PLAUTO (254 - 184 a.C.)
Tito Mácio Plauto foi um dramaturgo
romano, que viveu durante o período republicano. As 21 peças suas que se preservaram
até os dias atuais datam do período entre os anos de 205 aC. e 184 aC.. Suas comédias estão
entre as obras mais antigas em latim preservadas integralmente até os dias de
hoje, são quase todas adaptações de modelos gregos para o público romano, tal
como ocorria na mitologia e na arquitetura romanas. Seus trabalhos foram também
fonte de inspiração para muitos renomados escritores, tais como Shakespeare,
Molière
e outros. Não era filósofo, nem moralista, nem psicólogo, mas criou tipos que
são imitados por literatos de sua época e da atualidade [1].
Biografia
Pouco se sabe da juventude de
Tito Mácio Plauto. Acredita-se que nasceu em Sarsina, cidade
localizada na Úmbria,
região central da península Itálica, por volta de 254 aC.. Teria trabalhado
como cenógrafo ou carpinteiro para o teatro,[2] e deste
trabalho provavelmente teria se originado sua paixão pela arte. Seu talento
para a atuação foi, eventualmente, descoberto, e adotou os nomes de
"Mácio" (em latim
Maccius, um tradicional personagem, similar a um palhaço,
comum nas farsas populares) e "Plauto"
(um termo que pode significar "pé-chato" ou "orelha-chata",
à maneira das orelhas de um cão de caça) [3]. A
tradição diz que teria juntado dinheiro suficiente para entrar na indústria
náutica, porém sua empreitada teria sido mal-sucedida, e foi obrigado a
realizar trabalhos braçais, estudando a dramaturgia grega - especialmente a Comédia Nova, de Menandro - em
suas horas livres. Seus estudos lhe permitiram produzir suas próprias peças,
que acabaram sendo publicadas entre 205 e 184 aC.. Plauto conseguiu
tamanha popularidade que o seu nome chegou a representar um sinônimo de êxito
teatral.
As comédias de Plauto são, em
sua maioria, adaptações de modelos gregos para um público romano, e
frequentemente foram baseadas diretamente nas obras dos dramaturgos gregos, que
eram retrabalhadas para assumir um "sabor" que agradasse melhor as
platéias romanas. São algumas das primeiras obras a sobreviverem integralmente
na literatura latina.
Contexto histórico
O contexto histórico no qual
Plauto escreveu pode ser visto, até certo ponto, em seus comentários sobre
eventos e pessoas contemporâneas. Ele foi um dramaturgo popular numa época em
que o teatro romano ainda estava em sua infância, e era muito pouco
desenvolvido. Paralelamente, a República Romana cada vez mais ampliava seu
poder e influência no mundo Mediterrâneo.
Plauto e a Religião
Plauto foi por vezes acusado de
pregar a indiferença pública e até mesmo de ridicularizar os deuses. Quase todo
personagem de suas peças pode ser comparado a um deus; e seja para elogiar ou
ridicularizar o personagem, estas referências eram tidas como ofensivas aos
deuses. Entre elas está um personagem que compara uma mulher a um deus, ou que
diz que preferia ser amado por uma mulher que pelos deuses. Pirgopolinice, do Soldado Glorioso, ao
reclamar sobre sua longa vida, afirma que é apenas um dia mais novo que Júpiter (Gr. Zeus). Em Pseudolus,
Júpiter é comparado a Ballio, o cafetão.
Não é incomum, também, que o próprio personagem ridicularize os deuses, como
ocorre nas peças Poenulus e Rudens. Os personagens que o fazem,
no entanto, quase sempre são pertencentes às classes mais baixas da sociedade,
como os próprios proxenetas (cafetões). Plauto talvez tenha feito isso
intencionalmente, de maneira a desmoralizá-lo. Os soldados frequentemente
trazem o ridículo aos deuses. Jovens, quase sempre representando as classes
sociais mais altas, também menosprezam os deuses nos comentários que fazem nas
peças. Proxenetas, cortesãs e parasitas também louvam os deuses sem qualquer
cerimônia. Em defesa de Plauto, já se afirmou que o drama tanto refletiria
quanto prenunciaria uma mudança social. É bem provável que já houvesse muito ceticismo em
relação aos deuses na época de Plauto, e que ele não estivesse inventando ou
encorajando a irreverência em relação aos deuses, porem simplesmente refletindo
ideias existentes em seu tempo. O Estado controlava as produções teatrais, e as
peças de Plauto certamente teriam sido banidas, se fossem muito ousadas.[4]
Plauto foi contemporâneo de Gneu Névio, outro dramaturgo romano
do séc. 3 aC.
que escreveu tragédias e fundou as fabula praetexta, peças
históricas na qual eram dramatizados eventos históricos, e que pode ter sido
influência marcante em sua carreira, principalmente na escolha de assuntos e no
tratamento dispensado a eles.
Influências da 2.ª Guerra Púnica e da Guerra Macedônica
A 2.ª Guerra Púnica, entre a República Romana e
Cartago, ocorreu de 218–202 aC.; seu evento central foi a invasão da Itália
pelo general cartaginense, Aníbal. As peças de Plauto contêm referências ocasionais ao
fato do Estado estar em guerra no momento.[5] Um bom
exemplo é um trecho de verso do Miles Gloriosus ("Soldado
Glorioso"), obra cuja data exata é desconhecida, mas que costuma ser
classificada como pertencente à última década do séc. 3 aC.;[6] a
passagem, destinada a incitar o público, começava com hostis tibi adesse,
ou "o inimigo se aproxima de ti".[7]
Na época o general Cipião Africano desejava confrontar Aníbal, um plano fortemente apoiado pela plebe romana.[8] Plauto
aparentemente trabalha para a aprovação do plano pelo senado romano, empolgando
sua platéia com a ideia de um inimigo próximo à cidade, e um chamado a uma
manobra de contra-ataque.[9] Plauto já
foi descrito como um autor cujas comédias "tocavam persistentemente os
nervos mais selvagens da audiência para o qual ele escreve".[10]
Posteriormente, logo na
sequência do conflito com Aníbal, Roma preparou-se para embarcar noutra missão
militar, desta vez na Grécia. Ainda que este caminho eventualmente levasse à 2.ª Guerra Macedônica, contra Filipe V da Macedônia, houve um debate
considerável sobre o rumo que Roma deveria tomar neste conflito.[11] Sob o
pretexto de proteger os seus aliados, Roma estaria na realidade procurando
expandir seu poder e controle para o Oriente, agora que a 2.ª Guerra Púnica
havia terminado.[12]
Iniciar esta nova guerra, no entanto, não era uma tarefa fácil, considerando-se
que os conflitos recentes contra Cartago haviam esgotado a maioria dos romanos,
e poderiam dificultar o embarque numa nova campanha. Havia um sentimento
"anti-guerra", que persistiu até mesmo depois da declaração oficial
da guerra.[13]
Plauto se aproveitou deste clima complexo existente entre o público romano,
após a vitória na 2.ª Guerra Púnica, porém vendo-se diante de um novo conflito.[14] Por
exemplo, as personagens das filhas obedientes e de seu pai parecem ser
obcecadas com a ideia do officium, a obrigação que se tem de fazer o que
é correto; seus discursos estão repletos de palavras como pietas and aequus,
e as filhas lutam permanentemente para fazer com que o pai cumpra seu papel
adequado.[15]
O parasita típico desta peça, Gelásimo, tem uma relação de patrão-cliente
com esta família, e se oferece para fazer qualquer tipo de trabalho, para
conseguir seu sustento; já se identificou neste tipo de personagem um reflexo
das situações econômicas difíceis que a sociedade romana passava, devido aos
altos custos da guerra.[16]
Com a repetição da responsabilidade
ao desespero da classe baixa, Plauto se estabeleceu firmemente ao lado do
cidadão romano médio. Ao mesmo tempo que ele não faz qualquer referência à
possível guerra contra os gregos ou a guerras anteriores, o que poderia ser
muito perigoso, ele parece tentar passar a mensagem de que o governo deve primeiro
cuidar de seu próprio povo antes de tentar outras ações militares.
