terça-feira, 4 de dezembro de 2018

ÉSOPO (620 - 560 a.C.)





ÉSOPO (620 - 560 a.C.)

Escritor da Grécia Antiga a quem se atribuí várias fábulas e a paternidade deste como gênero literário. Embora pouco se saiba sobre sua vida e quanto à origem de suas obras, seus contos se disseminaram em muitas línguas pela tradição oral. Em muitos de seus escritos, os animais falam e têm características humanas. As fábulas de Ésopo serviram como base para recriações de outros escritores ao longo dos séculos, como Fedro (fabulista romano séc. 1 d.C) e La Fontaine (fabulista francês séc. 17)

·    Fedro (séc. I d.C) - Gaius Iulius Phaedrus, fabulista romano nascido na Macedônia, Grécia. Filho de escravos, foi alforriado pelo imperador romano Augusto. Enriqueceu estilisticamente muitas fábulas de Ésopo, a quem se referia como criador do gênero da fábula. . A sociedade no seu tempo possuia 3 classes: patrícios, plebeus e escravos. Assim, suas fábulas normalmente sérias ou satíricas, trata das injustiças, dos males sociais e políticos, expressando as atitudes dos fortes e oprimidos, mas ocasionalmente breves e divertidas, explicando-nos.

·    La Fontaine (1621 - 1695) - poeta e fabulista francês. Escreveu: Contos, um romance "Os Amores de Psique e Cupido" e “Fábulas Escolhidas”. Esteve junto aos dramaturdos  Moliére, Racine e Boileau. Sepultado no cemitério Père-Lachaise, em Paris, ao lado do dramaturgo Molière.

 

Biografia


Teria nascido no final do séc. 7 a.C. ou no início do séc. 6 a.C.[1]. Heráclides do Ponto na obra Acerca dos Samios, afirmava que Ésopo nascera na Trácia. Certo é que morreu em Delfos, tendo sido executado injustamente, segundo descreve Heródoto (Histórias, II, 134) e o Suda. Segundo Heródoto, Ésopo foi escravo do filósofo Janto (Xanto), um cidadão de Samos, juntamente com uma outra escrava chamada Ródope[2].
As fábulas de Ésopo e outras possivelmente a ele atribuídas foram reunidas pela primeira vez por Demétrio de Faleros (discípulo de Teofrasto, um discípulo de Aristóteles) no início do séc. 3 a.C.[3] [4].

·    Heráclides de Ponto (390 - 310 a.C) - filósofo e astrônomo grego que nasceu em Heraclea Pontica, agora Karadeniz Ereğli, Turquia, e mudou-se para Atenas. Lembrado por propor que a Terra gire em seu eixo, de oeste para leste, uma vez a cada 24 horas. E aclamado como o criador da teoria heliocêntrica, embora isso seja duvidoso. Diógenes Laércio cita que teria forjado peças sob o nome de Thespis e Sófocles.  Simplicius da Cicília (490-560) diz que ele propôs que os movimentos irregulares dos planetas podem ser explicados se a terra se move enquanto o sol permanece imóvel.

Aristóteles afirmou na Retórica que Ésopo teria uma vez discursado na Assembléia de Samos em defesa de um demagogo [5]. Platão cita o nome de Ésopo no diálogo Fédon (60c-61a), o que faz muitos a concluírem que suas fábulas eram muito conhecidas nesse momento histórico posterior [6].

 

Fábulas


Entretanto, foi-lhe atribuído um conjunto de pequenas histórias, de carácter moral e alegórico, cujos papéis principais eram desenvolvidos por animais. Na Atenas do séc. 5 a.C., essas fábulas eram conhecidas e apreciadas. Sugeriam normas de conduta que são exemplificadas pela ação dos animais (e homens, deuses e mesmo coisas inanimadas). Ésopo partia da cultura popular para compor seus escritos. Os seus animais falam, cometem erros, são sábios ou tolos, maus ou bons, exatamente como os homens. A intenção era mostrar como os seres humanos podiam agir, para bem ou para mal.

 

Referências


1.        AVELEZA, Manuel. As Fábulas de Ésopo, p. XLIV - (em português)
2.        Heródoto, Histórias, II 134. Apud AVELEZA, Manuel. As Fábulas de Ésopo, p. LIV-LV - (em português)
3.        AVELEZA, Manuel. As Fábulas de Ésopo, p. XLII - (em português)
4.        Diogenes Laertios, Vidas e Doutrinas dos Filósofos Ilustres (Tradução Mario da Gama Kury), p. 147 - (em português)
5.        ARISTÓTELES. Arte Retórica. Tradução Antônio Pinto de Carvalho. Rio de Janeiro: Editora Ediouro - Tecnoprint, 1979. - (em português)
6.        Platão. Fedão. Tradução Carlos Alberto Nunes. Belém: UFPA, 1973, p. 252-253. - (em português)

 

Bibliografia


  • AVELEZA, Manuel. As Fábulas de Ésopo (Texto Bilíngüe). Rio de Janeiro: Thex, 1999, ISBN 8585575956.
  • (em português) Fábulas de Ésopo - Drummond, Regina. Editora Paulus, ISBN 8534905452.
  • Diogenes Laertios. Vidas e Doutrinas de Filósofos Ilustres (trad. Mario da Gama Kury). Brasília: UnB, 1987.
  • Platão. Fedão. Tradução Carlos Alberto Nunes. Belém: UFPA, 1973.
  • O PENSADOR, site, Pesquisado na Internet. Disponível em <http://pensador.uol.com.br/autor/esopo/biografia/> 05/11/2015, . Acesso em 05/11/2015.

