ARQUIMEDES (287 - 212 aC)
Arquimedes de Siracusa (gr: Ἀρχιμήδης; 287 - 212 aC.) foi um matemático, físico, engenheiro, inventor, e astrônomo grego. Embora poucos detalhes de
sua vida sejam conhecidos, são suficientes para que seja considerado um dos
principais cientistas da Antiguidade
Clássica.
Entre
suas contribuições à Física, estão
as fundações da hidrostática
e da estática, tendo descoberto a lei do
empuxo e a lei da alavanca,
além de muitas outras. Ele inventou ainda vários tipos de máquinas para usos
militar e civil, incluindo armas de cerco,
e a bomba
de parafuso que leva seu nome. Experimentos modernos testaram
alegações de que, para defender sua cidade, Arquimedes projetou máquinas
capazes de levantar navios inimigos para fora da água e colocar navios em
chamas usando um conjunto de espelhos.[1]
Arquimedes
é frequentemente considerado o maior matemático da antiguidade, e um dos
maiores de todos os tempos (ao lado de Newton, Euler e Gauss).[2][3][4][5][6][7] Ele usou o método da
exaustão para calcular a área sob o arco de uma parábola utilizando a soma de uma
série infinita, e também encontrou uma aproximação bastante acurada
do número π.[8] Também descobriu a espiral
que leva seu nome, fórmulas para os volumes de sólidos de
revolução e um engenhoso sistema para expressar números muito
grandes.
Durante
o Cerco a Siracusa, Arquimedes foi morto por um soldado romano,
mesmo após os soldados terem recebido ordens para que não o ferissem, devido à
admiração que os líderes romanos tinham por ele. Anos depois, Cícero descreveu sua visita ao
túmulo de Arquimedes, que era encimado por uma esfera inscrita em um cilindro. Arquimedes tinha
descoberto e provado que a esfera tem exatamente dois terços do volume e da
área da superfície do cilindro a ela circunscrito (incluindo as bases do
último), e considerou essa como a maior de suas realizações matemáticas.[9]
Arquimedes
teve uma importância decisiva no surgimento da ciência moderna, tendo
influenciado, entre outros, Galileu Galilei, Christiaan
Huygens e Isaac Newton.[10][11][12][13][14]
· Sobre a Esfera e o Cilindro
· Medida de um círculo
· Sobre conóides e esferóides
· Sobre espirais
· Sobre o equilíbrio de planos
· O calculador de areia
· A quadradura de uma
parábola
·
Sobre corpos flutuantes
·
Livro dos Lemas
·
O método de tratamento dos
problemas mecânicos
Biografia
Arquimedes nasceu por volta de 287 aC. na cidade
portuária de Siracusa, na Sicília, naquele tempo uma colônia auto-governante na
Magna Grécia. A data de
nascimento é baseada numa afirmação do historiador grego bizantino João Tzetzes, de que Arquimedes
viveu 75 anos.[15] Em sua obra O
Contador de Areia, Arquimedes conta que seu pai se chamava Fídias,
um astrônomo sobre quem nada se sabe atualmente. Plutarco escreveu em Vidas Paralelas que
Arquimedes era parente do Rei Hierão II, o governante de
Siracusa.[16] Uma biografia de
Arquimedes foi escrita por seu amigo Heráclides, mas esse trabalho foi perdido,
deixando os detalhes de sua vida obscuros.[17] É desconhecido, por
exemplo, se ele se casou ou teve filhos. Durante sua juventude, Arquimedes
talvez tenha estudado em Alexandria, Egito, onde os astrônomos e matemáticos Conon de Samos e Eratóstenes de Cirene foram contemporâneos. Ele se referiu a Conon
de Samos como seu amigo, enquanto dois de seus trabalhos (O Método dos Teoremas Mecânicos e o O Problema Bovino) têm
introduções destinadas a Eratóstenes.[a]
Arquimedes morreu em circa. 212 aC. durante a Segunda
Guerra Púnica, quando forças romanas sob o comando do general Marco Cláudio Marcelo capturaram a cidade de Siracusa após um
cerco de dois anos. Existem diversas versões sobre sua morte. De acordo com o
relato dado por Plutarco,
Arquimedes estava contemplando um diagrama matemático quando a cidade foi
capturada. Um soldado romano ordenou que ele fosse conhecer Marcelo, mas ele se
recusou, dizendo que ele tinha que terminar de trabalhar no problema. O soldado
ficou furioso com isso, e matou Arquimedes com sua espada. Plutarco também
oferece um relato menos conhecido da morte de Arquimedes, que sugere que ele
pode ter sido morto enquanto tentava se render a um soldado romano. De acordo com
essa história, Arquimedes estava carregando instrumentos matemáticos, e foi
morto porque o soldado pensou que fossem itens valiosos. Marcelo teria ficado
irritado com a morte de Arquimedes, visto que o considerava uma posse
científica valiosa, e tinha ordenado que ele não fosse ferido.[18]
Uma esfera tem 2/3 do volume e área da superfície de seu
cilindro circunscrito. Uma esfera e um cilindro foram colocados sobre o túmulo de
Arquimedes, de acordo com seu pedido.