Influências gregas
Antiga Comédia Grega
Para se compreender a Nova
Comédia Grega, de Menandro, e suas semelhanças à obra de Plauto, deve-se
discutir a ideia da Antiga Comédia Grega, e de sua subsequente evolução. O
dramaturgo que melhor simboliza a Antiga Comédia é Aristófanes
(séc. 5 aC.)
que escreveu sátiras políticas, como As Vespas,
Os
Pássaros, e As Nuvens;[17] estas
peças estão repletas de críticas mordazes à política e à sociedade da época,
principal componente da Antiga Comédia. É uma forma de arte extremamente
consciente do mundo na qual funciona, e que costuma analisar da mesma maneira
este mundo. O comentário político nas peças de Aristófanes é extremamente
direto e franco; em As
Vespas, por exemplo, os nomes dos personagens principais,
Philocleon e Bdelycleon, significam "pró-Cleonte" e
"anti-Cleonte", respectivamente.
Nova Comédia Grega
A Nova Comédia Grega difere
enormemente das peças de Aristófanes; a principal destas diferenças é que ela é
desprovida de qualquer conteúdo sério sócio-político ou intelectual, e pode
retratar qualquer tipo de cenário político e social sem correr o risco de
ofender alguém.[18]
O risco tomado por Aristófanes está visivelmente ausente das peças da Nova
Comédia, de Menandro. Em vez disso, há um foco muito maior no lar e na unidade
familiar—algo que os romanos, incluindo Plauto, podiam compreender mais
facilmente e adotar para si próprios mais tarde em sua história.
Semelhanças entre a Nova Comédia Grega e Plauto
Ao contrário de Aristófanes,
Plauto evitava abordar atualidades políticas em suas comédias.[19]
Um dos principais temas desta Nova Comédia Grega é a relação entre pai e filho.
Por exemplo, na peça Dis Exapaton, de Menandro, há um foco na traição
entre grupos de diversas faixas etárias e seus amigos. A relação entre pai é
filho é muito forte, e o filho permanece leal a ele. A relação é sempre um
foco, ainda que não seja o foco de todas as ações executadas pelos personagens
principais. Na obra de Plauto, por outro lado, o foco ainda é na relação entre
pai e filho, porém podemos ver a traição entre os dois homens que não era vista
em Menandro. Há
um foco na conduta apropriada entre pai e filho que era tão importante na
sociedade romana da época de Plauto.
Esta acaba se tornando a
principal diferença e, paradoxalmente, semelhança, entre Menandro e Plauto.
Ambos abordam situações que tendem a se desenvolver no seio da família;[18]
ambos, através de suas peças, refletem uma sociedade
patriarcal, na qual a relação entre pai e filho é essencial para o
funcionamento apropriado, bem como o desenvolvimento do lar.[20] Não
mais se trata de uma declaração política, como na Velha Comédia, porém uma
declaração sobre as relações familiares, e o comportamento apropriado entre um
pai e seu filho. As atitudes, no entanto, a respeito destas duas relações
parecem ser muito diferentes - um reflexo de quão diferentes eram os mundos de
Menandro e Plauto.
Farsa
Existem diferenças não apenas em
como a relação pai-filho é apresentada, porém também na maneira com que Menandro e
Plauto escrevem a sua poesia. Certos aspectos das peças de Plauto, por exemplo,
fazem com que pareçam menos "críveis" que as peças de Menandro,
acentuando seu lado farsesco;
estes aspectos já foram identificados como responsáveis por causar um certo
estranhamento na poesia de Plauto, que resulta na incredulidade e na recusa da
platéia em simpatizar com os personagens.[21] Outros
estudiosos já viram isto com um reflexo da ideia de que os romanos seriam menos
inclinados a satisfazer as sensibilidades artísticas de suas platéias, e mais
propensos a saciar sua sede de entretenimento puro.
Prólogos
A comparação entre a poesia de Menandro e
Plauto pode ser ilustrada a partir de seus prólogos.
Embora os prólogos dos dois autores introduzam peças cujas tramas são de tipos
essencialmente diferentes, são quase idênticas em forma.[22]
Estilisticamente, os prólogos plautinos possuem uma verbosidade que já foi
muito discutida, e que costuma ser creditada à necessdade do dramaturgo romano
de conquistar sua platéia.[22]
Nas obras dos dois autores, no entanto, os trocadilhos
são essenciais à comédia; onde Plauto é mais verborrágico, faltava-lhe comédia
física - que ele procurava compensar com palavras, aliterações
e paranomásia.[23] Plauto
tornou-se mesmo célebre por sua devoção aos trocadilhos e brincadeiras com
palavras; na peça Soldado Glorioso, por exemplo, o nome da concubina, Philocomasium,
pode ser traduzido como "amante de uma boa festa".
Personagens
Os personagens de Plauto -
muitos dos quais parecem aparecem repetidamente em diversas de suas peças -
também parecem ter vindo dos textos gregos, embora também tenham recebido
algumas inovações. A própria adaptação destas peças impossibilitaria a
utilização de tipos diferentes de personagens, pela onipresença de tipos como escravos,
concubinas, soldados e velhos. Ao trabalhar com personagens já existentes,
injetando neles sua própria criatividade, Plauto modificou as caracterizações
e, desta maneira, toda a ênfase das peças.[24]
O escravo esperto
Um dos maiores exemplos deste
método é o escravo plautino, um tipo que desempenha um papel essencial num bom
número de obras de Plauto. O "escravo esperto", em particular, é um
personagem muito forte; ele não apenas fornece exposição e humor, mas também
leva adiante a trama nas peças. Plauto teria pego o personagem típico do
escravo, da Novs Comédia Grega, e o alterou para seus próprios propósitos,
transformando em mais que apenas uma artifício cômico, com o propósito
adicional de exposição.[25] Este arquétipo
do escravo teve papel extremamente importante na obra de Plauto (em seus monólogos
introdutórios, por exemplo). No entanto, como Plauto criou situações de humor
em escravos que enganavam seus mestres ou que se comparavam a grandes heróis,
acabou levando o personagem a um nível superior, criando algo realmente
distinto.[26]
Compreensão do idioma grego pelo público de Plauto
Dos cerca de 270 nomes próprios
existentes nas peças de Plauto que sobreviveram até hoje, 250 são gregos.[27] Estes
nomes provavelmente seriam responsáveis por algum efeito cômico na platéia,
devido à sua compreensão básica de alguns termos do idioma grego.[28] Esta
compreensão da língua poderia ter vindo das experiências tidas por soldados
romanos durante as guerras púnicas, quando muitos romanos tiveram contato com
outros idiomas e até mesmo frequentaram teatros em outras regiões do mar
Mediterrâneo.[29]
Um público com um conhecimento do grego, seja ele limitado ou extensivo,
permitiu a Plauto mais liberdade no uso de referências e palavras gregas. Da
mesma maneira, o uso de muitas referências gregas, bem como estas demonstrações
de que suas peças eram, originalmente, gregas, pode ter representado uma
tentativa consciente de Plauto de ensinar a literatura, a mitologia, a arte e a
filosofia gregas; ele estaria, de certa maneira, ensinando algo da natureza das
palavras gregas para pessoas que, como ele, haviam tomado contato recente com o
idioma estrangeiro, e todas as suas riquezas.[30]
Na época de Plauto, Roma estava
em plena expansão e devia muito de seu sucesso à influência grega. Plauto
utilizou-se da comédia grega para sugerir a superioridade romana sobre o mundo
grego, que era agora dependente dos romanos - cujas tramas cômicas ajudavam a
explicar porque os gregos provaram-se pouco adequados ao mundo real dos séc.s 3
e 2 aC.,
no qual os romanos exercitaram sua maestria.[31]
Contaminatio
Uma ideia cujo reconhecimento
parece importante é o da contaminatio, que se refere à mistura de
elementos de duas ou mais peças originais. Plauto, ao que parece, estava
razoavelmente aberto a este método de adaptação, e diversas de suas obras
parecem ter sido costuradas a partir de diferentes histórias. Um excelente
exemplo é Bacchides e sua suposta antecessora grega, Dis Exapaton,
de Menandro. O título original grego pode ser traduzido como "O Homem que Engana Duas Vezes",
enquanto a versão de Plauto cita três trapaças.[32] O
professor Victor Castellani, da Universidade de Denver, comentou:
"O ataque de
Plauto no gênero cujo material ele copiava ocorria, como já comentado
anteriormente, em quatro frentes. Ele desconstruiu diversas das tramas
ricamente construídas das peças gregas; reduziu algumas, exagerou outros dos
personagens talentosamente desenhados de Menandro e de seus contemporâneos e
seguidores, transformando-os em caricaturas; substituiu ou sobrepôs ao humor
elegante de seus modelos suas parvoíces mais vigorosas ou simplesmente mais
ridículas, nas declarações, e até mesmo na linguagem utilizada."[33]
Ao explorar ideias a respeito da
lealdade romana, da falsidade grega, e das diferenças entre as etnias,
"Plauto, de certa maneira, ultrapassou seus modelos."[34] Ele não
estava satisfeito em se basear apenas numa adaptação leal que, embora divertida,
não era algo novo ou desafiador para Roma; Plauto se aproveitou do que
encontrou porém se empenhou em expandir, subtrair, e modificá-lo. Neste ponto,
ele parece ter seguido o mesmo caminho que Horácio - embora este tenha vivido
muito tempo depois - ao colocar ideias romanas em formas gregas. Plauto não
apenas imitou os gregos, mas na realidade os distorceu, retalhou, transformando
suas peças em algo genuinamente romano. Em essência, sua obra consiste do
teatro grego colonizado por Roma e seus dramaturgos.