 

Ligações externas



AESOP (do inglês)

Fabulista grego e contador de histórias creditado com uma série de fábulas agora conhecidas como Fábulas de Ésopo. Embora sua existência não seja clara e nenhum de seus escritos sobreviveu, numerosos contos lhe foram atribuídos e reunidos ao longo dos séculos e em muitas línguas em uma tradição narrativa que continua até hoje. Muitos dos contos são caracterizados por animais e objetos inanimados que falam, resolvem problemas e geralmente possuem características humanas.
Detalhes dispersos da vida de Ésopo podem ser encontrados em fontes antigas, incluindo Aristóteles, Heródoto e Plutarco. Uma obra literária antiga chamada O Romance de Ésopo conta uma versão episódica, provavelmente ficcional de sua vida, incluindo sua descrição tradicional como um escravo (δολος, doûlos)  surpreendentemente feio que por sua inteligência adquire liberdade e se torna conselheiro de reis e cidades-estado. Gafias mais antigas de seu nome incluíram Esop(e) e Isope. As descobertas de Ésopo na cultura popular nos últimos 2500 anos incluíem muitas obras de arte e sua aparência como personagem em inúmeros livros, filmes, peças e programas de televisão.

·    doûlos - δοûλος, escravo ou nascido escravo.


Vida


O nome de Ésopo é tão amplamente conhecido como qualquer um desde a antiguidade greco-romana [ainda], está longe de ser certo se um Ésopo histórico já existiu ... na última parte do séc. 5 algo como uma lenda coerente de Ésopo aparece, e Samos parece ser seu lar. - Martin Litchfield West [1]

·    Martin L. West (1937 – 2015) – Professor e estudioso clássico de Oxford.

As primeiras fontes gregas, incluindo Aristóteles, indicam que Esopo nasceu por volta de 620 a.C na Trácia em um local na costa do Mar Negro que mais tarde se tornaria a cidade de Mesembria. Um número de escritores posteriores do período imperial romano (incluindo Fedro, que adaptou as fábulas ao latim) dizem que ele nasceu na Frígia. [2] O poeta Calímaco do séc. 3 o chamou de "Ésopo de Sardis" [3] e o escritor mais tarde Maximus of Tiro o chamou de "o sábio de Lídia". [4]

·    Fedro (séc. 1 d.C) - Gaius Iulius Phaedrus, fabulista romano nascido na Macedônia, Grécia. Filho de escravos, foi alforriado pelo imperador romano Augusto. Enriqueceu estilisticamente muitas fábulas de Ésopo, a quem se referia como criador do gênero da fábula. . A sociedade no seu tempo possuia 3 classes: patrícios, plebeus e escravos. Assim, suas fábulas normalmente sérias ou satíricas, trata das injustiças, dos males sociais e políticos, expressando as atitudes dos fortes e oprimidos, mas ocasionalmente breves e divertidas, explicando-nos.

·    Calímaco (310 - 240 a.C) - poeta, bibliotecário, gramático e mitógrafo grego.

·    Máximo de Tiro (final do séc. 2 d.C) - filósofo grego de retórica, viveu na época antonina e de Commodus. Seus escritos contêm muitas alusões à história grega e pouca referência a Roma, daí infere-se que viveu mais tempo na Grécia, talvez como professor em Atenas. Embora nominalmente um Platonista, é realmente um Eclético e um dos precursores do Neoplatonismo.  Existem 41 ensaios ou discursos sobre assuntos teológicos, éticos e outros temas filosóficos. O tema central é Deus como o ser supremo, um e indivisível, embora chamado por muitos nomes, acessível apenas à razão.

De Aristóteles [5] e Heródoto [6], sabemos que Ésopo era escravo em Samos e que seus mestres eram primeiro um homem chamado Xantus e depois um homem chamado Iadmon; que ele deve eventualmente ter sido libertado, porque ele argumentou como um defensor de um rico Samiano; e que encontrou seu fim na cidade de Delfos. Plutarco [7] nos diz que Ésopo tinha vindo a Delfos em uma missão diplomática do rei Croesus de Lídia, que ele insultou os delfos, foi condenado à morte por uma acusação falsa de roubo do templo e foi jogado de um penhasco (depois os delfos sofreram pestilência e fome). Antes deste episódio fatal, Ésopo se encontrou com Periandro de Corinto, onde Plutarco o fez jantar com os 7 Sábios da Grécia, sentados ao lado de seu amigo Solon, a quem conheceu em Sardis. (Leslie Kurke sugere que o próprio Ésopo "foi um candidato popular para inclusão" na lista dos 7 sábios.) [8]

Problemas de reconciliação cronológica que datam da morte de Ésopo e do reinado de Croesus levaram o estudioso (e o compilador do Índice de Perry) Ben Edwin Perry em 1965 a concluir que "tudo no antigo testemunho sobre Ésopo que pertence a suas associações com Croesus ou com qualquer um dos chamados 7 sábios da Grécia deve ser considerado ficção literária ", e Perry também descartou a morte de Ésopo em Delfos como lendária; [9] mas uma pesquisa posterior estabeleceu que uma possível missão diplomática para Croesus e uma visita para Periandro "são consistentes com o ano da morte de Ésopo". [10] Ainda mais problemática é a história de Fedro, que tem Ésopo em Atenas, contando a fábula dos sapos que pediram um rei, durante o reinado de Peisistratos, que ocorreu décadas após a presumida data da morte de Ésopo. [11]

·    Índice de Perry - índice amplamente utilizado nas "Fábulas de Ésopo" ou "Aesopica", na qual as fábulas foram separadas as gregas das latinos, com os gregos primeiro; depois organizou cada grupo cronologicamente e por fonte; finalmente, em ordem alfabética dentro desses grupos.