As últimas palavras atribuídas a Arquimedes são
"Não perturbe meus círculos", uma referência aos círculos no desenho
matemático que ele estaria estudando quando perturbado pelo soldado romano.
Esta citação é muitas vezes dada em Latim como "Noli turbare circulos meos," mas não há
nenhuma evidência confiável de que Arquimedes pronunciou estas palavras e elas
não aparecem no relato dado por Plutarco.[18]
O túmulo de Arquimedes continha uma escultura
ilustrando sua demonstração matemática favorita, consistindo de uma esfera e um
cilindro de mesma altura e diâmetro. Arquimedes tinha provado que o volume e a
área da superfície da esfera são dois terços da do cilindro incluindo suas
bases. Em 75 aC,
137 anos após sua morte, o orador romano Cícero estava trabalhando como questor na Sicília. Ele tinha ouvido
histórias sobre o túmulo de Arquimedes, mas nenhum dos moradores foi capaz de lhe
dar a localização. Após algum tempo, ele encontrou o túmulo próximo ao Portão
de Agrigentino em Siracusa, em condição negligenciada e coberto de arbustos.
Cícero limpou o túmulo, e foi capaz de ver a escultura e ler alguns dos versos
que haviam sido adicionados como inscrição.[19]
As versões conhecidas a respeito da vida de
Arquimedes foram escritas muito tempo depois de sua morte pelos historiadores
da Roma Antiga. O relato do cerco a Siracusa dado pelo geógrafo e historiador
grego Políbio (203 – 120 aC) em seu História Universal foi escrito por
volta de 70 anos depois da morte de Arquimedes, e foi utilizado posteriormente
como fonte pelo historiador romano Lívio (59 aC – 17 d.C) e Plutarco
(46 – 120). Ele esclarece pouco sobre Arquimedes como uma pessoa, e centra-se
nas máquinas de guerra que ele supostamente construiu a fim de defender a
cidade.[20]
Descobertas e invenções
A coroa de ouro
É possível que Arquimedes tenha usado seu princípio do
empuxo para determinar se a coroa era menos densa que ouro puro.
A curiosidade mais conhecida sobre Arquimedes conta
sobre como ele inventou um método para determinar o volume de um objeto de
forma irregular. De acordo com o arquiteto romano (séc.1 aC) Vitrúvio, uma coroa votiva para um templo tinha
sido feita para o Rei Hierão II, que tinha fornecido ouro puro para ser usado,
e Arquimedes foi solicitado a determinar se alguma prata tinha sido usada na
confecção da coroa pelo possivelmente desonesto ferreiro.[21] Arquimedes tinha que
resolver o problema sem danificar a coroa, de forma que ele não poderia
derretê-la em um corpo de formato regular, a fim de encontrar seu volume para
calcular a sua densidade. Enquanto tomava um banho, ele percebeu que o nível da
água na banheira subia enquanto ele entrava, e percebeu que esse efeito poderia
ser usado para determinar o volume da coroa. Para efeitos práticos, a água é
incompressível,[22] assim a coroa submersa
deslocaria uma quantidade de água igual ao seu próprio volume. Dividindo a
massa da coroa pelo volume de água deslocada, a densidade da coroa podia ser
obtida. Essa densidade seria menor do que a do ouro se metais mais baratos e
menos densos tivessem sido adicionados. Arquimedes teria ficado tão animado com
sua descoberta que teria esquecido de se vestir e saído gritando pelas ruas
"Eureka!"
(em grego: "εὕρηκα!,"
significando "Encontrei!"). O teste foi realizado com sucesso,
provando que prata realmente tinha sido misturada.[23]
A história da coroa de ouro não aparece nas obras
conhecidas de Arquimedes. Além disso, a praticidade do método descrito tem sido
posta em dúvida, devido à extrema acurácia com que se teria que medir o
deslocamento de água.[24] Arquimedes pode ter
buscado uma solução que aplicasse o princípio conhecido em hidrostática como princípio
de Arquimedes, que ele descreveu em seu tratado Sobre
os Corpos Flutuantes. Esse princípio afirma que um corpo imerso
em um fluido sofre uma força de empuxo igual ao peso do fluido que ele desloca.[25] Usando esse princípio,
teria sido possível comparar a densidade da coroa de ouro à de ouro maciço
equilibrando-se a coroa em uma balança de braços iguais com uma amostra de
ouro, e então imergindo-se o aparato na água. Se a coroa fosse menos densa que
ouro, ela deslocaria mais água, devido ao seu maior volume, e assim
experimentaria uma força de empuxo maior do que a amostra de ouro. Essa
diferença de empuxo causaria a balança a inclinar-se de acordo. Galileu considerou "provável
que esse método é o mesmo que Arquimedes seguiu, uma vez que, além de ser
bastante acurado, é baseado em demonstrações encontradas pelo próprio
Arquimedes."[26] Num texto do séc. XII
intitulado Mappae clavicula, há instruções detalhadas sobre como
realizar as pesagens dentro da água com o fim de calcular a porcentagem de
prata utilizada, e assim resolver o problema.[27][28] Além disso, o poema
latino Carmen de ponderibus et mensuris do séc. IV ou V d.C. descreve a
utilização de uma balança hidrostática para solucionar o problema da coroa, e
atribui esse método a Arquimedes.[27]
O Siracusia e o parafuso de Arquimedes
O parafuso de Arquimedes é capaz de elevar
água eficientemente.
