)
foi um escritor,
filósofo,
cortesão e diplomata inglês.
Embora tenha escrito muitas obras, é mais lembrado pela sua obra narrativa
inacabada, Os Contos da Cantuária ("The Canterbury
Tales" em inglês), uma das mais importantes da literatura inglesa medieval.
Às vezes chamado
de pai de literatura inglesa, é atribuído a Chaucer por
alguns estudiosos o fato de ter sido o primeiro autor a demonstrar a
legitimidade artística do inglês
nativo,
em vez do francês ou do latim.
Biografia
Chaucer nasceu
por volta de 1343, em Londres, embora a data exata e o local do seu nascimento
não sejam conhecidos. Seu pai e seu avô eram ambos fabricantes de vinho em Londres e,
antes disso, há várias gerações, os membros da família eram comerciantes em Ipswich. Seu
nome é derivado do francês chausseur, significando sapateiro.[1]
Em 1324 John Chaucer, pai de Geoffrey, foi raptado por uma tia, na esperança de
casar o menino de doze anos de idade com sua filha, na tentativa de manter a
propriedade
Há poucos
detalhes do início da vida e da educação de Chaucer, mas em comparação com
poetas contemporâneos da mesma época, William
Langland e Pearl Poet, sua vida é bem
documentada, com cerca de quinhentos itens escritos que atestam a sua carreira.
A primeira vez que é mencionado é em 1357, nas contas domésticas de Elizabeth de Burgh, a condessa de Ulster, quando
ele se tornou pajem da condessa por meio de conexões de seu pai.[3]
Trabalhou também como um cortesão, diplomata e funcionário público, bem como
trabalhou para o rei, coletando e inventariando sucata.
Em 1359, nos
primeiros estágios da Guerra dos Cem Anos, Eduardo III invadiu a França e Chaucer
viajou com Leonel de Antuérpia, marido de Elizabeth, como
parte do exército inglês.
Em 1360, foi capturado durante o cerco de Reims, tornando-se
um prisioneiro de guerra. Eduardo III contribuiu com
Após isso, a
vida de Chaucer é incerta, mas ele parece ter viajado à França, Espanha e Flandres,
possivelmente como um mensageiro, e talvez até mesmo ter ido em peregrinação a Santiago de Compostela. Por volta de 1366,
casou-se com Filipa (de) Roet. Ela era uma
dama de companhia da rainha de Edward III, Filipa de Hainault, e uma irmã de Katherine Swynford, que mais
tarde (c. 1396) se tornou a terceira esposa do amigo e patrono de Chaucer, João
de Gante. É incerto quantos filhos Chaucer e Filipa tiveram, mas três ou
quatro são mais comumente citados. Seu filho, Thomas Chaucer, teve uma
carreira brilhante, como copeiro-mor de quatro reis, enviado à França, e Presidente
da Câmara dos Comuns. A filha de Thomas, Alice, casou-se com o duque de Suffolk. O bisneto
de Thomas (trineto de Geoffrey), João de la Pole,
Conde de Lincoln, era o herdeiro ao trono designado por Ricardo III antes de ser deposto. Outros
filhos de Geoffrey provavelmente incluíam Elizabeth Chaucy, uma freira na Abadia de Barking,[5][6]
Agnes, uma assistente da coroação de Henrique IV e outro filho, Lewis Chaucer.
Chaucer pode ter
estudado Direito no Inner Temple (uma Inn of Court, corporação profissional
de advogados) por volta dessa época, embora a prova definitiva esteja faltando.
Tornou-se um membro da corte real de Eduardo III em 20 de junho de
1367 em uma posição que poderia acarretar qualquer número de postos de
trabalho. Sua esposa também recebeu uma pensão para um emprego na corte. Ele
viajou ao exterior muitas vezes, pelo menos alguns deles em seu papel de um
valete. Em 1368, ele pode ter assistido ao casamento de Leonel de Antuérpia com
Violante, filha de Galeazzo II Visconti, em Milão. Duas
outras estrelas literárias da época estavam presentes: Jean
Froissart e Petrarca. Por esta altura, acredita-se que Chaucer tenha
escrito The Book of the Duchess
(O Livro da Duquesa) em homenagem a Branca de Lencastre, a última esposa de João de
Gante, que morreu em 1369.