O Romance de Ésopo


Junto com as referências espalhadas nas fontes antigas sobre a vida e a morte de Ésopo, há uma biografia altamente ficcional, comumente chamada de O Romance de Ésopo (também conhecida como Vita ou A Vida de Ésopo ou O Livro de Xanthus, Filósofo e Ésopo seu Escravo), "uma obra anônima de literatura popular grega composta em torno do 2.º séc. d.C. Como O Romance de Alexandre, o romance de Ésopo tornou-se um livro folclórico, uma obra que não pertencia a ninguém, e o escritor ocasional sentiu-se livre para modificar como lhe era adequado." [12] Existem versões múltiplas, às vezes contraditórias, deste trabalho. A primeira versão conhecida provavelmente foi composta no séc. 1 d.C, mas a história pode ter circulado em diferentes versões há séculos antes de se comprometer com a escrita [13] e certos elementos podem ser originados no século 4 a.C. [14]  Os estudiosos rejeitaram por muito tempo qualquer validade histórica ou biográfica no Romance de Ésopo; um estudo amplo do trabalho começou apenas no final do séc. 20.

·    O Romance de Alexandre -  coleção de lendas sobre as façanhas míticas de Alexandre, o Grande. Sua 1.ª versão escrita em grego no séc. 3, mas a data de composição pode ser até mesmo depois da morte de Alexandre, 6 séculos antes. Manuscritos do séc. 15 atribuem a obra ao historiador Calístenes (mas este fora executado anos antes da morte do rei), sendo assim, às vezes o autor da obra é denominado pseudo-Calístenes. O texto conheceu um inúmeras versões do séc.4 (1.ªversão em latim) ao séc.16 (escrito em grego, latim, armênio, siríaco e outras línguas européias).

No Romance de Ésopo, Ésopo é escravo de origem frígia na ilha de Samos e extremamente feio. Em primeiro lugar, ele não tem o poder do discurso, mas, depois de demonstrar bondade com uma sacerdotisa de Isis, a deusa lhe concede não apenas a fala, mas o presenteia com a inteligência de contador de histórias, que ele usa alternadamente para ajudar e confundir seu mestre, Xanthus, constrangindo o filósofo na frente de seus alunos e até mesmo dormindo com sua esposa. Depois de interpretar um presságio para o povo de Samos, a liberdade é dada á Ésopo e atua como um emissário entre Samianos e o rei Croesus. Mais tarde viaja para os tribunais de Lycurgus de Babilônia e Nectanabo do Egito - ambos os governantes imaginários - em uma seção que parece emprestar muito do Romance de Ahiqar.[15] A história termina com a jornada de Ésopo para Delfos, onde ele irrita os cidadãos com fábulas insultantes, é condenado à morte e, depois de xingar o povo de Delfos, é forçado a saltar para a morte dele.

·    Romance de Ahiqar – um papiro encontrado entre as ruínas de Efefantina (sul do Egito), sobre a história de Ahiqar, um sábio assírio conhecido no antigo por sua extraordinária sabedoria e cujas provas de sabedoria conta ao seu sobrinho. Algumas das provas são semelhantes às partes do Livro Bíblico dos Provérbios , outras à Sabedoria deuteroconônica de Sirach , e outras ainda aos provérbios Babilônicos e Persas. Afirmam que há vestígios da lenda, mesmo no Novo Testamento , e há uma semelhança marcante entre ele e a Vida de Ésopo por Maximus Planudes (cap. Xxiii-xxxii).


Fabulista


Ésopo pode não ter escrito suas fábulas. O Romance de Ésopo afirma que ele as escreveu e os depositou na biblioteca de Croesus; Heródoto chama Ésopo um "escritor de fábulas" e Aristófanes fala de "ler" Ésopo, [16] mas nenhum escrito sobreviveu. Os estudiosos especulam que "provavelmente existiu no século 5 a.C um livro escrito contendo várias fábulas, como um quadro biográfico". [17] Sófocles em um poema dirigido a Eurípides fez referência à fábula de Ésopo O Vento Norte e O Sol. [18] Sócrates, na prisão, transformou algumas das fábulas em versos [19], dos quais Diógenes Laertius registra um pequeno fragmento [20]. O primeiro dramaturgo romano e poeta Ennius também deve-se pelo menos uma das fábulas de Ésopo em versos latinos, dos quais as duas últimas linhas ainda existem. [21]

·    Quinto Ênio (239 -169 a.C.) – lat. Quintus Ennius, dramaturgo e poeta épico romano. Compôs duas peças dramáticas de temática puramente romana: Sabinae e Ambricia e a comédia Caupuncula. Compôs tragédias inspiradas em Eurípides. Influiu poetas como Lucrécio e Virgílio. É considerado como o primeiro grande poeta épico romano pelos seus Annales onde recolhe em 18 livros de hexâmetros a história de Roma até a sua época.