Parafusos de Arquimedes modernos que substituíram alguns dos
moinhos de
vento usados para drenar os pôlderes em Kinderdijk na Holanda
Grande parte do trabalho de Arquimedes em engenharia
surgiu para satisfazer as necessidades de sua cidade natal, Siracusa. O
escritor grego Ateneu de Náucratis descreveu como
o Rei Hierão II encarregou Arquimedes de projetar um grande barco, o Siracusia, que poderia ser
utilizado para viagens de luxo, transporte de suprimentos, e como um navio de
guerra. É dito que o Siracusia foi o maior barco construído na
Antiguidade Clássica.[29] De acordo com Ateneu,
ele era capaz de carregar 600 pessoas e nele havia jardins decorativos, um gymnasion e um templo
dedicado à deusa Afrodite,
dentre outras instalações. Uma vez que um navio desse tamanho deixaria passar
uma quantidade considerável de água através do casco, o parafuso
de Arquimedes foi supostamente inventado para remover água da sentina. A máquina de Arquimedes
consistia em um parafuso giratório dentro de um cilindro. Era girada a mão, e
também podia ser usada para transportar água de um corpo de água baixo até
canais de irrigação. O parafuso de Arquimedes é ainda usado hoje para bombear
líquidos e sólidos granulados como carvão e cereais. O parafuso de Arquimedes
tal como descrito por Vitrúvio nos
tempos romanos pode ter sido uma melhoria em uma bomba de parafuso que foi
usada para irrigar os Jardins
Suspensos da Babilônia.[30][31][32]
A garra de Arquimedes
A garra de
Arquimedes é uma arma supostamente projetada por Arquimedes a fim de
defender a cidade de Siracusa. Também conhecida como "sacudidora de
navios", a garra consistia em um braço de guindaste a partir do qual
pendia um grande gancho de metal. Quando a garra caia sobre um navio inimigo, o
braço era usado para balançar e levantar o navio para fora da água.
Experimentos modernos foram realizados para testar a viabilidade da garra, e em
2005 um documentário de televisão intitulado Super-armas do Mundo
Antigo (Superweapons of the Ancient World) construiu uma versão da
garra e concluiu que era um dispositivo viável.[33][34]
O raio de calor de Arquimedes
Arquimedes talvez tenha usado espelhos agindo coletivamente
como um refletor parabólico para queimar
navios que atacavam Siracusa.
Luciano de
Samósata, escritor do séc. II d.C, escreveu que durante o Cerco a Siracusa (c. 214–212 aC.), Arquimedes
destruiu navios inimigos com fogo. Séc.s depois, Antêmio de
Trales menciona espelhos ustórios como a arma utilizada por Arquimedes.[35] O dispositivo, algumas
vezes chamado de "raio de calor de Arquimedes" ou "raio solar de
Arquimedes", teria sido usado para concentrar a luz solar em navios que se
aproximavam, levando-os a pegar fogo.
A credibilidade desta história tem sido objeto de
debate desde o Renascimento. René Descartes a considerou
falsa, enquanto pesquisadores modernos tentaram recriar o efeito usando apenas
os meios que estavam disponíveis a Arquimedes.[36] Foi sugerido que uma
grande quantidade de escudos bem polidos de bronze ou cobre atuando como
espelhos poderiam ter sido utilizados para concentrar a luz solar em um navio.
Poderia ter-se usado o princípio do refletor
parabólico de maneira similar a um forno solar de alta temperatura.
Um teste do raio de calor de Arquimedes foi realizado
em 1973 pelo cientista grego Ioannis Sakkas. O experimento foi realizado na
base naval de Skaramangas
nos arredores de Atenas. Nesta ocasião 70 espelhos
foram usados, cada um com um revestimento de cobre e com um tamanho de
aproximadamente 5 por 3 pés
(1,5 por 1 m).
