Chrétien de
Troyes (c. 1135 - c. 1191) foi um poeta e trovador francês do final do séc. XII. Foi um dos
primeiros autores de romances
de cavalaria,
sendo também considerado o primeiro grande novelista em língua
francesa.
Suas obras inspiraram a literatura em toda a Europa Ocidental durante a Idade Média.
Biografia
Conhece-se muito
pouco sobre sua vida. Supõe-se que tenha nascido em Troyes, como ele
mesmo informa em um verso em sua primeira novela, Érec et Énide (c. 1170), no qual se refere a
si mesmo como Crestïens de Troies. De fato, Chrétien escreve em um
dialeto da Champagne, compatível com essa origem. Seus
escritos denotam grande cultura, indicando que ele pode ter recebido educação clerical.
Sua produção literária abarca da década de 1160 até cerca de 1190.
Em seu romance Lancelot, o autor
afirma que trabalhava na corte da condessa Maria de Champagne (1145-1198). No prólogo da
sua última obra, o Conto do Graal, Chrétien
afirma trabalhar para o conde Felipe de Flandres
(1143-1191).
Obra e
inspiração
Toda a obra de
Chrétien gira ao redor do ciclo
arturiano da Matéria da Bretanha, ou seja, dos cavaleiros da Távola Redonda da corte
do rei
Artur, à qual Chrétien dá uma necessária dimensão cristã. Em sua obra,
nota-se também a influência das canções de gesta do séc. XII. Ao contrário destas,
porém, em que predominava o sentido patriótico, o que se observa nas estórias
de Chrétien é a luta individual do cavaleiro em busca da virtude e do amor
feminino, dentro da estética do amor
cortês. Sua obra é a primeira a mencionar temas tão conhecidos hoje como a
busca do Santo
Graal e o amor entre Lancelote e a rainha
Genebra.
A obra de
Chrétien inclui cinco grandes poemas em versos octasilábicos. Destes, quatro
estão completos: Erec e Enida (c. 1170), Cligès
(c. 1176), Ivain, o Cavaleiro do Leão e Lancelote, o Cavaleiro da Carreta,
os dois últimos escritos simultaneamente entre 1178 e 1181. Os últimos mil
versos de Lancelot foram terminados por Godefroi de Leigni, aparentemente com a anuência
de Chrétien. O romance final de Chrétien foi Perceval, o Conto do Graal,
dedicado a Felipe de Flandres, mas que permaneceu inacabado, com apenas nove
mil versos. A razão para isso deve ter sido a morte do autor. Mais tarde,
quatro diferentes poetas adicionaram 54 mil novos versos ao romance.
A ele são também
atribuídas duas obras menores: o romance Guillaume d'Angleterre (uma
atribuição à qual não se dá crédito atualmente) e Philomela, o único de
seus quatro poemas baseados nas Metamorfoses
de Ovídio
que sobreviveu. Em uma de suas obras, Chrétien afirma haver escrito um livro
sobre o rei Marc e Isolda (da lenda de Tristão e Isolda), mas essa obra encontra-se hoje
perdida.
Obras
· Érec
et Énide,
cerca de 1170
· Cligès, cerca de 1176
· Lancelote, o Cavaleiro da Carreta, cerca de
1178-1181
· Ivain, o Cavaleiro do Leão, cerca de
1178-1181
· Perceval ou le Conte du Graal, cerca de
1182-1190 (inacabado)
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