O conteúdo da obra identificada como Fábulas de Ésopo foi transmitido por vários autores escritos em grego e em latim. Demetrius of Phalerum fez uma coletânea em dez livros, provavelmente em prosa para o uso de oradores, que foi perdido. [22] Em seguida, apareceu uma edição em verso elegíaco, citado pelo Suda, mas o nome do autor é desconhecido. Fedro, um liberto de Augusto, traduziu as fábulas em latim no séc. 1 d.C. Aproximadamente na mesma época Babrius transformou as fábulas em choliambics gregos. Um autor do séc. 3, Titiano, disse ter pasado as fábulas em prosa em uma obra agora perdida. [23] Avianus (de data incerta, talvez o séc. 4) traduziu 42 das fábulas em elegíacos latinos. O gramático do séc. 4, Dositheus Magister, também fez uma coleção de fábulas de Ésopo, agora perdida.

·    Demétrio de Faleros (350 - 280 a.C) - Dēmétrios Phalēreus; orador da Grécia Antiga, discípulo de Teofrasto. Foi responsável por organizar a 1.ª coleção de fábulas chamada de "Coletânea de Discursos Esópicos". Escreveu extensivamente sobre temas de história, retórica e crítica literária. Citado por Dióngenes Laércio e Estrabão.

·    Fedro (séc. 1 d.C) - Gaius Iulius Phaedrus, fabulista romano nascido na Macedônia, Grécia. Filho de escravos, foi alforriado pelo imperador romano Augusto. Enriqueceu estilisticamente muitas fábulas de Ésopo, a quem se referia como criador do gênero da fábula. . A sociedade no seu tempo possuia 3 classes: patrícios, plebeus e escravos. Assim, suas fábulas normalmente sérias ou satíricas, trata das injustiças, dos males sociais e políticos, expressando as atitudes dos fortes e oprimidos, mas ocasionalmente breves e divertidas, explicando-nos.

·    Babrius (séc. 2 d.C) - conhecido como Babrias (Βαβρίας) ou Gabrias (Γαβρίας), foi o autor de uma coleção de fábulas gregas, muitas das quais são conhecidas hoje como fábulas de Esopo.

·    Choliambic – tipo de métrica de poesia, também chamado iâmbo coxo ou hesitante, no qual tem a estrutura: x ¯ ˘ ¯ | x ¯ ˘ ¯ | ˘ ¯ ¯ ¯ (onde ¯ é um longum, ˘ é um breve, e x é um duvidoso). Originalmente encontrado no poeta lírico grego Hipponax.

·    Avianus (séc. 4 d.C) - escritor latino de fábulas, identificado como pagão.

·    Dositheus Magister (séc. 4 d.C) - gramático grego que floresceu em Roma, destinado a ajudar os habitantes de língua grega do império a aprender o latim. Em"Interpretamenta", do 3.º livro, conteria uma coleção de palavras e frases da conversa diária foi preservado. Um outro apêndice consistia em Anedotas, Letras e Rescritos do imperador Adriano; Fábulas de Esopo; Extratos de Hyginus; Uma história da Guerra de Tróia, abreviada da Ilíada; E um fragmento legal, ("De manumissionibus").


As Fábulas de Ésopo continuaram a ser revisadas e traduzidas nos séculos que se seguiram, com a adição de material de outras culturas, de modo que o corpo de fábulas conhecido hoje tem pouca relação com aqueles que originalmente foram. Com um aumento do interesse acadêmico que começou em direção ao final do séc. 20, algumas tentativas foram feitas para determinar a natureza e o conteúdo das primeiras fábulas que podem estar mais intimamente ligadas ao Ésopo histórico. [24]

Aparência Física e a Questão de sua Origem Africana


O Romance de Ésopo anonimamente autêntico (geralmente datado do 1 ° ou 2 ° séc. d.C) começa com uma descrição vívida da aparência de Ésopo, dizendo que ele era "de aspecto repugnante ... barrigudo, deformado de cabeça, narigudo, moreno, anão, pernas tortas, de braços curtos, de olhos arregalados, lábios grossos - uma monstruosidade portentosa "[25] ou como outra tradução," uma criação defeituosa de Prometheus quando meio adormecida ". [26] O primeiro texto de um autor conhecido que se refere à aparência de Ésopo é Himerius no séc. 4, que diz que Ésopo "foi ridicularizado e caçoado, não por causa de algumas de suas histórias, mas por causa de sua aparência e do som de sua voz". [27] A evidência de ambas as fontes é duvidosa, uma vez que Himerius viveu cerca de 800 anos após Ésopo e sua imagem de Ésopo pode ter vindo de O Romance de Ésopo, que é essencialmente ficção; mas, seja baseado ou não em fatos, em algum momento a idéia de um Ésopo feio e mesmo deformado tomou conta da imaginação popular. Os estudiosos começaram a examinar o porquê e como essa "tradição fisionômica" se desenvolveu. [28]

·    Himerius (315 - 386) - sofista grego e retórico. 24 orações chegaram até nós completas, e fragmentos de outros 12 sobrevivem. Entre seus alunos, estiveram Gregório de Nazianzo (o teólogo) e Basílio o Grande (bispo de Cesárea).