Os espelhos foram apontados a uma réplica de um navio romano, feita de madeira
compensada, a uma distância de aproximadamente 160 pés (50 metros). Quando
os espelhos foram enfocados com precisão, o navio irrompeu em chamas em questão
de poucos segundos. O navio de madeira compensada era revestido por tinta de betume, o que pode ter facilitado
a combustão.[37]
Em outubro de 2005, um grupo de estudantes do MIT conduziu um experimento com 127 espelhos quadrados com
lado de 1 pé
(30 cm),
focados em uma maquete de navio de madeira a uma distância de cerca de 100 pés (30 m). Chamas surgiram em
uma parte do navio, mas só depois de o céu estar sem nuvens e o navio ter
permanecido estacionário por cerca de dez minutos. Concluiu-se que o
dispositivo era uma arma viável nessas condições. O grupo do MIT repetiu a
experiência para o programa de televisão MythBusters, utilizando um
barco pesqueiro de madeira em São
Francisco como o alvo. Novamente alguma carbonização ocorreu,
juntamente com uma pequena quantidade de chamas. Para pegar fogo, a madeira
precisa atingir a sua temperatura
de autoignição, que é de cerca de 300 °C (570 °F).[38][39]
Quando o MythBusters transmitiu o resultado do
experimento de São Francisco, em janeiro de 2006, a afirmação foi
categorizada como mentira ("mito detonado") devido à duração de tempo
e as condições climáticas ideais necessárias para a combustão ocorrer. Também
foi salientado que como Siracusa vê o mar a leste, a frota romana teria de ter
atacado durante a manhã para um ótimo acúmulo de luz usando-se os espelhos. O MythBusters
também salientou que armamento convencional, como flechas em chamas ou ainda
catapultas, seria uma maneira muito mais fácil de incendiar um navio a curta
distância.[1]
Em dezembro de 2010, o MythBusters olhou
novamente para a história do raio de calor em uma edição especial com Barack
Obama em destaque, intitulada President's Challenge (O Desafio do
Presidente). Vários experimentos foram realizados, incluindo um teste em
larga escala com 500 crianças de escola mirando espelhos em uma maquete de um
barco romano a 400 pés
(120 m)
de distância. Em todos os experimentos, a vela não alcançou os 210 °C (410 °F) necessários
para que pegasse fogo, e o veredito foi novamente o de "detonado". O
programa concluiu que um efeito mais provável dos espelhos teria sido cegar,
ofuscar, ou distrair a tripulação do navio.[40]
Outras descobertas e invenções
Apesar de Arquimedes não ter inventado a alavanca, ele deu uma explicação
do princípio envolvido em sua obra Sobre o Equilíbrio dos Planos.
São conhecidas descrições anteriores da alavanca pela Escola
Peripatética dos seguidores de Aristóteles, e às vezes são
atribuídas a Arquitas
de Tarento (428 - 347
aC) um filósofo,
matemático, astrônomo e ilustra pitagórico.[41][42] De acordo com o
matmático grego Pappus de
Alexandria (290 – 350 d.C), o
trabalho de Arquimedes sobre as alavancas fez com que ele exclamasse:
"Deem-me um ponto de apoio e moverei a Terra." [43] Plutarco descreveu
como Arquimedes projetou sistemas de roldanas, permitindo a
marinheiros a utilização do princípio da alavanca para levantar objetos que
teriam sido demasiado pesados para serem movidos de outra maneira.[44] Arquimedes também foi
creditado pelo aumento do poder e precisão da catapulta, e por inventar o hodômetro durante a 1.ª
Guerra Púnica. O hodômetro foi descrito como um carrinho com um
mecanismo de engrenagens que a cada milha percorrida derrubava uma bola em um
recipiente.[45]
Cícero
(106–43 aC) menciona Arquimedes brevemente em seu diálogo De re publica, que retrata uma conversa fictícia
ocorrendo em 129 aC.
Foi dito que após a captura de Siracusa em circa 212 aC, general Marco Cláudio Marcelo levou a Roma dois mecanismos usados
como ferramentas para estudos astronômicos, que mostravam os movimentos do Sol,
da Lua e de cinco planetas. Cícero menciona mecanismos similares projetados por
Tales de Mileto (séc.6 aC) e Eudoxo de Cnido (séc. 4 aC). O diálogo conta que Marcelo manteve um dos dispositivos
como sua única pilhagem pessoal de Siracusa, e doou o outro para o Templo da Virtude em Roma. De acordo com
Cícero, Caio
Sulpício Galo fez uma demonstração do mecanismo de Marcelo para Lúcio Fúrio
Filo, que o descreveu assim:
Quando Galo moveu o globo, ocorreu que a Lua seguiu o
Sol tantas voltas nessa invenção de bronze como no próprio céu, a partir do
qual também no céu o globo do Sol passou a ter o mesmo eclipse, e a Lua veio
então para essa posição em que estava sua sombra sobre a Terra quando o Sol
estava alinhado.
Esta é uma descrição de um planetário ou aparelho de Orrery. Pappus de
Alexandria disse que Arquimedes escreveu um manuscrito (agora
perdido) sobre a construção destes mecanismos intitulado Sobre a Construção de Esferas.
Investigação moderna nesta área tem sido focada no mecanismo
de Anticítera, outro dispositivo da antiguidade clássica, que
provavelmente foi usado para a mesma finalidade. A construção de mecanismos
deste tipo teria exigido um conhecimento sofisticado de engrenagens diferenciais.
Pensava-se que isto estivesse fora do alcance da tecnologia disponível nos
tempos antigos, mas a descoberta do mecanismo de Anticítera, em 1902, confirmou
que dispositivos desse tipo eram conhecidos dos gregos antigos.[48][49]
Trabalhos matemáticos
Arquimedes usou o método da exaustão para aproximar o
valor de π.