Dramaturgia
Na Grécia Antiga, durante o
período da Comédia Nova, da qual Plauto extraiu tanto de sua inspiração,
existiam teatros permanentes que se adequavam não só ao público, mas também aos
atores. Os maiores dramaturgos de seu período tinham instalações de qualidade
onde podiam apresentar suas obras e, de modo geral, sempre havia apoio do
público para manter os teatros em funcionamento, e com grande sucesso. Este, no
entanto, não era o que ocorria em Roma durante o período republicano, durante o
qual Plauto escreveu suas peças. Embora existisse público para o teatro e as
pessoas tivessem o hábito de apreciar tanto tragédias quanto comédias, existia
uma célebre falta de apoio governamental. Não existiu, por exemplo, qualquer
teatro permanente em Roma até que Pompeu inaugurasse um, em 55 aC., no Campo de Marte.[35] A falta
de um local permanente foi uma peça crucial para o teatro romano e para a
dramaturgia de Plauto.
Esta não-existência de teatros
permanentes em Roma vem intrigando os estudiosos contemporâneos do drama romano.
Em sua introdução ao livro Miles Gloriosus, Hammond, Mack e Moskalew
afirmam que "os romanos estavam acostumados com os teatros de pedra dos
gregos, porém, como acreditavam que o drama tinha uma influência
desmoralizante, tinham uma forte aversão à construção de teatros
permanentes."[36] Esta
preocupação parece verdadeira, quando se considera o assunto principal das
peças de Plauto: o irreal se transforma em realidade, em suas obras. Para o
professor Timothy J. Moore, da Universidade do Texas em Austin, "todas as
distinções entre a peça, a produção e a 'vida real' foram eliminadas [na peça Curculio,
de Plauto]."[37] Um
local onde as normas sociais eram derrubadas era inerentemente suspeito. A aristocracia
tinha medo do poder do teatro; e era apenas através de sua boa vontade e de
seus recursos ilimitados que um palco temporário poderia ser construído durante
determinados festivais.
Importância dos jogos
Ver
artigo principal: Jogos (Roma Antiga)
A dramaturgia romana, mais
especificamente a comédia de Plauto, era encenada no palco durante os jogos,
jogos atléticos realizados durante festivais religiosos. Em sua discussão sobre a
importância dos Jogos Megalenses no teatro
romano arcaico, John Arthur Hanson afirma que este festival particularmente
"continha mais dias de representações dramáticas do que qualquer outros
festivais regulares, e foi em associação com estes jogos que as evidências
literárias mais definitivas e seguras sobre o local dos jogos cênicos chegou
até nós."[38]
Pelo fato dos jogos serem de natureza religiosa, era apropriado aos romanos
construir este palco temporário próximo ao templo da divindade que estava sendo
homenageada com os jogos. O professor Sander M. Goldberg, da Universidade da
Califórnia em Los Angeles
(UCLA), nota que os jogos geralmente eram realizados até mesmo dentro do
recinto do templo do deus homenageado.[39]
Timothy J. Moore, da Universidade
de Washington em St. Louis,
aponta que "os assentos nos teatros temporários nos quais as peças de
Plauto foram inicialmente encenadas não eram suficientes para todos que queriam
vê-las, e o critério primordial para determinar quem deveria sentar ou não era
o status social."[40] Isto
não significa que membros das classes sociais mais baixas não assistiam as
peças, mas sim que provavelmente eram obrigados a assisti-las em pé. As peças eram encenadas
em público, para o público, com os membros mais proeminentes da sociedade nas
primeiras filas.
Os palcos de madeira no qual as
peças de Plauto surgiram eram estreitos e compridos, com três aberturas no
fundo. Estes palcos eram significativamente menores que qualquer estrutura grega
familiar aos estudiosos modernos. Como o teatro não era uma prioridade durante
a época de Plauto, estas estruturas eram feitas para serem erguidas e
desmontadas no mesmo dia, especialmente pelo risco de incêndios que ofereciam.[41]
Geografia do palco
Frequentemente a disposição
geográfica do palco e da peça estavam alinhados com a geografia da cidade, para
que a audiência estivesse bem orientada com relação ao local onde se passava a peça.
Moore afirma que "as referências a locais romanos devem ter sido
estarrecedoras, pois elas não eram apenas referências a coisas romanas, mas os
lembretes mais ostensivos possíveis de que a produção ocorria na cidade de
Roma.[42]
Plauto, portanto, parece ter coreografado suas peças de uma maneira um tanto
realista, fazendo assim com que seus personagens saíssem ou entrassem no palco
a partir das regiões apropriadas para seus status social.
Dois acadêmicos, Vincent J.