Considerado um
dos grandes poetas da língua
inglesa, tendo antecedido William Shakespeare no refinamento poético e no
hábil trabalho com a língua, Chaucer viveu como uma espécie de agregado da
corte, o que lhe garantiu excelente educação e também a possibilidade de
dedicar-se às letras.
Durante o
período em que foi feito prisioneiro na França, teve
contato com a poesia
cortês,
que aguça seu ouvido de poeta para a musicalidade. Seu interesse pela poesia de
corte foi crescente e acabou por gerar uma tradução do famoso Roman de la
Rose.[7]
Possivelmente no
ano de 1343, filho
de um próspero mercador de vinhos, Geoffrey Chaucer conseguiu sobreviver na infância
à peste
negra. Quando jovem,
teve excelente formação ao se tornar pajem da corte do rei Eduardo III, consagrando-se como um
renomado tradutor
do francês e do latim. Daí ele
incorporar nos seus Contos da Cantuária, iniciados em 1386, passagens
inteiras de obras como Roman de la Rose de Guillaume de Lorris e da Consolatione
philosophiae do filósofo Boécio.
Mais ainda o mundo se lhe ampliou
com suas missões diplomáticas cumpridas entre 1370-1378. Homem educado na
corte, afeito aos tratados, enviaram-no ao Flandres, à Navarra, à França, e à Itália, onde
entrou em contato direto com a obras de Dante,
de Boccaccio
e de Petrarca.
A riqueza filológica que o cercava foi incorporada à sua obra, dotando a língua
Inglesa, desde aqueles tempos, da abertura e plasticidade que a fez um idioma universal
por excelência, sempre pronto a acolher as contribuições estrangeiras vindas
das mais diversas precedências.
Chaucer morreu
em 25
de outubro de 1400.
Abalado pela deposição de Ricardo II, ocorrida em 1399, o novo monarca, Henrique Bolingbroke (ambos os reis futuros personagens
de Shakespeare), no entanto, restaurou-lhe a
pensão que lhe havia sido retirada, impedindo que outras desgraças o
perturbassem, mas então já foi tarde. Ele foi o primeiro homem de letras a ser
enterrado em Westminster, a abadia que
abrigava as sepulturas
reais da Inglaterra.
Obras
· Ebook: Troilus and Criseyde
Troilus and Criseyde (Modern English: /ˈtrɔɪləs
ən ˈkrɛsᵻdə/) is a
poem by Geoffrey
Chaucer which re-tells
in Middle
English the tragic
story of the lovers Troilus and Criseyde set against a backdrop of war during the Siege of Troy. It was composed using rime royale and probably completed during the
mid 1380s. Many Chaucer scholars regard it as the poet's finest work. As a
finished long poem it is more self-contained than the
better known but ultimately uncompleted Canterbury Tales. This poem is often considered the source of
the phrase: "all good things must come to an end" (3.615).
Although Troilus is a character from
Ancient Greek literature, the expanded story of him as a lover was of Medieval origin. The first
known version is from Benoît
de Sainte-Maure's
poem Roman
de Troie, but
Chaucer's principal source appears to have been Boccaccio who re-wrote the tale in his Il Filostrato. Chaucer attributes the story to a
"Lollius" (whom he also mentions in The House of Fame), although no writer with this name
is known.[1] Chaucer's version can be said to
reflect a less cynical and less misogynistic world-view than Boccaccio's, casting Criseyde as fearful and
sincere rather than simply fickle and having been led astray by the eloquent
and perfidious Pandarus. It also inflects the sorrow of the
story with humour.
The poem had an important legacy for
later writers. Robert
Henryson's Scots
poem The Testament of Cresseid imagined a tragic fate for Criseyde not given
by Chaucer. In historical editions of the English Troilus and Criseyde,
Henryson's distinct and separate work was sometimes included without
accreditation as an "epilogue" to Chaucer's tale. Other texts, for
example John Metham's Amoryus
and Cleopes (c.
1449), adapt language and authorship strategies from the famous predecessor
poem.[2] Shakespeare's tragedy Troilus
and Cressida,
although much blacker in tone, was also based in part on the material.