Uma tradição muito posterior o descreve como um negro africano da Etiópia. O primeiro promulgador conhecido da ideia foi Planudes, um estudioso bizantino do séc. 13, que escreveu uma biografia de Ésopo com base em O Romance de Ésopo e deduziu que ele poderia ter sido etíope, dado seu nome. [29] Uma tradução em inglês da biografia de Planudes a partir de 1687 diz que "a sua cútis era negra, da qual a cor escura lhe originou o nome (Aesopus sendo o mesmo com Aethiops)". Quando perguntado a sua origem por um novo mestre prospectivo, Ésopo responde: "Eu sou um negro"; numerosas ilustrações de Francis Barlow acompanham este texto e o descrevem de acordo. [30] Mas, de acordo com Gert-Jan van Dijk, a derivação de "Planudes" de "Ésopo" de "Etíope" é ... etimologicamente incorreta "[31] e Frank Snowden diz que a citação de Planudes é" inútil quanto à confiabilidade de Ésopo como 'Etíope.' "[32]

·    Máximo Planudes (1260 - 1330) - humanista, monge, gramático, filólogo, teólogo e tradutor bizantino. Floresceu durante o reinado dos imperadores Miguel VIII (r. 1259–1282) e Andrônico II Paleólogo (r. 1282–1328). Passou a maior parte da sua vida em Constantinopla, onde dedicou-se como monge, estudando e ensinando. Ao entrar para o mosteiro em tenra idade, mudou seu nome original que era Manuel para Máximo. É mais conhecido como compilador da Antologia Grega.

·    Francis Barlow (1626 - 1704) – pintor e ilustrador inglês. Um dos mais prolíficos ilustradores de livros e gravuras do séc. 17, trabalhando em vários gêneros: história natural, caça e recreação, política e decoração e design.

·    Frank M. Snowden Jr. (1911 - 2007) - professor americano emérito de clássicos da Universidade Harvard, conhecido por estudo de negros na antiguidade clássica.


A tradição da origem africana de Ésopo continuou na Grã-Bretanha, conforme atestado pela figura animada de um negro da Fábrica de Porcelana Chelsea, que apareceu nas séries de Ésopo em meados do séc. 18. [33] Em seguida, continuou para o séc. 19. O frontispício das Fábulas Antigas e Modernas de William Godwin (1805) tem uma ilustração de cobre de Ésopo contando suas histórias para crianças e dando a suas características uma aparência distintamente africana. [34] A coleção inclui a fábula de " Washing the Blackamoor white ", embora atualizando-o e tornando o etíope "um andarilho negro". Em 1856, William Martin Leake repetiu a falsa ligação etimológica de "Ésopo" com "Etíope" quando ele sugeriu que a "cabeça de um negro" encontrada em várias moedas na antiga Delfos (com espécimes datados de 520 a.C) [35] poderia retratar Ésopo, presumivelmente para comemorar (e resgatar) sua execução em Delfos [36], mas Theodor Panofka supôs que a cabeça fosse um retrato de Delphos, fundador de Delphi [37], uma visão mais amplamente repetida por historiadores posteriores. [38]

·    Porcelana de Chelsea (criada por volta de 1743-45) – 1.ª fábrica de fina porcelana na Inglaterra.

·    William Godwin (1756 - 1836) - jornalista inglês, filósofo político e novelista. Expoente no início do utilitarismo e anarquismo. Conhecido pelas obras: Inquérito acerca da justiça política (um ataque às instituições políticas) e As coisas como elas são ou As Aventuras de Caleb Williams (ataca os privilégios da aristocracia) mas também é virtualmente o primeiro romance de mistério. Sua filha, Mary Godwin (depois como Mary Shelley) foi a autora de Frankenstein. Escreveu cartilhas e livros infantis utilizando o pseudônimo de Edward Baldwin e teve uma considerável influência na literatura britânica e na cultura literária européia.


A ideia de que Ésopo era etíope parece ser apoiada pela presença de camelos, elefantes e macacos nas fábulas, mesmo que esses elementos africanos tenham mais chances de terem vindo do Egito e da Líbia do que da Etiópia, e as fábulas com animais africanos podem ter entrado no Corpo de fábulas de Ésopo muito tempo depois que ele realmente viveu. [39] No entanto, em 1932, o antropólogo J.H. Driberg, repetindo a ligação Ésopo/ Etíope, afirmou que, enquanto "alguns dizem que ele era um Phrygian ... a visão mais geral ... é que ele era um africano" e "se ele não era africano, deveria ter sido "[40] e, em 2002, Richard A. Lobban citou o número de animais africanos e" artefatos "nas fábulas de Ésopo como" evidência circunstancial "de que Ésopo pode ter sido um contista popular nubiano. [41]

A percepção popular de Ésopo como negro deveria ser encorajada pela comparação entre suas fábulas e as histórias do traidor Coelho Brer contadas por escravos afro-americanos. Na introdução de Ian Colvin a Ésopo na Política (1914), por exemplo, o fabulista no conjunto com Tio Remu: "Por ambos ser escravos, e negros". [42] O papel tradicional do escravo Ésopo como "um tipo de herança cultural dos oprimidos" é ainda promovido pela vida ficcional, emergindo "como um manual de instruções para a manipulação bem-sucedida dos superiores". [43] Essa percepção foi reforçada no nível popular pela produção de TV de 1971 Fábulas de Ésopo [44] em que ator Bill Cosby reproduziu Ésopo. Naquela mistura de ação ao vivo e animação, Ésopo conta fábulas que diferenciam entre ambição realista e irreal e sua versão de "A Lebre e a Tartaruga" ilustra como aproveitar a excessiva confiança de um oponente. [45]

·    O Coelho Brer - personagem do folclore americano, famoso graças aos livros de Joel Chandler Harris e do filme da Walt Disney Company "A Canção do Sul" (1946). Caracteriza-se por usar a esperteza ao invés da força bruta. A Universal Studios lançou em 2006 o filme de animação baseado nas suas histórias, intitulado As Aventuras do Coelho Brer. No Brasil, o personagem adaptado para os quadrinhos nas revistas da Editora Abril é chamado de "Compadre Coelho" e "Coelho Quincas".