Rosivach, da Universidade de Fairfield, e Nancy E. Andrews, da Universidade do
Estado de Ohio e da Universidade Bryn Mawr, fizeram observações curiosas sobre
as encenações de Plauto: Rosivach escreveu a respeito da identificação dos
lados do palco com o status social e a geografia; para ele, por exemplo,
"a casa do medicus localizava-se fora do palco, à direita. Era,
portanto, no fórum ou em sua vizinhança que esperava-se encontrar um medicus."[43] Além
disso, ele comenta que os personagens que se opunham um ao outro sempre saíam
por direções opostas. Já Andrews discute a semântica especial de Plauto,
observando que os diferentes espaços do palco tinham diferentes cargas
temáticas:
"A
'Casina', de Plauto, emprega estas correlações trágicas entre
masculino/exterior e feminino/interior, porém as inverte para criar uma relação
ainda mais complexa entre gênero teatral, gênero sexual e espaço dramático. Na
peça, a luta pelo controle entre homens e mulheres... é articulada pelos
esforços dos personagens de controlar o movimento no palco para dentro e fora
da casa."[44]
Andrews aponta o fato de que a
disputa de poder em Casina fica evidente nas idas e vindas verbais. As
palavras de ação e a maneira com que são ditas são importantes para a
dramaturgia. Palavras que indicam direção ou ações, como abeo ("eu
saio"), transeo ("eu vou [até]"), fores crepuerunt
("as portas rangem") ou intus ("dentro"), que
apontam para a entrada ou saída de algum personagem, são corriqueiras nos
diálogos das peças de Plauto. Estas frases ou verbos de movimento podem ser
interpretadas como as direções de palco de Plauto, já que estas não costumavam
ser indicadas no teatro da época. Frequentemente, no entanto, nestes
intercâmbios de personagens, surge a necessidade de se avançar para o ato
seguinte; Plauto então utiliza o que é conhecido como "monólogo de
cobertura" (cover monologue). Segundo Goldberg, estes monólogos
"marcam a passagem do tempo menos pela sua duração do que por se dirigirem
direta e imediatamente à platéia, e por mudarem dos [versos] senarii
utilizados no diálogo para os septenarii iâmbicos. Esta mudança
resultante no clima da peça distrai e distorce nossa sensação de passagem de
tempo."[45]
Relacionamento com o público
Os pequenos palcos tiveram um efeito significativo na encenação do antigo
teatro romano. Devido a esse espaço limitado, também houve movimento limitado.
O teatro grego permitia grandes gestos e extensa ação para alcançar os membros
da platéia que estavam bem no fundo do teatro. No entanto, os romanos teriam de
depender mais de suas vozes do que de grande fisicalidade. Não havia uma
orquestra disponível como para os gregos e isso se reflete na notável falta de
um coro no drama romano. O personagem substituto que atua como coro no drama
grego é freqüentemente chamado de “prólogo”. [50]
Goldberg diz que “essas mudanças promoveram uma relação diferente entre os
atores e o espaço em que eles se apresentaram, e também entre eles e seus
públicos”. [51] Os atores foram empurrados para uma
interação muito mais próxima do público. Por causa disso, tornou-se necessário
um certo estilo de atuação que é mais familiar para o público moderno. Como
eles teriam estado tão próximos dos atores, o público romano antigo teria
desejado atenção e reconhecimento direto dos atores. [52]
Como não havia orquestra, não havia espaço separando o público do palco. O
público podia ficar em frente da plataforma de madeira elevada. Isso lhes deu a
oportunidade de olhar os atores de uma perspectiva muito diferente. Eles teriam
visto todos os detalhes do ator e ouvir cada palavra que ele dissesse. O membro
da platéia teria desejado que o ator falasse diretamente com eles. Foi uma
parte da emoção da performance, como é até hoje [53].
Estoque de Personagens Sortidos
A gama de personagens de Plauto foi criada pelo do uso de várias técnicas,
mas provavelmente o mais importante é o uso do estoque de personagens e
situações em suas várias cenas. Ele incorpora os mesmos personagens
constantemente, especialmente quando o tipo de personagem é divertido para o
público. Como escreveu Walter Juniper, “tudo, incluindo caracterização
artística e consistência de caracterização, foi sacrificado para o humor, e o
retrato do personagem permaneceu apenas onde foi necessário para o sucesso da
trama e do humor para ter uma persona
que permanecesse no personagem, e onde o persona
por sua interpretação contribuiu para o humor. ” [54]
Por exemplo, em Miles Gloriosus,
entitulado “soldado fanfarrão” Pyrgopolynices só mostra seu lado vaidoso e imodesto no 1.º ato,
enquanto o penetra Artotrogus exagera as conquistas de Pyrgopolynices, criando mais e mais alegações ridículas
que Pyrgopolynices concorda
sem questionar. Esses dois são exemplos perfeitos dos personagens das ações do
soldado pomposo e do penetra desesperado que apareceu nas comédias plautinas.
Ao dispor de indivíduos altamente complexos, Plauto estava fornecendo ao seu
público o que queria, já que “o público a cujos gostos Plauto atendia não
estava interessado no jogo de personagens”, mas queria o humor amplo e
acessível oferecido pelo configuração das ações. O humor que Plauto ofereceu,
como “trocadilhos, jogos de palavras, distorções de significado ou outras
formas de humor verbal, ele geralmente os coloca na boca de personagens
pertencentes às classes sociais mais baixas, para cuja linguagem e posição
essas variedades de técnicas humorísticas são mais adequadas, ” [56]
combinando bem com a
estabilidade dos personagens.
O Escravo Esperto
Em seu artigo "O escravo intrigante na comédia grega", Philip
Harsh dá provas para mostrar que o escravo inteligente não é uma invenção de
Plauto. Enquanto críticos anteriores como A. W.
Gomme acreditavam que o escravo
era “um personagem verdadeiramente cômico, o orientador de esquemas engenhosos,
o controlador de eventos, o comandante de seu jovem mestre e amigos, é uma
criação da comédia latina”, e que os dramaturgos gregos, como Menandro, não
usaram escravos de tal maneira que Plauto fez mais tarde, Harsh refuta essas
crenças, dando exemplos concretos de casos em que um escravo esperto apareceu
na comédia grega. [57] Por exemplo, nas obras de Ateneu,
Alciphron e Lucian há decepções que envolvem o auxílio de um escravo, e em Menandro Dis Exapaton houve um engano elaborado por um
escravo inteligente que Plauto espelha em seus Bacchides. Evidências
de escravos espertos também aparecem em Thalis e Hypobolimaios de Menadro e no fragmento de papiro de
sua Perinthia. Harsh reconhece que a
declaração de Gomme foi provavelmente feita antes da descoberta de muitos dos
papiros que temos agora. Embora não fosse necessariamente uma invenção romana,
Plauto desenvolveu seu próprio estilo de retratar o esperto escravo. Com papéis
maiores e mais ativos, mais exagero verbal e exuberância, o escravo foi movido
por Plauto para a frente da ação. [58] Por causa da inversão de ordem criada por
um escravo desonesto ou espirituoso, esse personagem foi perfeito para obter
uma resposta humorística e os traços do personagem funcionaram bem para
impulsionar o enredo.
O velho homem lascivo/ concupiscente
Outro personagem importante do estoque plautino, discutido por K.C. Ryder,
é o senex amator, um homem idoso que
contrai uma paixão por uma jovem e que, em graus variados, tenta satisfazer
essa paixão. Em Plauto, esses homens são Demaenetus (Asinaria), Philoxenus e Nicobulus (Bacchides), Demipho (Cistellaria),
Lisidamus (Casina), Demipho (Mercator) e Antipho (Stichus). Periplectomenos (Miles Gloriosus) e Daemones (Rudens) são considerados senes lepidi porque geralmente mantêm
seus sentimentos dentro de um limite respeitável. Todos esses personagens têm o
mesmo objetivo, estar com uma mulher mais jovem, mas tudo acontece de maneiras
diferentes, já que Plauto não poderia ser muito redundante com seus
personagens, apesar de suas já óbvias semelhanças. O que eles têm em comum é o
ridículo com que suas tentativas são vistas, a imagem que sugere que elas são
motivadas em grande parte pela paixão animal, o comportamento infantil e a
reversão para a linguagem do amor de sua juventude. [59]
Personagens Femininas
Ao examinar as designações do papel feminino das peças de Plauto, Z.M.
Packman descobriu que eles não são tão estáveis quanto seus colegas
masculinos: um senex geralmente
permanece um senex enquanto durar a
peça, mas designações como matrona,
mulier ou uxor às vezes parecem
intercambiáveis. A maioria das mulheres adultas livres, casadas ou viúvas,
aparecem em cabeçalhos de cena como mulier,
simplesmente traduzidas como “mulher”. Mas no Stichus de Plauto as duas jovens
são referidas como sorores, depois mulieres e depois matronae, todas com diferentes significados e conotações. Embora
existam essas discrepâncias, Packman tenta dar um padrão às designações de
papel feminino de Plauto. Mulier é
tipicamente dado a uma mulher de classe cidadã e de idade de casar ou que já
tenha sido casada. As meninas de classe cidadã solteiras, independentemente da
experiência sexual, foram designadas como virgo.