Embora seja popularmente mais conhecido como um
inventor de dispositivos mecânicos, Arquimedes também fez importantes
contribuições para o campo da matemática. Plutarco escreveu: "Ele
colocou todo o seu afeto e ambição nessas especulações puras onde não há
referência às necessidades vulgares da vida."[50]
Arquimedes foi capaz de usar infinitesimais de uma maneira que
é semelhante ao moderno cálculo integral,
e frequentemente diz-se que é muito provável que se os gregos antigos
possuíssem uma notação
matemática mais apropriada (tais como um sistema
numérico posicional
e notação algébrica), ele teria
inventado o cálculo.[51][52][53] Através de provas por
contradição (reductio
ad absurdum), ele encontrou respostas aproximadas para problemas
diversos, especificando os limites entre os quais se encontrava a resposta
correta. Esta técnica é conhecida como o método da
exaustão, e ele empregou-o para aproximar o valor de π (pi). Ele conseguiu isso desenhando um polígono
regular inscrito
e outro circunscrito a um mesmo círculo. Aumentando-se o número de lados do
polígono regular, ele se torna uma aproximação mais precisa de um círculo.
Quando os polígonos tinham 96 lados cada um, ele calculou os comprimentos de
seus lados (sabendo o comprimento dos lados de um polígono regular de n
lados, Arquimedes sabia como calcular o comprimento dos lados de um polígono
regular de 2n lados e mesmo raio)[54] e mostrou que o valor
de π está entre 31⁄7
(aproximadamente 3,1429) e 310⁄71 (aproximadamente
3,1408), consistente com o seu valor real de cerca de 3,1416. Ele também
mostrou que a área de um círculo é igual a π
multiplicado pelo quadrado do raio do círculo. Em Sobre a Esfera e o Cilindro,
além dos resultados principais, Arquimedes postulou que qualquer grandeza
quando adicionada a ela mesma suficientes vezes excederá qualquer grandeza
dada. Este é o axioma de
Arquimedes dos números reais.[55] Um dos lemas
utilizados por Arquimedes em seu resultado sobre a área da superfície esférica
é agora visto como um caso especial do teorema de Duistermaat-Heckman em
geometria
simplética (descoberto dois milênios após Arquimedes).[56][57][58]
Em Sobre as Medidas do Círculo,
Arquimedes informa o valor da raiz quadrada de 3 como estando
entre 265⁄153
(aproximadamente 1,7320261) e 1351⁄780 (aproximadamente
1,7320512). O valor real é de aproximadamente 1,7320508, portanto foi uma
estimativa muito precisa. Historiadores fizeram muitas hipóteses sobre qual
método ele poderia ter usado para chegar neste resultado, dentre elas: um
possível conhecimento de frações
continuadas, uma variante do método de Diofanto,
e até mesmo tentativa e erro, no entanto o tema permanece controverso.[59] Ele apresentou o
resultado sem dar qualquer explicação sobre o método utilizado para obtê-lo.
Este aspecto da obra de Arquimedes fez John Wallis comentar que ele
estava: "...como se houvesse um firme propósito de encobrir os passos de
sua investigação, como se ele negasse à posteridade o segredo de seu método de
investigação ao mesmo tempo que desejava extrair dela o consentimento com os
seus resultados."[60]
Como mostrado por Arquimedes, a área do segmento parabólico na figura de cima é igual a 4/3 da do triângulo
inscrito na figura de baixo.
Em A
Quadratura da Parábola, Arquimedes provou que a área delimitada
por uma parábola e uma linha reta é 4⁄3
vezes a área do triângulo inscrito correspondente, como mostrado na figura à
direita. Ele expressou a solução do problema como uma série geométrica infinita
com a razão comum de 1⁄4:
Se o 1.º termo desta série é a área do triângulo,
então o segundo é a soma das áreas de dois triângulos cujas bases são as duas
linhas secantes menores, e assim por diante. Esta prova utiliza uma variação da
série 1/4 + 1/16 + 1/64 + 1/256 + · · · cujo resultado é 1⁄3.
Em O
Contador de Areia, Arquimedes se dispôs a calcular o número de
grãos de areia que o universo poderia conter. Ao fazê-lo, desafiou a ideia de
que o número de grãos de areia era grande demais para ser contado. Ele
escreveu: "Existem alguns, Rei Gelão (Gelão II, filho de Hierão II), que pensam que o
número de grãos de areia é infinito em multitude; e eu me refiro a areia não só
a que existe em Siracusa e no resto da Sicília, mas também a que é encontrada
em qualquer região, seja habitada ou inabitada." Para resolver o problema,
Arquimedes teve que estimar o tamanho do universo de acordo com o modelo então
vigente, e inventar uma maneira de falar a respeito de números extremamente
grandes. Ele inventou uma forma de escrever números baseada na miríade. A palavra corresponde a
palavra grega μυριάς myriás, para o número 10 000. Propôs um sistema em
que se utilizava uma potência de uma miríada elevada a um miríada (100 milhões)
e concluiu que o número de grãos de areia necessários para preencher o universo
seria 8 vigintilhões, isto é, 8×1063.[61]
Escritos
As obras de Arquimedes foram escritas em grego dórico,
o dialeto falado na antiga Siracusa.[62] As obras escritas de
Arquimedes não foram conservadas tão bem quanto as de Euclides, e sabe-se da existência
de sete de seus tratados apenas através de referências feitas a eles por outros
autores. Pappus de
Alexandria menciona Sobre a Construção de Esferas
e outro trabalho sobre poliedros
(ver poliedros
de Arquimedes), ao passo que Téon de
Alexandria cita uma observação sobre a refração proveniente do agora
perdido Catoptrica.[b] Durante sua vida,
Arquimedes tornou seu trabalho conhecido através de correspondências mantidas
com matemáticos de Alexandria. Os escritos de Arquimedes foram coletados pelo
arquiteto bizantino Isidoro de
Mileto (c. 530 d.C.), ao passo que comentários escritos
no séc. VI d.C. por Eutócio
a respeito dos trabalhos de Arquimedes ajudaram a difundir seu trabalho a um
público mais amplo. O trabalho de Arquimedes foi traduzido para o árabe por Thābit ibn
Qurra (836–901 d.C.), e para o latim por Gerardo de
Cremona (c. 1114–1187 d.C.). Durante o Renascimento, em
1544, o Editio Princeps (Primeira Edição) foi publicado em Basileia por Johann Herwagen, com
as obras de Arquimedes em grego e latim.[63] Por volta do ano 1586 Galileu Galilei inventou uma
balança hidrostática para a pesagem de metais no ar e na água, aparentemente
inspirado no trabalho de Arquimedes.[64]
Obras sobreviventes
Conta-se que de seu estudo sobre as alavancas Arquimedes
disse: Dê-me um ponto de apoio, e moverei o mundo.