Troilus and Criseyde is usually considered to be a courtly romance, although the generic
classification is an area of significant debate in most Middle English literature. It is part of the Matter of Rome cycle, a fact which Chaucer
emphasizes.[3]
Characters
- Achilles, a Greek
warrior
- Antenor, a soldier held captive by the Greeks, traded
for Criseyde's safety, eventually betrays Troy
- Calchas, a Trojan prophet who joins the Greeks
- Criseyde, Calchas'
daughter
- Diomede, woos Criseyde in the Greek Camp
- Helen, wife to Menelaus, lover of Paris
- Pandarus, Criseyde's uncle, who advises Troilus in the wooing of Criseyde
- Priam, King of
Troy
- Cassandra, Daughter of Priam, a prophetess at the temple of Apollo
- Hector, Prince of
Troy, fierce warrior and leader of the Trojan armies
- Troilus, Youngest son of Priam, and wooer of Criseyde
- Paris, Prince of Troy, lover of Helen
- Deiphobus, Prince of Troy, aids Troilus in the wooing of Criseyde.
Synopsis
Calchas, a soothsayer, foresees the
fall of Troy and abandons the city in favour of the Greeks; his daughter,
Criseyde, receives some ill will on account of her father's betrayal. Troilus,
a warrior of Troy, publicly mocks love and is punished by the God of Love by
being struck with irreconcilable desire for Criseyde, whom he sees passing
through the temple. With the help of sly Pandarus, Criseyde's uncle, Troilus
and Criseyde begin to exchange letters. Eventually, Pandarus develops a plan to
urge the two into bed together; Troilus swoons when he thinks the plan is going
amiss, but Pandarus and Criseyde revive him. Pandarus leaves, and Troilus and
Criseyde spend a night of bliss together. Calchas eventually persuades the
Greeks to exchange a prisoner of war, Antenor, for his daughter Criseyde.
Hector, of Troy, objects; as does Troilus, although he does not voice his
concern. Troilus speaks to Criseyde and suggests they elope but she offers a
logical argument as to why it would not be practical. Criseyde promises to deceive
her father and return to Troy after ten days; Troilus leaves her with a sense
of foreboding. Upon arriving in the Greek camp, Criseyde realizes the
unlikeliness of her being able to keep her promise to Troilus. She writes
dismissively in response to his letters and on the tenth day accepts a meeting
with Diomede, and listens to him speak of love. Later, she accepts him as a
lover. Pandarus and Troilus wait for Criseyde: Pandarus sees that she will not
return and eventually Troilus realizes this as well. Troilus curses Fortune,
even more so because he still loves Criseyde; Pandarus offers some condolences.
The narrator, with an apology for giving women a bad name, bids farewell to his
book, and briefly recounts Troilus's death in battle and his ascent to the
eighth sphere, draws a moral about the transience of earthly joys and the
inadequacy of paganism, dedicates his poem to Gower and Strode, asks the
protection of the Trinity, and prays that we be worthy of Christ's mercy.[4][5]
· Ebook: The Canterbury Tales / Geoffrey Chaucer ; edited by Walter W. Skeat
The
Canterbury Tales (Os Contos da Cantuária, ou Os
Contos de Canterbury, em inglês)
é uma coleção de histórias (duas delas em prosa, e outras
vinte e duas em verso)
escritas a partir de 1387
por Geoffrey Chaucer, considerado um dos
consolidadores da língua inglesa. Na obra, cada conto é narrado por
um peregrino de um grupo que realiza uma viagem desde Southwark (Londres) à Catedral de Cantuária para visitar o túmulo de
São Thomas Becket. A estrutura geral é inspirada
no Decamerão,
de Boccaccio.
A coleção de
personagens dos Contos da Cantuária é muito rica, com representantes de
todas as classes sociais, e os temas são igualmente variados. Os contos são
recheados de acontecimentos curiosos, passagens pitorescas, citações clássicas,
ensinamentos morais, relacionados à vida e aos costumes do séc. XIV na Inglaterra.
Escrita em inglês médio, a obra foi importante na consolidação
deste idioma como língua literária em substituição ao francês e ao latim, ainda
utilizados na época de Chaucer em preferência ao inglês.
