Hildeberto de Lavardin ou Hildeberto
de Tours (em latim: Hildebertus Turonensis; c. 1055-18 de dezembro de 1133) foi um escritor
e clérigo francês. Seu nome aparece
também como Hidalberto (Hydalbert), Gildeberto (Gildebert)
e Aldeberto (Aldebert).
Vida
Hildeberto
nasceu de pais pobres em Lavardin, perto de Vendôme, e
foi desde cedo destinado à igreja. Provavelmente um pupilo de Berengário de Tours, tornou-se mestre da escola
de Le Mans.
Em 1091, foi feito arcediago e, em 1096, bispo de Le Mans. Teve que
enfrentar a hostilidade de parte de seu clero e também do rei
Guilherme II da Inglaterra, que capturou
sua cidade o levou cativo para a Inglaterra por um ano.
Viajou para Roma e tentou obter
permissão para renunciar ao seu bispado, que o papa
Pascoal II recusou-se a conceder. Em 1116, sua diocese foi atirada em
grande confusão por causa da pregação de Henrique de Lausanne, que estava denunciando o
alto clero, especialmente o bispo. Apesar de ter conseguido convencê-lo a
deixar a região de Le Mans, os efeitos de seus discursos foram duradouros.
Em 1125,
Hildeberto foi transladado contra sua
vontade para a arquidiocese de Tours,
onde entrou em conflito com Luís VI da França sobre os direitos do patronato
eclesiástico e, com o bispo de Dol sobre a autoridade de
sua sé na Bretanha.
Presidiu o Sínodo de Nantes e morreu em
Tours, provavelmente em 18 de dezembro de 1133. Hildeberto construiu parte da
catedral de Le Mans. Alguns autores se referem a ele como santo, mas
aparentemente não há autoridade para isto. Ele não era um homem de vida
estrita, mas seus contemporâneos o tinham em grande estima, chamando-o de "egregius
versificator".
Obras
As obras
sobreviventes de Hilberto consistem principalmente de cartas, poemas, uns
poucos sermões, duas "Vitae" (biografias) e um ou dois
tratados. Uma edição de suas obras, preparada pelo maurista Antoine Beaugendre e
intitulada "Venerabilis Hildeberti, prima Cenomanensis episcopi, deinde
Turonensis archiepiscopi, opera tam edita quam inedita", foi publicada
em Paris em 1708 e foi republicada com algumas adições por J-J Bourassé em
1854. Estas edições, porém, tem diversos defeitos. Elas creditam Hildeberto com
numerosos escritos de outros e omitem alguns que são dele, fatos que afetaram a
posição de Hildeberto na história do pensamento medieval.
Antes ele era
visto como um filósofo, uma opinião que se baseava em sua autoria do importante
"Tractatus theologicus" — que agora é atribuído a Hugo de São Vítor. Suas cartas foram muito populares
nos séculos XII e XIII e eram frequentemente utilizadas como clássicos nas
escolas da França e da Itália. Elas, que tratam da disputa entre o imperador Henrique V e o papa
Pascoal II, foram editadas por Ernst Sackur e impressas na "Monumenta
Germaniae historica. Libelli de lite ii" (1893).
Seus poemas,
sobre vários temas, são desfigurados por defeitos de estilo e métrica, mas eram também muito populares.
Hildeberto conseguiu alguma celebridade ainda como pregador, tanto em francês quanto em latim, mas apenas
uns poucos de seus sermões sobreviveram, sendo que a maioria dos 44 que seus
editores atribuem a ele sendo, na verdade, de Pedro
Lombardo e outros.
As "Vitae"
que Hildeberto escreveu são sobre Hugo
de Cluny e Santa Radegunda. O "liber de Querimonia et
Conflictu carnis et Spiritus seu animae" é, sem dúvida, obra sua.
Hildeberto esa um excelente estudioso do latim, com bons conhecimentos de Cícero, Ovídio e
outros autores, e seu espírito é mais o de um escritor pagão que o de um cristão.
Hildeberto
enviou cartas e poemas para Adela da Normandia aconselhando-a a ser clemente
e elogiando sua regência de Blois.
Referências
· Barthélemy Hauréau, Les Mélanges
poetiques d'Hildebert de Lavardin (Paris, 1882) e Notices et extraits de
quelques manuscrits latins de
·
P. de Deservillers, Un évêque au
douzième siècle Hildebert et son temps (Paris, 1876)
·
Edward Augustus
Freeman, The Reign of Rufus, vol. ii (
· Tomo XI da Histoire
litteraire de
· Tomo IV da Histoire littéraire
du Maine
(B.Hauréau).
·
H. Böhmer in Band viii. of Herzog-Hauck's Realencyklopädie
(1900)
· Adolphe Dieudonné, Hildebert de
Lavardin, évéque du Mans, archévéque de Tours. Sa vie, ses lettres (Paris,
1898); Ver também: texto completo em Revue Historique et Archéologique du
Maine, coll.DVD-RHAM, Société Historique et Archéologique du Maine, Le
Mans, 2006.
· Wilmart, A., Le florilège de Saint-Gatien. Contribution à
l'étude des poèmes d'Hildebert et de Marbode, Revue Bénédictine 48 (1936) 3-40,
147-181, 235-258
Ligações
externas
· Este artigo
incorpora texto do artigo «Hildebert» (em inglês) da Encyclopædia Britannica (11.ª edição),
publicação em domínio
público.
· "Hildebert of
Lavardin"
na edição de 1913 da Enciclopédia
Católica
(em inglês). Em domínio
público.
· Friedrich Wilhelm
Bautz: Hildeberto de
Lavardin.
Em: Biographisch-Bibliographisches
Kirchenlexikon
(BBKL).
· Women's Biography: Adela, countess of Blois, Chartres, and Meaux. Três cartas e três poemas de Hildeberto (em inglês).
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