sexta-feira, 9 de outubro de 2020

JOÃO MALALAS (491 - 578)

  

João Malalas (em grego: ωάννης Μαλάλας; transl.: Ioannes Malalas; 491 - 578) foi um cronista bizantino de Antioquia. Malalas é provavelmente uma palavra siríaca para reitor ou orador; foi aplicada pela primeira vez a ele por João Damasceno (a forma Malelas surgiu pela primeira vez com o reinado de Constantino VII Porfirogênito).[1]

 

História

Malalas foi educado na Antioquia e provavelmente foi um jurista lá, mas mudou-se para Constantinopla, em algum ponto no reinado de Justiniano I (talvez após o saque persa de Antioquia em 540[2]). Durante sua vida realizou viagens para Salonica e Banias.[1]

 

Ele escreveu uma Cronografia (Χρονογραφία) em 18 livros, o começo e o fim dos quais estão perdidos. Em seu estado atual, começa com a história mística do Egito, e termina com a expedição a África romana sob o tribuno Marciano, sobrinho de Justiniano, em 563 (seu editor Thurn acredita que originalmente terminou com a morte de Justiniano). Centra-se, sobretudo, em Antioquia e (nos livros posteriores) Constantinopla. Exceto para a história de Justiniano e seus antecessores imediatos, possui pouco valor histórico, pois o autor, "confiando em Eusébio de Cesareia e outros compiladores, juntou mitos, histórias bíblicas e história real".[3] O livro 18, lido como o reinado de Justiniano, está bem familiarizado com, e colorido por, propaganda oficial. O escritor é um defensor da Igreja e do Estado e um defensor dos princípios monárquicos. (No entanto, a teoria que identifica-o com o patriarca João Escolástico é quase certamente incorreta[4]).

 

O trabalho é importante como o primeiro exemplo sobrevivente de uma crônica escrita não para o aprendizado, mas para a instrução dos monges e pessoas comuns, e sua linguagem mostra um compromisso com a língua cotidiana, embora "ainda seja muito mais um estilo de escrita. Em particular, ele emprega a terminologia técnica de clichês burocráticos incessantemente, e, em um período de transição do latim para a terminologia do governo grego, ainda usa palavras latinas emprestadas ao lado de seus substitutos gregos (...)


A impressão geral criada pelo estilo de Malalas é de uma simplicidade, o que reflete um desejo de comunicação direta de informações na língua cotidiana dos negócios em que evoluiu sob a influência da fala grega."[5] Ela obteve grande popularidade, e foi utilizado por vários escritores até o séc. 9; foi traduzida para o eslavo, provavelmente, no séc. 10, e suas partes foram utilizadas pela Rússia de Quieve na Primeira Crônica.[6] Ela está preservada em uma forma abreviada em um único manuscrito agora em Oxford, assim como em vários fragmentos.

 

Referências

1. Thurn 2000, p. 1.

2. Horrocks 1997, p. 180.

3. Treadgold 1997, p. 267.

4. Thurn 2000, p. 2.

5. Horrocks 1997, p. 179-181.

6. Tvorogov 2006.

 

Bibliografia

·   Horrocks, Geoffrey (1997). Greek: A History of the Language and its Speakers. Hoboken, Nova Jérsei: Wiley-Blackwell. ISBN 0582307090

·   Thurn, Johannes (2000). Ioannis Malalae Chronographia. Berlim: Walter de Gruyter. ISBN 3-11-008800-2

·   Treadgold, Warren (1997). A History of Byzantine State and Society. Stanford, Califórnia: Stanford University Press. ISBN 0-8047-2421-0

·   Tvorogov, Oleg (2006). «The Chronicle of John Malala» (em russo)

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