Ancilla era o termo usado para
mulheres escravas domésticas, com Anus reservado
para os escravos idosos da família. Uma jovem que é solteira devido ao status
social é geralmente chamada meretrix ou “cortesã”. Uma lena, ou mãe adotiva, pode ser uma mulher proprietária dessas
meninas. [60]
Personagens Sem Nome
Como Packman, George Duckworth usa os títulos das cenas nos manuscritos
para apoiar sua teoria sobre personagens de Plauto sem nome. Existem
aproximadamente 220 personagens nas 20 peças de Plauto. Trinta não são nomeados
nos cabeçalhos das cenas e no texto e existem cerca de nove caracteres que são
nomeados no texto antigo, mas não em nenhum texto moderno. Isso significa que
cerca de 18% do número total de personagens em Plauto são sem nome. A maioria
dos personagens muito importantes tem nomes, enquanto a maioria dos não
nomeados são de menor importância. No entanto, existem algumas anormalidades -
o personagem principal de Casina não
é mencionado pelo nome em nenhum lugar do texto. Em outros casos, Plauto dará
um nome a um personagem que tenha apenas algumas palavras ou linhas. Uma
explicação é que alguns dos nomes foram perdidos ao longo dos anos; e na maior
parte, os personagens principais têm nomes. [61]
Estilo e Linguagem
Visão Geral
A linguagem e o estilo de Plauto não são fáceis ou simples. Ele escreveu em
um estilo coloquial longe da forma codificada do latim que é encontrada em
Ovídio ou Virgílio. Esse estilo coloquial é o discurso cotidiano com o qual
Plauto era familiarizado, mas isso significa que a maioria dos estudantes de
latim não está familiarizada com ele. Somando-se ao desconhecimento da
linguagem, está a inconsistência das irregularidades que ocorrem nos textos. Em
um de seus prolíficos estudos de palavras, A.W. Hodgman observou que:
as
declarações que alguém encontra, que esta ou aquela forma é "comum"
ou "regular", em Plauto, são freqüentemente enganosas, ou mesmo
incorretas, e são geralmente insatisfatórias ... Eu tenho ganho um crescente
respeito pela tradição manuscrita, uma crescente crença de que as irregularidades
são, afinal, em certo sentido regulares. Todo o sistema de inflexão - e,
suspeito, da sintaxe também e da versificação - foi menos fixo e estável no
tempo de Plauto do que se tornou mais tarde. [62]
Recursos Arcaicos
A dicção de Plauto, que usou o discurso coloquial de sua época, é distinta
e não-padrão do ponto de vista do período clássico posterior. M. Hammond, AH
Mack e W. Moskalew observaram na introdução de Miles Gloriosus que Plauto
estava “livre de convenções ... [e] procurou reproduzir o tom mais fácil da
fala diária do que a regularidade formal de oratória ou poesia. Assim, muitas
das irregularidades que perturbaram os escribas e estudiosos talvez apenas
reflitam os usos cotidianos das línguas descuidadas e não treinadas que Plauto
ouviu sobre elas. ” [63] Olhando para o uso geral das formas
arcaicas em Plauto, nota-se que elas comumente ocorrem em promessas, acordos,
ameaças, prólogos ou discursos. As formas arcaicas de Plauto são
meticulosamente convenientes, mas também podem ter um efeito estilístico em seu
público original.
Estas formas são freqüentes e de um número muito grande para uma lista
completa aqui, [64] mas algumas das características mais
notáveis que da perspectiva clássica seriam consideradas irregulares ou
obsoletas são:
·
o uso de formas não
contraídas de alguns verbos como mavolo
("preferir") para mais tarde malo
[65]
·
a emenda do final - e -
de imperativos singulares
·
a retenção de – u - no lugar do último - i - em palavras como maxumus, proxumus, lacrumare etc. (veja
a Latin spelling and pronunciation
§Sonus medius), e de -vo- antes de r, s ou t, onde o uso depois de ca.
150 aC [66] favoreceria
– ve - (como vostrum para depois vestrum)
·
o uso do –ier- final para o presente passivo e
deponente infinitivo (deponent infinitive)
·
as formas de sum frequentemente unidas à palavra
precedente, que é chamada de prodelision (como bonumst "It’s good" para bonum est
"It is good")
·
o abandono do final –s- das formas verbais do 2º-singular e
o final –e- da questão-partícula -ne quando os dois estão unidos (como viden?
Para videsne? "Você vê? Você
entendeu?")
·
a retenção do curto -ǒ no final de nomes na segunda declinação para depois -ŭ
·
a retenção em muitas
palavras de qu- em vez de mais tarde c- (como em quom ao invés de cum)
·
o uso do final genitivo do
singular -āī, dissilábico, além de –ae
·
a retenção do -d final após a vogal longa nos
pronomes mēd, tēd, sēd
(formas acusativa e ablativa, sem -d também ocorre)
·
a adição ocasional de um
final -pte, -te ou -met aos pronomes
·
o uso de -īs como um plural acusativo e, ocasionalmente, um final plural nominativo. [67]
Essas são as peculiaridades lingüísticas mais comuns (da perspectiva
posterior) nas peças de Plauto, algumas delas também encontradas em Terêncio, e
notá-las ajuda na leitura de suas obras e dá uma visão do inicio linguagem
romana e interação.
Meios de Expressão
Há certas maneiras pelas quais Plauto se expressou em suas peças, e
esses meios individuais de expressão dão um certo toque ao seu estilo de
escrita. Os meios de expressão nem sempre são específicos do escritor, isto é,
idiossincráticos, mas são característicos do escritor. Dois exemplos desses
meios característicos de expressão são o uso de provérbios e o uso da língua
grega nas peças de Plauto.
Plauto empregou o uso de provérbios em muitas de suas peças. Provérbios tratariam de um determinado gênero, como direito, religião, medicina, ofícios, artesanato e navegação. Os provérbios e as expressões proverbiais chegam às centenas. Eles às vezes aparecem sozinhos ou entrelaçados em um discurso. A aparência mais comum dos provérbios em Plauto parece estar no final de um solilóquio. Plauto faz isso para um efeito dramático para enfatizar um ponto.
Mais entrelaçado nas peças de Plauto e tão comum quanto o uso de provérbios
é o uso do grego dentro dos textos das peças. J. N. Hough sugere que o uso do
grego por Plauto é para fins artísticos e não simplesmente porque uma frase em
latim não se encaixa na métrica. Palavras gregas são usadas quando se descrevem
alimentos, óleos, perfumes, etc. Isto é similar ao uso de termos franceses em
inglês como garçon ou encontro (rendezvous). Essas palavras dão à língua um
toque francês, assim como o grego fez para os romanos de língua latina.
Escravos ou personagens de baixa reputação falam muito do grego. Uma possível
explicação para isso é que muitos escravos romanos eram estrangeiros de origem
grega.