·
Sobre o
Equilíbrio dos Planos (dois volumes)
No 1.º livro
constam sete postulados e quinze
proposições,[65] já no segundo
livro constam dez proposições.[65] Neste trabalho
Arquimedes explica a lei da alavanca, afirmando,
"As magnitudes estão em equilíbrio a distâncias inversamente proporcionais
a seus pesos."
Arquimedes usa os
princípios derivados para calcular as áreas e os centros de gravidade de várias figuras
geométricas, incluindo triângulos, paralelogramos e parábolas.[66]
Trata-se de uma
obra curta que consiste de apenas três proposições. Está escrita na forma de
uma correspondência com Dositeu de Pelúsio, um aluno de Conon de Samos. Na Proposição II,
Arquimedes mostra que o valor de π (pi) é maior que 223⁄71
e menor que 22⁄7.
Este último valor foi usado como uma aproximação de π ao longo da Idade Média e
ainda é usado quando um valor aproximado de π é suficiente. O método de retificação da circunferência é uma aplicação
direta da segunda proposição, na qual o diâmetro é dividido em sete partes
iguais e o comprimento da circunferência é aproximadamente
igual a vinte e duas dessas partes.[67]
Neste trabalho
constam 28 proposições. Também é destinado a Dositeu. O tratado define o que
atualmente chama-se de espiral de Arquimedes. É o conjunto dos
pontos correspondentes às posições de um ponto que se move a velocidade
constante sobre uma reta que gira a velocidade angular constante sobre um
ponto de origem fixo. Equivalentemente, em coordenadas polares (r, θ) pode
ser descrita pela equação r = a + b θ, com a e b números
reais.[68] Este é um dos 1.ºs
exemplos de uma curva
mecânica (uma curva traçada por um ponto em movimento).[69]
·
Sobre a
Esfera e o Cilindro (dois volumes)
Neste tratado
endereçado a Dositeu, Arquimedes obtém o resultado pelo qual ele mais se
orgulhava, nomeadamente a relação entre uma esfera e um cilindro circunscrito
de mesma altura e diâmetro. O volume é 4⁄3πr3 para
a esfera, e 2πr3 para o cilindro. A área superficial é 4πr2
para a esfera, e 6πr2 para o cilindro (incluindo suas duas
bases), onde r é o raio da esfera e do cilindro. A esfera tem um volume
que é dois terços do volume do cilindro circunscrito. De forma similar, a
esfera tem uma área que é dois terços da área do cilindro circunscrito
(incluindo as bases). A pedido do próprio Arquimedes, foram colocadas sobre sua
tumba esculturas destas duas figuras geométricas.
Neste trabalho
destinado a Dositeu constam 32 proposições. Nesse tratado Arquimedes calcula as
áreas e volumes das seções de cones, esferas, e paraboloides.[70]
·
Sobre os Corpos Flutuantes (dois volumes)
Na primeira parte
deste tratado, Arquimedes enuncia a lei dos fluidos em equilíbrio, e prova que
a água adota uma forma esférica ao redor de um centro de gravidade. Isto pode
ter sido uma tentativa de explicar a teoria de astrônomos gregos
contemporâneos, como Erastótenes de que a Terra é
redonda. Os fluidos descritos por Arquimedes não são auto-gravitacionais, uma
vez que ele assume a existência de um ponto para o qual todas as coisas caem, a
fim de obter a forma esférica.
Na segunda parte,
ele calcula as posições de equilíbrio de seções de paraboloides. Isto foi
provavelmente uma idealização das formas dos cascos dos navios.
O princípio de Arquimedes da flutuabilidade
aparece nesta obra, enunciado da seguinte forma: Qualquer corpo total ou
parcialmente imerso em um fluido experimenta uma força para cima igual, mas em
sentido oposto, ao peso do fluido deslocado.
