Teodoro Pródromo ou Prodromo
(em grego: Θεόδωρος Πρόδρομος; transl.: Theódoros Pródromos; em latim: Prodromus;
ca. 1100 - ca.
1165/70), provavelmente a mesma pessoa chamada de Ptocoprodromo
(em grego: Πτωχοπρόδρομος , "Pobre
Pródromos"), foi um escritor bizantino, conhecido por
sua obra em prosa e poesia.
Biografia
Muito pouco se
sabe sobre a sua vida. Continuando o gênero iniciado por Nicolau
Calicles, ele escreveu poemas ocasionais para um
diverso círculo de patronos na corte do Império Bizantino. Algumas das peças literárias
atribuídas a ele permanecem inéditas, enquanto que outras, publicadas, foram
erroneamente atribuídas a ele. Teodoro escreveu durante os reinados de João II Comneno (r. 1118-1143) e Manuel
I (r. 1143-1180), sendo que, deste último, recebia uma prebenda. Ele
terminou seus dias como um monge.
Apesar dos panegíricos
e de sua forma convencional, suas obras, geralmente compostas em público, são
uma fonte de informações sobre muitos aspectos da história bizantina do
período. Há uma forte veia satírica em suas obras, que vão desde epigramas e
diálogos até cartas e, ocasionalmente, peças em prosa e verso.
Obras
A atividade
literária de Teodoro Pródromo foi vasta e versátil, com diversas obras que
chegaram até nossos dias em grego.
Tomando como exemplo a Etiópica de Heliodoro de Emesa, ele escreveu uma novela em
verso chamada Rodante e Dosicles (Τὰ κατὰ Ῥοδάνθην καὶ Δοσικλέα), em nove livros. A "Guerra de Gatos e
Ratos" (Κατομυομαχία) é uma paródia
dramática das tragédias gregas clássicas, com papéis dramáticos
para os ratos. A ação acontece fora do palco e é relatada em dois discursos
proferidos por um mensageiro. Um deus
ex machina (solução mirabolante) salva os ratos do gato no final. Ele também
escreveu dois poemas satíricos, um contra uma velha assanhada (Κατὰ φιλοπόρνου γραός) e outro contra um
velho barbado (Κατὰ μακρογενείου γέροντος).
Também chegou até nossos dias um poema astrológico
sobre o poder e o significado dos planetas. Os "Versos sobre os Doze
Meses" (Στίχοι εἰς τοὺς δώδεκα μῆνας) são importantes para
a história cultural da época. Pródromo também escreveu diversos poemas
ocasionais e epigramas, geralmente por conta de algum evento público de
importância histórica ou com o objetivo de implorar por alguma coisa. Por fim,
ele escreveu também uns poucos poemas religiosos e tratados sobre teologia, filosofia e gramática,
além de diálogos escritos no estilo de Luciano de Samósata, alguns discursos
eventuais, cartas e muitas outras coisas.
·
Ptocoprodromo
Uma coleção de
quatro poemas, escritos em grego
medieval, chegaram até nossos dias sob o nome de "Ptocoprodromo",
porém ainda não se estabeleceu com certeza se eles foram escritos por Teodoro
ou por outrem imitando ou até mesmo parodiando
seu estilo. Uma tentativa foi proposta para resolver o problema da autoria ao
defender a hipótese de que havia de fato dois poetas de mesmo nome. A evidência
foi encontrada em um verso entre os escritos de Ptocoprodromo, onde o autor
elogia o "famoso escritor, harmonioso tolerante", que fora seu
"amigo e predecessor", Porém, ao tentar separar quais poemas
pertencem a qual autor, nos deparamos com obstáculos insuperáveis.
A parte básica
dos escritos de Ptocoprodromo consiste de cinco poemas de lamentos e
implorações, que são chamados de "ABCDE". O poema "A"
lamenta sobre a esposa faladeira do poeta e clama pela ajuda do imperador João II Comneno. O poema "B" é endereçado
a um sebastocrator
e implora pela caridade de melhorar o menu. O poema "C", endereçado
ao imperador Manuel I Comneno, relata a reclamação de um jovem
monge sobre as condições de vida escandalosas em seu mosteiro. O
poema "D" é nada mais que um paralelo com o poema "C",
enquanto que o "E" descreve um escritor bizantino.
Os manuscritos
estão assinados por um "Prodromo" ou "Teodoro Prodromo",
com outras variações do tema. Um manuscrito da sátira C está assinado como
"Hilário (Ptoco)prodromo", que escreveu num grego bizantino purista.
O bilinguismo
não é tão surpreendente, já tendo sido encontrado antes na obra de Miguel Glicas. Porém, muitos
estudiosos acreditam que nem a sátira monástica (C) e nem a sátira sobre o
autor (E) podem ser reconciliadas a contento com a vida de Teodoro Pródromo. Outros
ainda sugerem que Hilário seria o filho de Teodoro, atribuindo as referências
errôneas sobre a autoria nos manuscritos a erros de copistas posteriores. Não
há, porém, evidência alguma disto.
Ligações
externas
Teodoro Pródromo. «CXXXIII». In: Migne. Patrologia Graeca. Opera Omnia (em grego). [S.l.]: Documenta Catholica Omnia. Consultado em 5 de setembro de 2011, com índices analíticos.
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