Plauto, às vezes, incorporava passagens em outros idiomas, bem como em
lugares onde se adequasse a seus personagens. Um exemplo notável é o uso de
duas orações em púnico (Punic) em Poenulus,
faladas pelo ancião cartaginês Hanno, que são significativas para a lingüística
semítica porque preservam a pronúncia cartaginense das vogais. Ao contrário do
grego, Plauto provavelmente não falava o próprio Púnico, nem o público
provavelmente o entenderia. O texto das orações foi provavelmente fornecido por
um informante cartaginês, e Plauto o incorporou para enfatizar a autenticidade
e a estranheza do caráter de Hanno. [68]
Dispositivos Poéticos
Plauto também usou meios mais técnicos de expressão em suas peças. Uma
ferramenta que Plauto usou para a expressão de seu servus callidus
personagem de estoque foi a
aliteração. Aliteração é a repetição de sons em uma sentença ou cláusula; esses
sons geralmente vêm no começo das palavras. No Miles Gloriosus, o servus
callidus é Palaestrio. Ao falar com o personagem, Periplectomenus, ele usa
uma quantidade significativa de aliteração para afirmar sua inteligência e,
portanto, sua autoridade. Plauto usa frases como “falsiloquom, falsicum,
falsiiurium” (MG l. 191). Estas palavras expressam o conhecimento profundo e
respeitável que Palaestrio tem da língua latina. A aliteração também pode
acontecer no final das palavras. Por exemplo, Palaestrio diz, “linguam,
perfidiam, malitiam atque audaciam, confiantiam, confirmitatem, fraudulentiam”
(MG II. 188-9). Também usado, como visto acima, é a técnica da assonância, que
é a repetição de sílabas de sonoridade similar.
Piadas e Jogo de Palavras
As comédias de Plauto abundam em trocadilhos e jogos de palavras, que é um
componente importante de sua poesia. Um exemplo bem conhecido no Miles Gloriosus é Sceledre, scelus. Alguns exemplos estão no texto
para acentuar e enfatizar o que está sendo dito, e outros para elevar a arte da
linguagem. Mas um grande número são feitos para piadas, especialmente piadas de
enigmas (riddle jokes), que apresentam um pardrão "knock knock - quem está aí?". Plauto
gosta especialmente de inventar e mudar o significado das palavras, como
Shakespeare faz depois.[69]
Verso
Além disso, enfatizar e elevar a arte da linguagem das peças de Plauto é o
uso do verso, que é simplesmente o ritmo da peça. Parece haver um grande debate
sobre se Plauto achou graça no forte sotaque da palavra ou verso ictus, tenso.
Plauto não seguiu a métrica dos originais gregos que ele adaptou para o público
romano. Plauto usava um grande número de versos, mas usava com mais frequência
o septenário trocáico (trochaic septenarius). Palavras iâmbicas, embora comuns em latim, são
difíceis de encaixar nesta métrica e ocorrem naturalmente no final dos versos.
G.B. Conte observou que Plauto favorece o uso de cantica em vez de métrica grega. Essa vacilação
entre o métrica e o tensão das palavras destaca o fato de que a literatura
latina ainda estava em sua infância, e que ainda não havia uma maneira padrão
de escrever versos.
Vigor e Imediatismo
O servus callidus funciona como a
exposição em muitas das peças de Plauto. De acordo com C. Stace, "os
escravos em Plauto são quase o dobro do monólogo que qualquer outro personagem
... [e] esta é uma estatística significante; a maioria dos monólogos é, por
assim dizer, para fins de humor, moralizantes, ou exposição de algum tipo,
podemos agora começar a ver a verdadeira natureza da importância do escravo.
"[70]
Porque humor, vulgaridade, [71] e" incongruência "são uma parte
tão grande das comédias de Plauto, o escravo se torna o ferramenta essencial
para conectar o público à piada através de seu monólogo e conexão direta com o
público. Ele é, então, não apenas uma fonte de exposição e compreensão, mas
conexão - especificamente, conexão com o humor da peça, a diversão da peça. O servus callidus é um personagem que,
como diz McCarthy, "chama toda a atenção do público e, de acordo com C.
Stace," apesar de suas mentiras e abusos, reivindica nossa completa
simpatia. "[72] Ele faz isso, de acordo com alguns
estudos, usando monólogo, o humor imperativo e a aliteração - todos eles são
ferramentas lingüísticas específicas e eficazes tanto na escrita quanto na
fala.
O tipo específico de monólogo (ou solilóquio) no qual um escravo de Plauto
se envolve é o prólogo. Ao contrário
da exposição simples, de acordo com N.W. Slater, “esses… prólogos… têm uma
função muito mais importante do que meramente fornecer informação”. [73] Outra maneira pela qual o servus callidus afirma seu poder sobre a
peça - especificamente os outros personagens na peça - é através do uso de o
humor imperativo. Este tipo de linguagem é usado, de acordo com E. Segal, para
"a inversão forçada, a redução do mestre a uma posição desprezível de
súplica ... o mestre-como-suplicante é, portanto, uma característica
extremamente importante do final cômico de Plauto". [74] O humor imperativo é, portanto, usado na
completa inversão de papéis da relação normal entre escravo e mestre, e
“aqueles que gozam de autoridade e respeito no mundo romano comum são
destituídos, ridicularizados, enquanto os membros mais humildes da sociedade se
reúnem. seus pedestais… os humildes estão em face exaltados ”. [75]
A influência de Plauto
Críticos intelectuais e acadêmicos muitas
vezes julgam o trabalho de Plauto como bruto; contudo, sua influência na
literatura posterior é impressionante - especialmente em dois gigantes
literários, Shakespeare e Molière.
Os dramaturgos ao longo da história tem
olhado Plauto pelos personagens, enredo, humor e outros elementos da comédia.
Sua influência varia de semelhanças em ideias a traduções literais completas
tecidas dentro das peças. A aparente familiaridade do dramaturgo com o absurdo
da humanidade e a comédia e a tragédia que decorrem desse absurdo inspiraram
dramaturgos posteriores séc.s após sua morte. O mais famoso desses sucessores é
Shakespeare - Plauto teve uma grande influência nas primeiras comédias do
Bardo.
Idade Média e Início do Renascimento
Plauto foi aparentemente lido no séc. 9. Sua forma era complexa demais para
ser completamente compreendida, no entanto, e, como indicado pelo Terentius et delusor, era desconhecido na época se Plauto estava
escrevendo em prosa ou verso.
W. B. Sedgwick forneceu um registro do Amphitruo,
perenemente uma das obras mais famosas de Plauto. Foi a peça mais popular de
Plauto na Idade Média e encenada publicamente na Renassença; e a primeira peça
de a ser traduzida para o inglês.
A influência das peças de Plauto foi sentida no início do séc. 16.
Registros limitados sugerem que a primeira produção universitária conhecida de
Plauto na Inglaterra foi de Miles Gloriosus em Oxford em 1522-3. A magnum jornale do Queens College contém uma referência a uma comoedia Plauti em 1522 ou 1523. Isso se
encaixa diretamente nos comentários feitos nos poemas de Leland sobre a data da
produção. A próxima produção de Miles
Gloriosus que é conhecida a partir de registros limitados foi dada pela
Westminster School em 1564. [76] Outros registros também nos falam sobre
performances dos Menaechmi. De nosso conhecimento, performances foram dadas na
casa do Cardeal Wolsey por meninos da Escola de São Paulo em 1527. [77]
Plauto e Shakespeare
The Plautine and Shakespearean plays that most
parallel each other are, respectively, The Menaechmi and The
Comedy of Errors.
According to Marples, Shakespeare drew directly from Plauto “parallels in plot,
in incident, and in character,”[79] and was undeniably influenced by the classical
playwright’s work. H. A. Watt stresses the importance of recognizing the fact
that the “two plays were written under conditions entirely different and served
audiences as remote as the poles.”[80]
Shakespeare tomou emprestado de Plauto como Plauto tomou emprestado de seus
modelos gregos. C.L. Barber diz que “Shakespeare alimenta a vida elisabetana no
moinho da farsa romana, a vida realizada com sua criatividade distintamente
generosa, muito diferente do gênio resistente, estreito e resplandecente de
Plauto.” [78]
As peças de Plauto e Shakespeare que tem mais paralelos são, respectivamente, O Menaechmi e A Comédia dos Erros (The Comedy of Errors). De acordo com Marples, Shakespeare extraiu diretamente de Plauto “paralelos na trama, no incidente e no caráter”, [79] e foi inegavelmente influenciado pelo trabalho do dramaturgo clássico. H. Watt enfatiza a importância de reconhecer o fato de que “as duas peças foram escritas sob condições completamente diferentes e serviram a platéias tão remotas quanto os pólos”. [80]
As diferenças entre O Menaechmi e A Comédia dos Erros são claras. Em Menaechmi,
Plauto usa apenas um par de gêmeos - irmãos gêmeos. Shakespeare, por outro
lado, usa dois conjuntos de gêmeos, que, segundo William Connolly, “dilui a
força das situações de Shakespeare”. [80] Uma sugestão é que Shakespeare tirou essa
idéia do Amphitruo de Plauto, no qual
ambos mestres gêmeos e escravos gêmeos aparecem.