Este princípio
explica porque os barcos flutuam e também permite determinar a porcentagem que
fica acima da água quando um objeto flutua em um líquido, como, por exemplo,
gelo flutuando em água líquida.[71]
Neste trabalho
destinado a Dositeu constam 24 proposições, Arquimedes prova através de dois
métodos que a área delimitada por uma parábola e uma linha reta é
4/3 multiplicado pela área de um triângulo com a mesma base e
a mesma altura. Ele alcança este resultado calculando o valor de uma série
geométrica de infinitos termos com a razão 1⁄4.
Este é um quebra-cabeças
de corte e montagem similar a um tangram, e o tratado
descrevendo-o foi encontrado em forma mais completa no Palimpsesto de Arquimedes. Arquimedes
calculou as áreas de 14 peças que podiam ser reunidas para formar um quadrado.
Uma pesquisa publicada em 2003 por Reviel Netz da Universidade de Stanford,
argumentou que Arquimedes estava tentando determinar de quantas maneiras as
peças podiam ser reunidas na forma de um quadrado. Netz calculou que as peças
podiam formar uma quadrado de 17.152 maneiras.[72] O número de
disposições é reduzido a 536 quando se exclui as soluções que são equivalentes
por rotação e reflexão.[73] O quebra-cabeças
representa um exemplo de problema de combinatória antigo.
A origem do nome do
puzzle não é clara, e foi sugerido que provém da palavra da língua grega antiga
para a garganta ou esôfago, stómakhos (στόμαχος).[74] Ausônio refere-se ao puzzle como Ostomachion, uma palavra
grega composta formada pelas raízes de ὀστέον (osteon, osso) e μάχη (machē –
luta). O puzzle também é conhecido como Loculus de Arquimedes ou como Caixa
de Arquimedes.[75]
Esta obra foi
descoberta em 1773 por Gotthold Ephraim Lessing em um manuscrito
grego consistido de um poema de 44 linhas, na Biblioteca Herzog August, na Alemanha. É destinado a Erastótenes e aos matemáticos de
Alexandria. Arquimedes desafia-os a contar o número de bovinos no rebanho do
Sol resolvendo uma quantidade de equações diofantinas simultâneas. Há
uma versão mais difícil do problema em que algumas das respostas têm que ser números quadrados. Esta versão do
problema foi resolvida pela primeira vez por A. Amthor[76] em 1880, e a
resposta é um número bastante grande, aproximadamente 7,760271×10206544.[77]
Neste tratado,
Arquimedes calcula o número de grãos de areia que caberiam no universo. Este
livro menciona a teoria heliocêntrica do Sistema Solar proposta por Aristarco de Samos,[78] como também ideias
contemporâneas sobre o tamanho da Terra e a distância entre vários corpos
celestes. Usando um sistema de números baseado em potências de miríade, Arquimedes conclui que o número de grãos de areia
necessários para preencher o universo é 8×1063 (em notação moderna).
A introdução afirma que o pai de Arquimedes foi um astrônomo chamado Fídias. O
Contador de Areia ou Psammites é a única obra sobrevivente de
Arquimedes em que ele discute suas ideias sobre astronomia.[79]
Este tratado, que
se considerava perdido, foi reencontrado graças à descoberta do Palimpsesto de Arquimedes em 1906. Nesta
obra, Arquimedes emprega o cálculo infinitesimal, e mostra como o
método de fracionar uma figura em um número infinito de partes infinitamente
pequenas pode ser usado para calcular sua área e volume. Arquimedes talvez
tenha considerado que este método carecia de suficiente rigor formal, pelo que
utilizou também o método da exaustão para chegar aos
mesmos resultados. Da mesma forma que O Problema Bovino, O Método dos
Teoremas Mecânicos foi escrito em forma de carta dirigida a Eratóstenes de
Alexandria.
Conforme Carl Boyer: "Para achar áreas e volumes, o versátil
Arquimedes usou sua própria versão primitiva do cálculo integral, que, de
alguma maneira, é muito semelhante, quanto ao espírito, ao cálculo atual. Numa
carta a Eratóstenes, Arquimedes expôs seu ”método da alavanca” para descobrir
fórmulas de áreas e volumes. Mas, quando publicava provas para essas fórmulas,
ele utilizava o método de exaustão para se ajustar aos padrões de rigor da
época."[80]
Obras apócrifas
O Livro de Lemas ou Liber Assumptorum é um tratado
com quinze proposições sobre a natureza dos círculos. A cópia mais antiga
conhecida do texto está escrita em árabe. Os estudiosos Thomas Little Heath e Marshall Clagett argumentaram que ele não pode ter sido
escrito por Arquimedes na sua forma atual, uma vez que ele cita Arquimedes, o
que sugere que foi modificado por outro autor. Talvez o Lemas seja
baseado em um uma obra mais antiga, agora perdida, escrita por Arquimedes.[81]
Também já foi afirmado que Arquimedes conhecia a fórmula de
Heron usada para calcular a área de um triângulo sabendo-se as
medidas de seus lados.[c] No entanto, a primeira
referência confiável para a fórmula é dada por Heron de
Alexandria no séc. I d.C.[82]
O Palimpsesto de Arquimedes
O Stomachion é um quebra-cabeças geométrico
encontrado no Palimpsesto de Arquimedes.