·    Tio Remus - personagem de ficção e narrador de uma coleção de contos populares afro-americanos adaptados e compilados por Joel Chandler Harris, publicado como livro em 1881. Harris queria mostrar que a vida no sul dos Estados Unidos e, mais especificamente, nas plantações.


Em outros continentes, Ésopo ocasionalmente sofreu um grau de aculturação. Isto é evidente na produção de Isango Portobello em 2010 da peça Fábulas de Ésopo no Fugard Theatre em Cape Town, África do Sul. Com base em um roteiro do dramaturgo britânico Peter Terson (1983),[46] foi radicalmente adaptado pelo diretor Mark Dornford-May como um musical usando as técnicas africanas de instrumentação, dança e atos. [47] Embora Ésopo seja retratado como grego e vestido com a túnica grega curta, a produção totalmente negra contextualiza-se com a história recente da África do Sul. O ex-escravo, nos dizem "aprende que a liberdade vem com responsabilidade como uma jornada para sua própria liberdade, junto com personagens animais de suas fábulas semelhantes a parábolas". [48] Pode-se comparar com as Aesop's Fabulous Fables de Brian Seward's [49] (2009), que primeiro apresentou em Cingapura com um elenco de etnias misturadas. Nela, as rotinas teatrais chinesas são fundidas com as de um musical padrão. [50]

Já havia um exemplo de aculturação asiática no Japão do séc. 17. Os missionários portugueses introduziram uma tradução das Fábulas de Ésopo em 1593 que incluiu a biografia de Ésopo. Isso foi retomado por editoras japonesas e realizado várias edições sob o título Isopo Monogatari. Mesmo quando os europeus foram expulsos do Japão e o cristianismo proscrito, este texto sobreviveu, em parte porque a figura de Ésopo foi assimilada na cultura e retratada em gravuras em madeira vestida com traje japonês. [51] [52]

Representações

 

Arte e Literatura


Fontes antigas mencionam duas estátuas de Ésopo, uma de Aristodemus e outra de Lysippus,[53] e Philostratus descreve uma pintura de Ésopo cercada pelos animais de suas fábulas. [54] Nenhuma dessas imagens sobreviveu.
·    Lísipo (séc. 4 a.C) - Lysippus, escultor grego preferido de Alexandre, o Grande, de quem fez as melhores representações. Juntamente com Scopas e Praxiteles, é considerado um dos três maiores escultores da era da Grécia clássica, trazendo transição para o período helenístico.

·    Philostratus de Lemnos (190 - 230 d.C) – Philostratus, o Velho. Sua obra Eikones (Εiκόνες, Imagens ou Imagines) é ostensivamente uma descrição de 64 figuras em uma galeria napolitana. Philostratus, o Jovem, certamente escreveu a 2.ª edição de Eikones. Não confundir com o provável sobrinho do Velho, o sofista Philostratus de Atenas (e sua obra Vida de Apolônio de Tyana)


De acordo com Philostratus,

“As fábulas estão reunidas sobre Ésopo, adorando ele porque se dedica á elas. Para ... ele verifica a ganância e repreende a insolência e o engano, e em tudo isso, algum animal é o seu porta-voz - um leão ou uma raposa ou um cavalo ... e nem a tartaruga é burra - que, por meio deles, as crianças possam aprender as coisas da vida. Assim, as Fábulas honradas por causa de Ésopo, se reúnem às portas do sábio para amarrar fitas sobre sua cabeça e coroá-lo com uma coroa de azeitona selvagem. E Ésopo, em pensamentos, está tecendo alguma fábula; de qualquer forma, o sorriso dele e os olhos fixos no chão indicam isso. O pintor sabe que, para a composição das fábulas, é necessário o relaxamento do espírito. E a pintura é inteligente em representar as pessoas das Fábulas. Pois ele combina animais com homens para fazer um coro sobre Ésopo, composto pelos atores de suas fábulas; e a raposa é pintada como líder do coro.” [55]

Com o advento da impressão na Europa, vários ilustradores tentaram recriar essa cena. Um dos primeiros foi em La vida del Ysopet con sus fabulas historiadas (1489). Na França, havia as Fables d’Ésope Phrygien ien (1631) de Baudoin e Matthieu Guillemot Les images ou tableaux de platte peinture des deux Philostrates (1637). [56] Na Inglaterra, havia o frontispício de Francis Cleyn para John Ogilby The Fables of Aesop [57] e o frontispício muito posterior para as Fables Ancient and Modern de Godwin, mencionadas acima, em que o fabulista moreno aponta três de seus personagens para as crianças sentadas ao seu redor.

No início, surgiu a representação de Esop como um escravo feio. A tradição posterior que faz de Ésopo um africano negro resultou em representações que vão desde gravuras do séc. 17 até um retrato de televisão por um comediante preto. Em geral, a partir do séc. 20, as peças o mostraram como escravo, mas não feio, enquanto filmes e programas de televisão (como The Bullwinkle Show [58]) o descreveram como nem feio nem escravo.
Em 1843, o arqueólogo Otto Jahn sugeriu que Ésopo era a pessoa representada em um copo de figura vermelha grega, [59] c.450 a.C, nos Vatican Museums.[60] Paul Zanker descreve a figura como um homem com "corpo emaciado e cabeça superdimensionada ... testa franzida e boca aberta", que "escuta atentamente os ensinamentos da raposa sentada diante dele. Ele puxou o manto firmemente em torno de seu corpo magro, Como se estivesse tremendo ... ele é feio, com cabelos longos, cabeça calva e barba desgrenhada, e é claramente despreocupado de sua aparência ". [61] Alguns arqueólogos sugeriram que a estátua helenística de um corcunda barbudo com uma aparência intelectual, descoberta no séc. 18 também descreve Ésopo, embora já tenham sido apresentadas identificações alternativas. [62]