Pode-se notar que a duplicação é uma situação de estoque da comédia
elisabetana. Na fusão entre as técnicas elizabetana e plautina, TW Baldwin
escreve: “… os erros não têm a unidade em miniatura de Menaechmi, que é característica da estrutura clássica da comédia.” [81] Baldwin observa que Shakespeare cobre uma
área muito maior na estrutura. da peça que Plauto faz. Shakespeare escrevia
para um público cujas mentes não se restringiam a casa e lar, mas sim em
direção ao mundo maior e ao papel que poderiam desempenhar naquele mundo.
Outra diferença entre o público de Shakespeare e Plauto é que o público de
Shakespeare era cristão. No final de Erros,
o mundo da peça retorna ao normal quando uma abadia cristã interfere no
conflito. Menaechmi, por outro lado,
“está quase completamente carente de uma dimensão sobrenatural”. [82] Um personagem na peça de Plauto nunca
culparia uma situação inconveniente sobre feitiçaria - algo que é bastante
comum em Shakespeare.
A relação entre um mestre e um empregado inteligente também é um elemento
comum na comédia elisabetana. Shakespeare geralmente inclui folhas para que
seus personagens tenham um acionamento do outro. Na comédia romântica
elizabetana, é comum que as peças terminem com múltiplos casamentos e
acoplamentos de pares. Isso é algo que não é visto na comédia de Plauto. Na Comédia dos Erros, Aegeon e Aemilia
estão separados, Antífolo e Adriana estão em desacordo, e Antífolo e Luciana
ainda não se encontraram. No final, todos os casais estão felizes juntos.
Escrevendo suas comédias em uma combinação de estilos elisabetano e plautino,
Shakespeare ajuda a criar sua própria comédia, que usa ambos os estilos. [80]
Além disso, Shakespeare usa o mesmo tipo de monólogo de abertura tão comum
nas peças de Plauto. Ele até mesmo usa um “vilão” em A Comédia dos Erros do mesmo tipo que o de Menaechmi, mudando o personagem de médico para professor, mas
mantendo o personagem um homem perspicaz e educado. [80] Watt também observa que alguns desses
elementos aparecem em muitos de seus trabalhos, como Décima Segunda Noite ou Sonhos
de uma Noite de Verão, e tiveram um impacto profundo na escrita de
Shakespeare. [80]
Os dramaturgos posteriores também emprestaram os personagens das ações de
Plauto. Um dos ecos mais importantes de Plauto é o caráter de estoque do
parasita. Certamente, o melhor exemplo disso é Falstaff, o cavaleiro corpulento e covarde de
Shakespeare. Como observa J. W. Draper, o guloso Falstaff compartilha muitas
características com um parasita como o Artotrogus de Miles Gloriosus. Ambos os
personagens parecem fixados em comida e de onde vem a próxima refeição. Mas
eles também confiam na lisonja para ganhar esses presentes, e ambos os
personagens estão dispostos a enterrar seus clientes em elogios vazios. [83]
Evidentemente, Draper observa que
Falstaff também é um militar arrogante, mas observa: “Falstaff é um personagem
tão complexo que ele pode ser, na verdade, uma combinação de tipos
interligados”. [83]
Além de aparecer na comédia shakespeariana, o parasita Plautine aparece em
uma das primeiras comédias inglesas. Em Ralph Roister Doister, o personagem de Matthew Merrygreeke segue a
tradição tanto do Parasita Plautino quanto do escravo Plautino, enquanto ele
procura e procura alimento e também tenta alcançar os desejos de seu mestre. [83]
Na verdade, a peça em si é muitas
vezes vista como se emprestando pesadamente ou mesmo se baseando na comédia de
plautina, Miles Gloriosus.[84]
H. W. Cole discute a influência de Plauto e Terêncio nos Stonyhurst Pageants. Os Stonyhurst
Pageants são manuscritos de peças do
Antigo Testamento que provavelmente foram compostas depois de 1609 em Lancashire. Cole
concentra-se na influência de Plauto sobre o Pageant de Naamã. O dramaturgo deste espetáculo rompe com o estilo
tradicional do drama religioso medieval e depende fortemente das obras de
Plauto. No geral, o dramaturgo cruza 18o das 20 peças sobreviventes de Plauto e
5 das 6 peças existentes de Terêncio. É claro que o autor do Concurso de
Stonyhurst de Naamã teve um grande conhecimento de Plauto e foi
significativamente influenciado por isso. [85]
Há evidências de imitação de Plauto na Era
de Prata (Heywood’s Silver Age) e Damon e
Pythias, de Edwardes, bem como em Erros
de Shakespeare. Heywood às vezes traduzia passagens inteiras de Plauto. Por ser
traduzido e imitado, Plauto foi uma grande influência na comédia da era
elisabetana. Em termos de enredo, ou talvez de mais precisão, Plauto serviu
como fonte de inspiração e também forneceu a possibilidade de adaptação para
dramaturgos posteriores. Os muitos enganos com que Plauto mergulhou suas peças,
dando ao público a sensação de um gênero que beirava a farsa, aparecem em boa
parte da comédia escrita por Shakespeare e Molière. Por exemplo, o escravo
inteligente tem papéis importantes tanto em L'Avare
como em L'Etourdi, duas peças de
Molière, e em ambos impulsiona o enredo e cria o ardil como Palaestrio em Miles
Gloriosus.[86]
Esses personagens semelhantes
estabelecem o mesmo tipo de engano em que muitas das peças de Plauto encontram
sua força motriz, o que não é uma simples coincidência.
Peças sobreviventes
·
Amphitryon 194 a. C. ("Anfitrião")
·
Asinaria 194 a. C. ("A Comédia dos Burros")
·
Aulularia 195 a. C. ("A Comédia da Marmita")
- Bacchides 189 a. C. ("As Duas Báquides")
·
Captivi 194 a. C. ("Os Cativos"; "Os
Prisioneiros")
·
Casina
180 a. C.
·
Cistellaria 199 a. C.
·
Curculio
193 a. C. ("O Gorgulho"; "Caruncho")
·
Epidicus 195 a. C. ("Epídico")
·
Menaechmi 195 a. C. ("Os Menecmos")
·
Mercator
195 a. C.
·
Miles Gloriosus 197 a. C. ("O
Soldado Fanfarrão")
·
Mostellaria 197 a. C.
·
Persa
197 a. C. ("Persa")
·
Poenulus 189 a. C.
·
Pseudolus 181 a. C.
·
Rudens
192 a. C. ("O Cabo")
·
Stichus 200 a. C.
("Estico")
·
Trinummus 192 a. C.
·
Truculentus 189 a. C.
Peças Fragmentadas
Apenas os títulos e vários fragmentos dessas peças sobreviveram.