O Palimpsesto de Arquimedes é uma das principais
fontes a partir das quais se conhece a obra de Arquimedes. Em 1906, o professor dinamarquês Johan Ludvig Heiberg visitou Constantinopla e examinou um
pergaminho de pele de cabra de 174 páginas com orações escritas no séc. XIII
d.C. Ele descobriu que se tratava de um palimpsesto, um documento com
texto que tinha sido escrito sobre um trabalho anterior apagado. Os
palimpsestos eram criados pela raspagem da tinta de trabalhos existentes para
reutilizar o material no qual ela estava impressa, o que era uma prática comum
na Idade Média pois o papel velino
era caro. As obras anteriores do palimpsesto foram identificadas por estudiosos
como cópias do séc. X d.C. de tratados de Arquimedes previamente desconhecidos.[83] O pergaminho passou
centenas de anos na biblioteca de um monastério em Constantinopla antes de ser
vendido a um colecionador na década de 1920. Em 29 de outubro
de 1998 ele foi vendido em um leilão para um comprador anônimo por dois milhões
de dólares na casa de leilões Christie's, em Nova Iorque.[84] O palimpsesto contém
sete tratados, incluindo a única cópia sobrevivente de Sobre os Corpos
Flutuantes no original grego. É também a única fonte de O Método dos
Teoremas Mecânicos, a que se referiu Téon
Suidas e que pensava-se que tinha sido perdido para sempre. Stomachion
também foi descoberto no palimpsesto, com uma análise mais completa do
quebra-cabeças do que a que encontrava-se em textos anteriores. O palimpsesto
está agora guardado no Museu de Arte Walters em Baltimore, Estados Unidos, onde
foi submetido a uma série de testes modernos incluindo o uso de luz ultravioleta
e raios X para ler o texto sobrescrito.[85]
Os tratados contidos no Palimpsesto de Arquimedes
são: Sobre o Equilíbrio dos Planos,
Sobre as
Espirais, Sobre as Medidas do Círculo,
Sobre a Esfera e o Cilindro,
Sobre
os Corpos Flutuantes, O Método dos Teoremas Mecânicos e Stomachion.
Ver também
- Arbelos
- Axioma de Arquimedes
- Número de Arquimedes
- Paradoxo de Arquimedes
- Princípio de Arquimedes da flutuabilidade
- Parafuso de Arquimedes
- Sólido de Arquimedes
- Círculos de Arquimedes
- Utilização de infinitesimais por Arquimedes
- Arquitas
- Diocles
- Métodos para calcular raízes quadradas
- Retificação da circunferência
- Pseudo-Arquimedes
- Salinon
- Canhão a vapor
- Siracusia
- Vitrúvio
- Zhang Heng
- Notação científica
Notas e referências
Notas
a. ^ No
prefácio de Sobre as Espirais destinado a Dositeu de Pelúsio, Arquimedes
diz que "muitos anos se passaram desde a morte de Conon." Conon de Samos viveu c.
280–220 aC., o que sugere que Arquimedes talvez fosse um homem mais velho ao
escrever algumas das suas obras.
b. ^ Os
tratados de Arquimedes que conhecemos apenas através de citações em obras de
outrem são: Sobre a Construção de Esferas
e uma obra sobre poliedros
mencionada por Papo de
Alexandria; Catoptrica, uma obra sobre ótica mencionada por Téon de
Alexandria; Princípios, endereçada a Zeuxipo e que explica o
sistema numérico utilizado em O
Contador de Areia;
Sobre Balanças e Alavancas; Sobre Centros de Gravidade; Sobre
o Calendário. Das obras sobreviventes de Arquimedes, T. L. Heath sugere a seguinte sugestão sobre a ordem em que
foram escritas: Sobre o Equilíbrio dos Planos - vol I, A Quadratura
da Parábola, Sobre o Equilíbrio dos Planos - vol II, Sobre a
Esfera e o Cilindro - volumes I e II, Sobre as Espirais, Sobre
Conoides e Esferoides, Sobre os Corpos Flutuantes - volumes I e II,
Sobre as Medidas do Círculo e O Contador de Areia.
c. ^ Boyer,
Carl Benjamin A History of Mathematics (1991) ISBN 0-471-54397-7 - "Acadêmicos
árabes informam que uma conhecida fórmula de área de um triângulo em termos de
seus três lados, geralmente conhecida como fórmula de Herão - k = √(s(s − a)(s − b)(s − c)),
onde s é o semiperímetro - era conhecida por Arquimedes diversos séc.s
antes de Herão ter nascido. Eles também atribuíram a Arquimedes o 'teorema da
corda quebrada' … Os árabes relatam que Arquimedes teria dado diversas
provas para este teorema."
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Obras de Arquimedes online
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- In English translation: The Works of Archimedes, trans. T.L. Heath; supplemented by The Method of Mechanical Theorems, trans. L.G. Robinson
Ver também
Ligações externas
·
O pi de Arquimedes (em inglês)
·
Manuscritos de Arquimedes (em inglês)
·
Archimedes
On Spheres and Cylinders at MathPages
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