Ésopo começou a aparecer igualmente cedo em obras literárias. O dramaturgo ateniense do séc. 4 a.C, Alexis, colocou Ésopo no palco em sua comédia "Ésopo", das quais algumas linhas sobrevivem (Athenaeus 10.432);[63] conversando com Solon, Ésopo adora a prática ateniense de adicionar água ao vinho. [64] Leslie Kurke sugere que Esop pode ter sido "um elemento básico do estágio cômico" desta era. [65]

·    Aleixo ou Alexis (375 - 275 a.C) - poeta cômico do período da Comédia Média. Ele nasceu em Thurii, Magna Grécia (atual Calábria, Itália) e foi levado cedo para Atenas. No  Suda (séc.10) é descrito como tio do dramaturgo Menander e escreveu 245 comédias, das quais apenas fragmentos agora sobrevivem, incluindo cerca de 130 títulos preservados. Segundo Plutarco, teria vivido até a idade de 106 anos, e morreu no palco, ao receber uma coroa como prêmio. As principais fontes dos fragmentos de Alexis são Stobaeus e Athenaeus.

·    Athenaeus de Naucratis (séc. 3 a.C) - retórico e gramático grego séc 3 a.C, sua obra Deipnosophistae ou O banquete dos sofistas, filósofos.


O poeta do séc. 3 a.C, Poseidippus de Pella, escreveu um poema narrativo intitulado "Aesopia" (agora perdido), no qual a companheira escrava de Ésopo, Rhodopis (sob o nome original Doricha) foi freqüentemente mencionada, de acordo com Athenaeus 13.596.[66]  Plínio identificaria mais tarde Rhodopis como o amante de Ésopo [67], um motivo romântico que seria repetido nas subseqüentes representações populares de Ésopo.

·    Posidippus de Pella (310 - 240 a.C) - poeta epigramático grego. Nasceu em Pella (capital da Macedônia), viveu em Samos e depois para a corte de Ptolomeu I Soter e de Ptolomeu II Philadelphus em Alexandria, no Egito. Citado na Antologia Graeca, por Athenaeus de Naucratis (em Deipnosophistae) e no Papiro de Milão.

Ésopo desempenha uma parte bastante proeminente na peça de conversa de Plutarco "O Banquete dos 7 Sábios" no séc. 1 d.C e é identificado como um contador de fábulas divertidas, mas moralistas. [68] O fabulista então faz uma aparição no romance A Verdadeira História do satirista Luciano do séc. 2 d.C; quando o narrador chega à Ilha dos Abençoados, ele descobre que "Ésopo, o frígio, também estava lá, ele age como seu bufão" [69]

·    Plutarco (46 - 120) - historiador, biógrafo, ensaísta e filósofo médio platônico grego, conhecido principalmente por suas obras Vidas Paralelas (biografias de homens ilustres da Roma e da Grécia Antiga) e Moralia. Foi sacerdote do templo de Delfos e arconte de Quironéia (sua cidade natal).

·    Luciano de Samósata (125 - 182) – satírico e ficcionista romano (dito pai da ficção). Nasceu em Samósata, província romana da Síria. Floresceu no reinado de Marco Aurélio. Teria mais de 80 obras, em conjunto por Corpus Lucianeum, sendo uma dezena apócrifas. As mais conhecidas são: História Verdadeira (uma fantástica viagem à Lua, menciona a existência de vida extraterrestre e antecipando temas popularizados durante o séc. 20 pela ficção científica), O amigo da mentira, Diálogo dos mortos, Leilão de vidas, O burro Lúcio, Hermotimo e A passagem de Peregrino (abordagem do cristianismo segundo o ponto de vista de um não-cristão).

Começando com a edição de Heinrich Steinhowel de 1476, muitas traduções das fábulas em línguas européias, que também incorporaram a Vida de Ésopo de Planudes, apresentaram ilustrações que o representavam como um corcunda. A edição de 1687 das Fábulas de Ésopo com a Sua Vida: em inglês, francês e latim [70] incluíram 28 gravuras de Francis Barlow que o mostram como um corcunda anão (veja a seção acima), e seus traços faciais parecem concordar o texto (p.7), "Eu sou um negro".

·    Heinrich Steinhöwel (1412 - 1479) - humanista, médico, tradutor e literato alemão. Suas traduções de tratados médicos e de ficção foram uma importante contribuição ao Humanismo Renascentista na Alemanha. Sua obramais famosa é a tradução de uma descrição biográfica e legendária sobre a vida de Esopo e das Fábulas de Esopo, que ele traduziu para uma versão latino-germânica chamada "Ulmer Aesop". Também traduziu Boccaccio e Petrarca.

O pintor espanhol Diego Velázquez (1599-1660) pintou Ésopo (c.1640) e agora na coleção do Museo del Prado (Madri, Espanha). A apresentação é anacrônica e Ésopo, embora não seja bonito, não apresenta deformidades físicas. Foi associado a outro retrato de Menippus (séc. 3 a.C), um filósofo cínico satírico igualmente de origem escrava. Uma série de filósofos semelhantes foram pintados pelo colega espanhol Jusepe de Ribera,[71] que é creditado por dois retratos de Ésopo. "Ésopo, poeta das fábulas" está na galeria El Escorial e retrata-o como um autor apoiado em um báculo por uma mesa que contém cópias de seu trabalho, um deles um livro com o nome de Hissopo na capa. [72] O outro está no Museo de Prado, datado de 1640-50 e intitulado "Ésopo em trapos de mendigo". Lá, ele também é mostrado em uma mesa, segurando uma folha de papel na mão esquerda e escrevendo com a outra. [73] Enquanto o primeiro sugere sua manqueira e costas deformada, o último apenas realça sua pobreza.

