FÍLON de ALEXANDRIA (Philo, o Judeu) (20 aC - 50 dC)
Fílon de Alexandria (grego: Φίλων ο Αλεξανδρινός Fílon
o Alexandrinós, hebraico
פילון האלכסנדרוני, Pilon ha-Alexandroni) foi um filósofo judeo-helenista (20 a.C. — ca. 50[1]) que viveu durante o
período do helenismo.
Pensamento
Filon
tentou uma interpretação do Antigo Testamento à luz das
categorias elaboradas pela filosofia grega e da alegoria. Foi autor de numerosas obras filosóficas e
históricas, onde expôs a sua visão platónica do judaísmo. Surge como o primeiro
pensador a tentar conciliar o conteúdo bíblico à tradição filosófica ocidental.
Neste sentido, é mais conhecido por sua doutrina do logos, sobre a qual ainda se encontram à espera de solução
inúmeras controvérsias.
O
pensamento filoniano mostra-se original e marcado por contribuições alheias à
cultura helênica, a saber, judaicas. No que diz respeito especificamente ao
logos filoniano, ele é a Lei (Torah) ela
mesma, a ação de Deus no mundo, o instrumento da Criação, modelo do mundo e
imagem de Deus, a Palavra reveladora e o único meio a partir do qual a alma
humana adquire o conhecimento verdadeiro, que vem do conhecimento de Deus. Esta
faculdade, porém, não pertence ao homem senão como dom divino, como graça.[carece de fontes]
Filon
usou da alegoria filosófica para harmonizar as escrituras judaicas,
principalmente a Torah, com a filosofia grega. Seu método
seguia as práticas, tanto da exegese
judaica quanto da filosofia Estoica.
Sua exegese alegórica, foi importante para diversos cristãos, hoje tidos como
os Padres da
Igreja (patrística), contudo, ele não teve praticamente nenhuma
recepção histórica como o judaísmo rabínico. Ele acreditava que interpretações
literais da Bíblia
Hebraica, poderia sufocar a percepção de Deus que a humanidade
tinha, deixando-a complexa e maravilhosa demais para ser compreendida em termos
literais.
Alguns
acadêmicos, creem que sua compreensão do Lógos
enquanto o princípio criativo de Deus, influenciou o que mais tarde ficaria
conhecido por Cristologia.
Outros acadêmicos negam diretamente essa influência, ao contrário, dizem que
Filon e o cristianismo
primitivo, tomou emprestado esse conceito de fontes comuns.
O
único evento da vida de Filon de Alexandria que pode ser precisamente datado,
foi sua participação na embaixada Romana, em 40 d. C. Ele representou os Judeus
Alexandrinos em uma delegação, para o então imperador Romano, Calígula, a respeito dos
conflitos civis entre Judeus Alexandrinos e a comunidade Grega. A história
desse evento e outros detalhes biográficos, são facilmente encontrados na obra
do historiador judeu, Flavius Josephus
e nos trabalhos do próprio Filon, principalmente em Legatio ad Gaium,
que apenas dois dos cinco volumes originais sobreviveram.
Vida
Provavelmente,
Filon nasceu com o nome de Julius Philo. Deus ancestrais de sua família foram
contemporâneos da dinastia
Ptolomaica e às leis do Império
Seleucida. Embora o nome de seus pais e desconhecido, sabe-se que
sua família era constituída de nobres. Isso é notável, pois ou seu pai ou seu
avô paterno teve sua cidadania Romana garantida pelo ditador Gaius Julius Cesar. São Jerônimo escreveu que Filon
veio de “genere scerdotum”, ou seja, de uma família de sacerdotes. Seus ancestrais e sua
família, tinham fortes laços sociais e fortes conexões com o sacerdócio na
Judeia, com a dinastia dos Asmoneus, a
dinastia Heródes e a dinastia
Julio-Claudius, em Roma.
Filon
visitou o Templo em
Jerusalém, pelo menos uma vez em toda a sua vida. Provavelmente, foi
contemporâneo de Jesus de Nazaré e seus Apóstolos. Filon, juntamente com
seus irmãos, recebeu uma educação completa. Foram educados na cultura helenista
da época de Alexandria
e na cultura Romana, com estudos na antiga cultura egípcia e particularmente
nas tradições judaicas, no estudo das literaturas judaicas tradicionais bem
como na filosofia grega.
Obras de Filon
- De Aeternitate Mundi ( Mundialistas )
- De Abrahamo
- De Migratione Abrahami
- De Mutatione Nominum
- De Plantatione
- De Agricultura
- De Confusione Linguarim
- De Congressu Eruditiones Gratia
- De Decalogo
- De Sacrificius Abelis et Cainis
- De Posteritate Caini
- De Ebrietate
- De Escrecationibus
- De Fuga et Inventione
- De Gigantibus
- De Josepho
- De Opificio Mundi
- De Vita Contemplativa
- De Vita Mosis
- De Sobrietate
- De Somniis
- De Specialibus Legibus
- De Virtutibus
- De Praemiis et Poenis
- Legum Allegoriae
- Legatio ad Gaium
- In Flaccus
- Quaestiones in Genesim
- Quaestiones in Exodum
- Quis Serem Divinarum Heres Sit
- Quod Deterius Potiori Insidari Soleat
- Quod Deus Sit Immutabilis
- Quod Omnis Probus Líber Sit
Referências
- Károly Simonyi. A Cultural History of Physics. CRC Press; 2012. ISBN 978-1-56881-329-5. p. 612.
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