Redação e manuscritos
Não se sabe ao
certo quando foram escritos os Contos da Cantuária, mas menções em outras
obras de Chaucer permitem concluir que a maior parte dos contos foi redigida a
partir dos últimos anos da década de 1380 até a morte do autor, em 1400.[1]
De acordo com o que Chaucer explica no Prólogo Geral da obra, o plano
original previa que haveria quatro contos por cada personagem.[2]
Chaucer morreu sem conseguir completar esse imenso plano, e assim a obra pode
ser considerada inacabada. Além disso há um conto, o do Cozinheiro, que
permaneceu sem o final.
Existem
atualmente 83 manuscritos medievais dos Contos, com textos mais
ou menos completos.[3]
Esse grande número de manuscritos é evidência da grande popularidade da obra ao
longo do séc. XV na Inglaterra. Nenhum deles é do punho do próprio Chaucer, mas
alguns parecem haver sido copiados por escribas pouco tempo depois da sua
morte. Um dos mais importantes é o manuscrito Hengwrt, copiado entre 1400 e
1410 e quase completo, que preserva a linguagem de Chaucer com bastante exatidão.[4]
O manuscrito mais famoso, apesar de ter muitas edições que o afastam do
original de Chaucer, é o manuscrito Ellesmere, belamente decorado com iluminuras.[5]
A primeira
versão impressa dos Contos foi publicada em 1476 por William
Caxton em Westminster, seguida de outra em 1483.[6]
A obra foi, assim, a primeira grande obra em língua inglesa a ser impressa.
Seguiram-se muitas outras edições ao longo dos séculos seguintes.[7]
Os diferentes
manuscritos da obra apresentam os contos em diferente ordem, não sendo sabido a
ordem pensada por Chaucer.[8]
Alguns, porém, apresentam clara relação um com o outro, o que ajuda a
estabelecer uma ordem de alguns contos, agrupados em "fragmentos".[9]
Um ordenamento popular nas edições dos Contos é o seguinte:
Fragmento e Contos
Fragmento I(A) - Prólogo geral,
Cavaleiro, Moleiro, Carpinteiro, Cozinheiro
Fragmento II(B¹) - Jurista
Fragmento VII(B²) - Marinheiro,
Prioresa, Sir Thopas, Melibeu, Monge, Capelão das monjas
Fragmento VI(C) - Médico, Vendedor de
indulgências
Fragmento III(D) - Mulher de Bath,
Frade mendicante, Oficial de justiça
Fragmento IV(E) - Estudante, Mercador
Fragmento V(F) - Escudeiro,
Proprietário de terras
Fragmento VIII(G) - Segunda freira,
Criado do cônego
Fragmento IX(H) - Provedor
·
Linguagem
Chaucer escreveu
em inglês médio, mais especificamente no dialeto
londrino, que com o tempo contribuiria ao dialeto adotado como padrão para a
burocracia inglesa (o Padrão da Chancelaria - Chancery Standard).[10]
A pronúncia na linguagem dos Contos difere em muitos aspectos da
pronúncia do inglês atual, o que dificulta a leitura do original pelo leitor moderno.
A maior causa destas diferenças é que a chamada Grande Mudança Vocálica não havia ainda ocorrido
completamente[11]
e, como consequência, muitas das vogais de Chaucer eram pronunciadas de uma
maneira mais parecida ao latim, italiano ou português que ao inglês moderno.
Por exemplo, a palavra "been" (particípio passado do verbo to be)
era pronunciada "ben" (/be:/, com um longo "e") ao invés de
"bin" (/bi:/, longo "i") como no inglês moderno.
·
Fontes
Chaucer era um
homem de letras culto e seus escritos demonstram grande conhecimento de obras
como a Bíblia
e o Romance da Rosa e autores como Ovídio, Dante, Petrarca e Boécio (deste
último chegou a traduzir a Consolação da Filosofia ao
inglês).[12]
Também era grande conhecedor de escritores ingleses contemporâneos, como seu
amigo John
Gower, e textos morais e religiosos diversos. Há referências a várias
destas obras e autores nos Contos da Cantuária.
