quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

VITRÚVIO (Vitruvius Pollio) (80 - 15 a.C.)



VITRÚVIO (Vitruvius Pollio) (80 - 15 a.C.)

Marcos Vitrúvio Polião (em latim, Marcus Vitruvius Pollio) foi um arquiteto romano que viveu no séc. I aC. e deixou como legado a obra "De Architectura" (10 volumes, aprox. 27 a 16 aC.), único tratado europeu do período greco-romano que chegou aos nossos dias e serviu de fonte de inspiração a diversos textos sobre Arquitetura e Urbanismo, Hidráulica, Engenharia, desde o Renascimento.

Os seus padrões de proporções e os seus princípios conceituais - "utilitas" (utilidade), "venustas" (beleza) e "firmitas" (solidez) -, inauguraram a base da Arquitetura clássica.[1]

"De Architectura"


Em nossos dias existem cerca de 80 manuscritos conhecidos sobre o "De Architectura", porém, pouquíssimos apresentam as ilustrações originais executadas pelo próprio Vitrúvio. Mesmo quando estas estão presentes, restam dúvidas quanto à sua fidelidade relativamente às originais.[2]

Alguns autores pretendem que Vitrúvio caiu no esquecimento durante a Idade Média. Essa crença é refutada por outros como falaciosa, uma vez que Vitrúvio é citado por vários autores medievais, inclusive do período carolíngio (séc. 8 – 10), na Alta Idade Média.[3]

A principal evidência dessa influência no período são as plantas de igrejas, traçadas segundo muitos princípios descritos pelo autor. Embora nunca tenha descrito especificamente igrejas, os arquitetos medievais inspiraram-se nas anotações que deixou sobre templos e basílicas.[4]
Não se pode omitir que, a falta de formação académica dos arquitetos à época - era um ofício aprendido pela prática com mestres-de-obras experientes -, foi decisiva para o alegado "esquecimento" da obra do autor. A par desse motivo, argumenta-se ainda que, com a eclosão do gótico, o autor teria deixado de ser uma referência, uma vez que a sua obra não apresenta indicações ou referências ao emprego de abóbadas de cruzaria ou arcos apontados, a característica mais marcante da arquitetura gótica.[5]

No início da Idade Moderna Poggio Bracciolini (1380-1459) descobriu as obras completas de quinze diferentes autores clássicos greco-romanos, nomeadamente o tratado "De Architectura" de Vitrúvio, na biblioteca da Abadia Beneditina de São Galo (hoje Suíça). Essa descoberta lançou as bases humanistas da Arquitetura do Renascimento.[6]

Em 2014 foi encontrado, nos arredores de Tarquina, Itália, o tratado "De Sbragus modus abitando est", sobre a utilização de “sbragar" para ambientes pequenos, antiga palavra de origem latina cujo significado ainda esta sendo pesquisado.[7]

Ver também

Ligações externas

Referências

1.        De Arch. Livro 1, prefácio. seção 2
2.        Yann Le Bohec "O Exército Imperial Roman" Routledge, pg 49 2000 ISBN 0-415-22295-8
3.        História do antigo Norte de África: os conflitos e batalhas da Humanidade, antigo Norte de África até à conquista romana, última avaliada 10/09/2011. Http://miltiade.pagesperso-orange.fr/GB/Ancient_North_Africa.htm
4.        Pais, E. Ricerche sulla storia e sul diritto publico di Roma (Roma, 1916).
5.        Vitruvius Pollio http://www.encyclopediaCom/topic/Vitruvius.aspx
6.        Niccolò Marcello Venuti Descrição das primeiras descobertas da cidade antiga de Heraclea, encontrado perto de Portici A Country Palace Pertencentes ao Rei das Duas Sicílias, publicado por R. Baldwin, traduzido por Wickes Skurray, 1750. p62 [2]
7.        Flavius ​​Vegetius Renatus As instituições militares dos romanos traduzidas do latim pelo tenente John Clarke, texto escrito em 390 aC. Tradução britânica publicada em 1767. direitos reservados expiraram, http://www.digitalattic.org/home/war/vegetius/

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