• Acharistio
• Addictus
• Ambroicus, ou Agroicus ("O Homem Rústico")
• Artamo ("A vela principal")
• Astraba
• Baccharia
• Bis Compressa ("A Mulher Seduzida Duas Vezes")
• Beócia
• Caecus ("O Homem Cego") ou Praedones ("Saqueadores")
• Calceolus ("O sapato pequeno")
• Carbonaria ("A femea queimadora de carvão")
• Clitellaria ou Astraba
• Colax ("O adulador")
• Commorientes ("Aqueles que morrem juntos")
• Condalium ("O Anel Escravo")
• Cornicularia
• Dyscolus ("O rabujento")
• Foeneratrix ("A mulher credora")
• Fretum ("O Estreito" ou "Canal")
• Frivolaria ("Bagatela")
• Fugitivi ("Os fugitivos" - possivelmente por Turpilius
• Gastronomia ou Gastron
• Hortulus ("Pequeno Jardim")
• Kakistus (possivelmente por Accius)
• Lenones Gemini ("Os alcoveteiros gêmeos")
• Nervolaria
• Parasito Medicus ("O Médico Parasita")
• Parasitus Piger ("O parasita preguiçoso") ou Lipargus
• Phagon ("O Glutão")
• Plociona
• Saturio
• Scytha Liturgus
• Sitellitergus ("O Limpa Sanita")
• Trigemini ("Trigêmeos")
• Vidularia
• Addictus
• Ambroicus, ou Agroicus ("O Homem Rústico")
• Artamo ("A vela principal")
• Astraba
• Baccharia
• Bis Compressa ("A Mulher Seduzida Duas Vezes")
• Beócia
• Caecus ("O Homem Cego") ou Praedones ("Saqueadores")
• Calceolus ("O sapato pequeno")
• Carbonaria ("A femea queimadora de carvão")
• Clitellaria ou Astraba
• Colax ("O adulador")
• Commorientes ("Aqueles que morrem juntos")
• Condalium ("O Anel Escravo")
• Cornicularia
• Dyscolus ("O rabujento")
• Foeneratrix ("A mulher credora")
• Fretum ("O Estreito" ou "Canal")
• Frivolaria ("Bagatela")
• Fugitivi ("Os fugitivos" - possivelmente por Turpilius
• Gastronomia ou Gastron
• Hortulus ("Pequeno Jardim")
• Kakistus (possivelmente por Accius)
• Lenones Gemini ("Os alcoveteiros gêmeos")
• Nervolaria
• Parasito Medicus ("O Médico Parasita")
• Parasitus Piger ("O parasita preguiçoso") ou Lipargus
• Phagon ("O Glutão")
• Plociona
• Saturio
• Scytha Liturgus
• Sitellitergus ("O Limpa Sanita")
• Trigemini ("Trigêmeos")
• Vidularia
Referências
1.
Tito Maccio Plauto, pag. 1301 - Grande
Enciclopédia Universal - edição de 1980 - ed. Amazonas
2.
M. Marples.
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3.
S. O'Bryhim. Greek and Roman
Comedy (University of Texas Press, 2001), p. 149.
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H.M. Tolliver. "Plautus and
the State Gods of Rome", The Classical Journal 48.2(1952), pp. 49-57.
5.
M. Leigh. Comedy and the
Rise of Rome. New York: Oxford University Press, 2004. p. 24.
6.
A.F. West. "On a Patriotic Passage in the Miles
Gloriosus of Plautus," The American Jorunal of Philology 8.1(1887),
p. 18.
7.
West, 26.
8.
West, 28.
9.
P.B. Harvey. "Historical
Topicality in Plautus," Classical World 79 (1986), pp. 297-304.
10. Leigh, 26.
11. E. J. Bickerman. "Bellum Philippicum: Some Roman and Greek Views
Concerning the Causes of the 2nd Macedonian War," Classical Philology
40.3 (1945), p. 138.
12. Bickerman, 146.
13. W. M. Owens. "Plautus’ ‘Stichus’ and the Political Crisis of 200
B.C.," The American Journal of Philology 121.3 (2000), p. 388.
14. Owens, 386.
15. Owens, 392.
16. Owens, 395-396.
17. Sutton, D. F., Ancient Comedy: The War of the Generations (New
York, 1993), p.56.
18. Sutton 1993, p. 57.
19. Writings and career
of Plautus in The Drama:
Its History, Literature and Influence on Civilization, vol. 2. ed. Alfred
Bates. London: Historical Publishing Company, 1906. pp. 159-165.
20. Sutton 1993, p. 59.
21. Lloyd, R. F., "Two Prologues: Menander and Plautus," The
American Journal of Philology 84.2 (1963, April), p. 141.
22. Lloyd 1963, p. 149.
23. Lloyd 1963, p. 150.
24. Lowe, J.C.B., "Aspects of Plautus’ Originality in the
Asinaria," The Classical Quarterly 42 (1992), p. 155.
25. Stace, C., "The Slaves of Plautus," Greece & Rome
15 (1968), p. 75.
26. Stace 1968, pp. 73-74.
27. Seaman, W.M., "The Understanding of Greek by Plautus’
Audience," Classical Journal 50 (1954), p. 115.
28. Seaman 1954, p. 116.
29. Seaman 1954, p. 115.
30. Seaman 1954, p. 119.
31. W.S. Anderson, "The Roman Transformation of Greek Domestic
Comedy," The Classical World 88.3 (1995), pp. 171-180.
32. Owens, W. M., "The Third Deception in Bacchides: Fides and Plautus'
Originality," The American Journal of Philology 115 (1994), pp.
381-382.
33. No original: "Plautus’ attack on the genre whose material he
pirated was, as already stated, fourfold. He deconstructed many of the Greek
plays’ finely constructed plots; he reduced some, exaggerated others of the
nicely drawn characters of Menander and of Menander’s contemporaries and
followers into caricatures; he substituted for or superimposed upon the elegant
humor of his models his own more vigorous, more simply ridiculous foolery in
action, in statement, even in language." V. Castellani. “Plautus
versus Komoidia: popular farce at Rome,” in Farce, ed. 5 J. Redmond (Cambridge
and New York, 1988), p. 53-82.
34. Owens 1994, p. 404.
35. S. M. Goldberg. “Plautus on the Palatine,” The Journal of Roman
Studies 88 (1998), p. 2.
36. M. Hammond, A.M. Mack, W. Moskalew. “Introduction: The Stage and
Production,” in Miles Gloriosus. Ed. M. Hammond, A. Mack, W. Moskalew.
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of Philology 112.3 (1991), p. 343-362.
38. J. A. Hanson, Roman Theater—Temples, (Princeton, NJ, 1959), p.
13.
39. Goldberg, 1998, p. 1-20.
40. T.J. Moore, “Seats and Social Status in the Plautine Theater,” The
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Bibliografia
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Ligações externas
- Obras de Plauto textos com concordâncias e lista de frequência
Períodos Posteirores
·
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·
Roman
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Segal, é um estudo acadêmico da obra de Plauto
·
A TV britânica sitcom Up Pompeii
usa situações
e personagens de ações das peças de Plautus.
Ver também
Notas
50.
Goldberg, 1998, p.19.
51.
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53.
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63. Ed. M. Hammond, A.H. Mack, & W. Moskalew, Miles Gloriosus (Cambridge
and London, 1997 repr.), pp. 39-57.
64. The reader is directed to the word studies of A.W. Hodgman (Nouns 1902;
Verbs 107) to grasp fully the use of archaic forms in Plautine diction.
65. From magis volo "want more".
66.
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67. This list compiled from a number of word studies and syntactic texts
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Leitura Adicional
- Plautus (2007)The Rope and Other Plays, Penguin UK. ISBN 9780141937915
- Plautus (2004) The Pot of Gold and Other Plays, Penguin UK. ISBN 9780141911229
Links Externos
- Works by or about Plautus at Internet Archive
- Biographical material on Plautus.
- Works by Plautus
- T. Macci Plauti Comoediae ex recensione Georgii Goetz et Friderici Schoell, 7 voll., Lipsiae, in aedibus B. G. Teubneri, 1893-6: voll. 1-4 (1909 re-edition), voll. 5-7.
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