Em relação à
forma narrativa geral, considera-se que a fonte mais importante de Chaucer na
composição dos Contos foi o Decamerão,
de Bocácio.[13]
Esta última obra também apresenta uma coleção de contos narrada por um grupo de
pessoas, e vários dos contos do escritor inglês tem um paralelo na obra do
italiano. A grande originalidade de Chaucer está no universo dos contos e dos
personagens: enquanto no Decamerão os narradores de contos são nobres fugidos
da peste
negra, na obra de Chaucer encontram-se personagens de todas as classes sociais,
desde o povo comum (moleiro, cozinheiro etc), religiosos (monge, prioresa) e
nobres (cavaleiro, escudeiro). Cada um destes personagens narra um conto de
acordo com sua visão de mundo, evidenciando a grande capacidade narrativa de
Chaucer.
·
Argumento
A obra centra-se
num grupo viajantes que, saindo da pousada Tabard em Southwark (Londres),
dirigem-se à Catedral de Cantuária, com o objetivo de
prestar homenagem ao santuário de São Thomas Becket, um bispo católico assassinado,
em 1170, por
partidários do rei Henrique II de Inglaterra.
Entre os
viajantes está o próprio Chaucer. No Prólogo, o autor descreve em
primeira pessoa os peregrinos reunidos na pousada, das mais variadas posições
sociais e ofícios. As descrições são muito detalhadas, incluindo a aparência
física, defeitos e virtudes de personalidade e dados da biografia. Os
personagens incluem um cavaleiro e seu escudeiro, um mercador, monges, um frade
mendicante, uma prioresa, um pároco, um vendedor de indulgências,
um estudante, alguns profissionais liberais (um médico, um advogado, um
jurista), um moleiro, um feitor, um cozinheiro, um marinheiro, um carpinteiro,
um tintureiro, um tapeceiro, um marujo, um lavrador e uma viúva de cinco
maridos. Assim, quase toda a sociedade medieval está retratada entre os peregrinos.
Ainda na
pousada, por sugestão do hoteleiro, os personagens decidem passar o tempo
durante a viagem contando histórias. Aquele que contar o melhor conto, na
opinião da maioria, ganhará um jantar grátis. A partir desse ponto cada
personagem conta um conto, de uma grande variedade temática, de acordo com a
posição social de cada um. Muitos dos relatos são precedidos por um pequeno
prólogo, e muitos são comentados entre os personagens depois de serem contados.
A variedade dos
contos é evidente desde o início. O primeiro conto é o do cavaleiro, que narra
uma história heroica típica dos romances de cavalaria da época, em que os
valores principais são o amor
cortês, a coragem e a honra. Segue-se o relato do moleiro, que conta uma
história totalmente diferente, de caráter mundano e erótico e com uma linguagem
de baixo calão, sobre como um estudante universitário engana o proprietário de
sua casa para dormir com a mulher deste. Os contos que se seguem são de grande
variedade, segundo a personalidade e o estrato social do narrador.
No final da obra
Chaucer incluiu uma retratação, em que desculpa-se a Deus e aos leitores
pelo baixo nível moral de alguns contos.
·
Influência
Diz-se
frequentemente que as obras de Chaucer em geral e Os Contos da Cantuária
em particular contribuíram para que a língua
inglesa se popularizara como língua literária, uma vez que desde a conquista normanda da Inglaterra
até o séc. XIV as línguas de maior prestígio no país foram o latim e o francês.[14]
É verdade, porém, que outros escritores contemporâneos de Chaucer também
escreveram em inglês, de maneira que também é possível considerar os Contos
como uma parte - importante - da tendência de adoção da língua
vernacular como língua literária na Inglaterra de finais do séc. XIV.
