João Malalas
(em grego: Ἰωάννης Μαλάλας; transl.: Ioannes Malalas;
491 - 578) foi um cronista bizantino de Antioquia. Malalas é provavelmente uma
palavra siríaca para reitor ou orador; foi aplicada pela primeira vez a ele por
João Damasceno (a forma Malelas surgiu pela primeira vez com o reinado de
Constantino VII Porfirogênito).[1]
História
Malalas foi
educado na Antioquia e provavelmente foi um jurista lá, mas mudou-se para
Constantinopla, em algum ponto no reinado de Justiniano I (talvez após o saque
persa de Antioquia em 540[2]).
Durante sua vida realizou viagens para Salonica e Banias.[1]
Ele escreveu uma
Cronografia (Χρονογραφία)
em 18 livros, o começo e o fim dos quais estão perdidos. Em seu estado atual,
começa com a história mística do Egito, e termina com a expedição a África
romana sob o tribuno Marciano, sobrinho de Justiniano,
em 563 (seu editor Thurn acredita que originalmente terminou com a morte de
Justiniano). Centra-se, sobretudo, em Antioquia e (nos livros posteriores)
Constantinopla. Exceto para a história de Justiniano e seus antecessores
imediatos, possui pouco valor histórico, pois o autor, "confiando em Eusébio de Cesareia e outros compiladores,
juntou mitos, histórias bíblicas e história real".[3]
O livro 18, lido como o reinado de Justiniano, está bem familiarizado com, e
colorido por, propaganda oficial. O escritor é um defensor da Igreja e do
Estado e um defensor dos princípios monárquicos. (No entanto, a teoria que
identifica-o com o patriarca João Escolástico é quase certamente incorreta[4]).
O trabalho é
importante como o primeiro exemplo sobrevivente de uma crônica escrita não para
o aprendizado, mas para a instrução dos monges e pessoas comuns, e sua
linguagem mostra um compromisso com a língua cotidiana, embora "ainda seja
muito mais um estilo de escrita. Em particular, ele emprega a terminologia
técnica de clichês burocráticos incessantemente, e, em um período de transição
do latim para a terminologia do governo grego, ainda usa palavras latinas
emprestadas ao lado de seus substitutos gregos (...)
A impressão
geral criada pelo estilo de Malalas é de uma simplicidade, o que reflete um
desejo de comunicação direta de informações na língua cotidiana dos negócios em
que evoluiu sob a influência da fala grega."[5]
Ela obteve grande popularidade, e foi utilizado por vários escritores até o séc.
9; foi traduzida para o eslavo, provavelmente, no séc. 10, e suas partes foram
utilizadas pela Rússia de Quieve na Primeira Crônica.[6]
Ela está preservada em uma forma abreviada em um único manuscrito agora em Oxford,
assim como em vários fragmentos.
Referências
1. Thurn 2000, p. 1.
2. Horrocks 1997, p. 180.
3. Treadgold 1997, p. 267.
4. Thurn 2000, p. 2.
5. Horrocks 1997, p. 179-181.
6. Tvorogov 2006.
Bibliografia
· Horrocks, Geoffrey
(1997). Greek: A History of the Language and its Speakers.
· Thurn, Johannes
(2000). Ioannis Malalae Chronographia. Berlim: Walter de Gruyter. ISBN 3-11-008800-2
· Treadgold,
·
Tvorogov, Oleg (2006). «The Chronicle of John Malala» (em russo)
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