Evidência da
importância dada aos Os Contos da Cantuária é a existência de continuadores
que adicionaram material à obra inacabada ou criaram contos novos. O Conto
do Cozinheiro, deixado inacabado, foi completado por um escriba anônimo.[15]
Outra adição é o Conto do Camponês (Plowman's Tale), um conto
anônimo do séc. XV incorporado a alguns manuscritos.[16]
Já o anônimo Conto de Beryn (Tale of Beryn), também do séc. XV,
narra a chegada dos peregrinos à Cantuária e as aventuras amorosas do vendedor
de indulgências.[17]
Um contemporâneo de Chaucer, o escritor John Lydgate, escreveu o Cerco de
Tebas (Siege of Thebes, 1420) como um conto adicional dos Contos
da Cantuária, incluindo a si mesmo como um dos peregrinos.[17][18]
Os Contos
foram impressos várias vezes a partir de fins do séc. XV, garantindo assim a
influência da obra nas seguintes gerações de escritores ingleses. Um exemplo
dessa influência é a peça teatral Os Dois Nobres Parentes, de William Shakespeare e John
Fletcher, uma adaptação do Conto do Cavaleiro de Chaucer datada do
início do séc. XVII.[19]
A escritora inglesa J. K. Rowling, reconhecida pela sua série Harry Potter,
disse ter se inspirados nos contos para criar o livro Contos de Beedle, o Bardo, parte do
universo da série.
·
Traduções em português
Em Portugal, Os Contos da Cantuária
foram parcialmente traduzidos por Olívio Caeiro, que verteu o Prólogo Geral
e dois contos[20]. No Brasil, Paulo
Vizioli realizou uma tradução em prosa, quase completa, publicada em 1987[21]; o Conto de
Chaucer sobre Melibeu e o Conto do Pároco encontram-se nesta
tradução em forma de sinopses, como, aliás, em algumas edições em inglês (por
exemplo, na tradução ao inglês moderno de Nevil Coghill). Em 2012, foi
publicada no Brasil a tradução em versos realizada por José Francisco Botelho[22]. Também nessa
tradução, o Conto de Chaucer sobre Melibeu e o Conto do Pároco
encontram-se resumidos. Na tradução de Botelho, todas as passagens
originalmente versificadas encontram-se em verso, com métrica e rimas.
Referências bibliográficas
- Chaucer: Life-Records, Martin M. Crow and Clair C. Olsen. (1966)
- Hopper, Vincent Foster, Chaucer's Canterbury Tales (Selected):
An Interlinear Translation, Barron's Educational Series, 1970, ISBN 0-8120-0039-0
- Morley, Henry, A first sketch of English literature, Cassell
& Co., 1883, from Harvard University
- Skeat, W.W., The Complete Works of Geoffrey Chaucer. Oxford:
Clarendon Press, 1899.
- Speirs, John, "Chaucer the Maker", London: Faber and
Faber, 1951
- The Riverside Chaucer, 3rd ed. Houghton-Mifflin,
1987 ISBN 0-395-29031-7
- Ward, Adolphus
W. (1907). Chaucer. Edinburgh: R. & R. Clark, Ltd
- Pearsall, Derek. The Canterbury Tales. London: G. Allen
& Unwin, 1985. ISBN 0-04-800021-3 (Google Books)
Ligações externas
- Obras de
Geoffrey Chaucer
no Projeto
Gutenberg
- Os Contos de
Cantuária no Projeto
Gutenberg
- Literatura de
e sobre Geoffrey Chaucer no catálogo da Biblioteca Nacional da Alemanha
Lista de obras e Referências (ENG)
The following major
works are in rough chronological order but scholars still debate the dating of
most of Chaucer's output and works made up from a collection of stories may
have been compiled over a long period.
Major works
·
Translation of Roman de la Rose, possibly extant as The Romaunt of the
Rose
·
Translation of Boethius' Consolation of
Philosophy as Boece
Short poems
· An ABC
·
Chaucers Wordes
unto Adam, His Owne Scriveyn (disputed)[47]
· The Complaint unto
Pity
·
The Complaint of
Chaucer to his Purse
· The Complaint of
Venus
· A Complaint to His
Lady
· The Former Age
· Fortune
· Gentilesse
· Lak of
Stedfastnesse
· Lenvoy de Chaucer a
Scogan
· Lenvoy de Chaucer a
Bukton
· Proverbs
· Balade to
Rosemounde
· Truth
· Womanly Noblesse
Poems of doubtful authorship
· Against Women
Unconstant
· A Balade of
Complaint
· Complaynt D'Amours
· Merciles Beaute
·
The Equatorie of
the Planets - A rough translation of a Latin work derived
from an Arab work of the same title. It is a description of the construction
and use of a planetary equatorium, which was used in calculating planetary orbits and positions (at the
time it was believed the sun orbited the Earth). The similar Treatise on the
Astrolabe, not usually doubted as
Chaucer's work, in addition to Chaucer's name as a gloss to the manuscript are
the main pieces of evidence for the ascription to Chaucer. However, the
evidence Chaucer wrote such a work is questionable, and as such is not included
in The Riverside Chaucer. If Chaucer did not compose this work, it was
probably written by a contemporary.
Works presumed lost
·
Of the Wreched
Engendrynge of Mankynde, possible
translation of Innocent III's De miseria conditionis humanae
· Origenes upon the
Maudeleyne
·
The Book of the
Leoun - "The Book of the Lion" is mentioned
in Chaucer's retraction. It has been speculated that it may have been a
redaction of Guillaume de
Machaut's 'Dit dou lyon,' a story about courtly love (a
subject about which Chaucer frequently wrote).
Spurious works
·
The Pilgrim's Tale - written in the 16th century with many
Chaucerian allusions
·
The Plowman's Tale or The Complaint of the Ploughman - a Lollard satire later appropriated as
a Protestant text
·
Pierce the
Ploughman's Crede - a Lollard
satire later appropriated by Protestants
·
The Ploughman's Tale - its body is largely a version of Thomas Hoccleve's "Item de Beata Virgine"
·
"La Belle Dame Sans Merci" - Richard Roos's translation of a poem of the same name by Alain Chartier
·
The Testament of
Love - actually by Thomas Usk
· Jack Upland - a Lollard
satire
·
The Floure and the
Leafe - a 15th-century allegory
Derived works
·
God Spede the
Plough - Borrows twelve stanzas of Chaucer's Monk's
Tale
Referências (ENG)
· Benson, Larry D.;
Pratt, Robert; Robinson, F. N., eds. (1987). The Riverside Chaucer (3rd ed.). Houghton-Mifflin. ISBN 978-0-395-29031-6.
·
Crow, Martin M.; Olsen, Clair C. (1966). Chaucer:
Life-Records.
· Hopper, Vincent
Foster (1970). Chaucer's Canterbury Tales (Selected): An Interlinear
Translation. Barron's
Educational Series. ISBN 978-0-8120-0039-9.
· Hulbert, James Root
(1912). Chaucer's Official Life. Collegiate Press, G. Banta Pub. Co. p. 75. Retrieved 12 July 2011.
· Morley, Henry
(1883). A First Sketch of English Literature. Harvard University.
· Skeat, W. W. (1899).
The Complete Works of Geoffrey Chaucer. Oxford: Clarendon Press.
· Speirs, John (1951).
Chaucer the Maker. London:
Faber and Faber.
·
Ward, Adolphus W. (1907). "Chaucer".
Edinburgh: R. & R. Clark.
External links
·
Geoffrey Chaucer at the Encyclopædia
Britannica
·
Works by Geoffrey Chaucer at Project Gutenberg
·
Works by or about Geoffrey Chaucer at Internet Archive
·
Works by Geoffrey Chaucer at LibriVox (public
domain audiobooks)
·
Poems by Geoffrey Chaucer at PoetryFoundation.org
·
The Canterbury Tales: A Complete Translation into Modern English by Ronald L. Ecker and Eugene J. Crook.
·
BBC television adaptation of certain of The Canterbury Tales
·
"Geoffrey Chaucer Hath a Blog" (A Chaucer parody blog)
·
Chaucer at The
Online Library of Liberty
·
Geoffrey Chaucer on In Our Time at the BBC
Educational institutions
·
Chaucer Page by Harvard University, including interlinear translation of The
Canterbury Tales
·
Caxton's Chaucer - Complete
digitised texts of Caxton's two earliest editions of The Canterbury Tales
from the British Library
·
Caxton's Canterbury Tales: The British Library Copies An online edition with complete transcriptions and
images captured by the HUMI Project
·
Chaucer Metapage - Project in addition to the 33rd International Congress of Medieval
Studies
·
Three near-contemporary portraits of Chaucer
·
Astronomy and astrology in Chaucer's work
· Chaucer and his works: Introduction to Chaucer and his works (Descriptions of books with images, University of Glasgow Library)
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