Em 1690, o dramaturgo frances Edmé Boursault com Les Fables d'Épepe (mais tarde conhecida como Esope à la ville) estreou em Paris. Uma continuação, Esope à la cour [74] (Ésopo na corte), foi realizada pela primeira vez em 1701; aproveitando uma menção em Herodoto 2.134-5 [75] que Ésopo pertencera ao mesmo mestre que Rhodopis e a declaração em Plínio 36.17 [76] de que ela era concubina de Ésopo também, a peça introduziu Rhodopis como amante de Ésopo, um motivo romântico que seria repetido em retratos populares mais recentes de Ésopo.

A comédia Ésopo" [77] do Sir John Vanbrugh foi estreada no Theatre Royal em Drury Lane, Londres, em 1697 e foi freqüentemente apresentada lá nos próximos vinte anos. Uma tradução e adaptação de Les Fables d'Esope de Boursault, a peça de Vanbrugh representava um Ésopo fisicamente feio atuando como conselheiro do Learchus, governador de Cyzicus sob o rei Croesus e usando suas fábulas para resolver problemas românticos e acalmar a agitação política. [78]

Em 1780, a noveleta anonimamente autenticada The History and Amours of Rhodope foi publicada em Londres. A história retrata os dois escravos Rhodope e Ésopo como amantes improváveis, um feio e o outro bonito; Finalmente Rhodope é separada de Ésopo e casa com o faraó do Egito. Algumas edições do volume foram ilustradas com um registro de Francesco Bartolozzi de uma obra da pintora Angelica Kauffman. Intitulado "A linda Rhodope apaixonada por Ésopo", ele retrata Rhodope aprendendo em uma urna; ela estende a mão para Ésopo, que está sentado debaixo de uma árvore e vira a cabeça para olhar para ela. Seu braço direito repousa sobre uma gaiola de pombas, para a qual ele gesticula. Há alguma ambigüidade aqui, pois enquanto a gaiola sugere o estado cativo de ambos, um corvo empoleirado fora da gaiola pode aludir a sua suposta cor. [79] Na verdade, toda a imagem está prevista para sugerir o quão diferente é o casal. Rhodope e Ésopo apoiam-se em cotovelos opostos, fazem gesto com as mãos opostas, e enquanto a mão de Rhodope é mantida em palma para cima, Aesop é mantida palma para baixo. Ela fica parada enquanto ele se senta; ele está vestido com roupas escuras, ela de branco. O tema de seu relacionamento foi retomado em 1844 por Walter Savage Landor (autor de Imaginary Conversations), que publicou dois diálogos de ficção entre Ésopo e Rhodope. [80]

Mais tarde, no séc.19, a figura de Ésopo contando seus contos foi popularizado pela pintura com ele entretendo as criadas de Xanthus por Roberto Fontana (1844-1907). [81] Uma representação do fabulista cercado por jovens rindo, ganhou um prêmio na Academia Brera Academy em 1876 e foi então exibido na 1878 International Exhibition e na 11ª exposição da Società di Belle Arti di Trieste em 1879. A última pintura de Julian Russell Story amplia a audiência de Ésopo mostrando pessoas de ambos os sexos e todas as idades aproveitando sua narração. [82] Embora Ésopo seja representado como feio em ambos, sua personalidade vencedora é sugerida por seu rosto sorridente e gestos vivos.

Século 20 e Cultura Popular


O séc. 20 viu a publicação de 3 novelas sobre Ésopo. A.D. Wintle's Aesop (Londres, 1943) foi uma biografia fictícia que descreveu em uma revisão do tempo tão chata que faz com que as fábulas embutidas parecem "complacentes e exasperantes". [83]  Os outros dois, preferindo a "vida" fictícia a qualquer abordagem à veracidade, são obras de gênero. O mais recente é The Fabulist de John Vornholt (1993) em que "um escravo feio e mudo é libertado da miséria pelos deuses e abençoado com uma voz maravilhosa. [É] o conto de um aventurero muito improvável, despachado para reinos distantes e perigosos para combater bestas impossíveis e magos terríveis ". [84]

O outro romance foi a Peacock's Feather de George S. Hellman (publicado na Califórnia em 1931). Sua trama improvável fez dele o meio perfeito para o espectáculo em Hollywood de 1946, Night in Paradise. A imagem perene de Ésopo como um escravo feio é mantida no filme, com um peso do distinto Turhan Bey no papel. Em um enredo que contém "alguns dos mais absurdos efeitos da tela do ano", ele se enreda com a pretendida noiva do rei Croesus, uma princesa persa interpretada por Merle Oberon, e faz uma tal confisão que ele deve ser salvo pelos deuses. [85] Em 1953 a telepeça Aesop e Rhodope retoma outro tema de sua história de ficção. [86] Escrito por Helene Hanff, foi transmitido no Hallmark Hall of Fame com Lamont Johnson interpretando Ésopo.

O A Raposa E As Uvas de três atos ("The Fox and the Grapes", 1953) marca a entrada de Ésopo no teatro brasileiro. A peça de três atos foi realizada por Guilherme Figueiredo e foi realizada em muitos países, incluindo uma produção gravada em video na China em 2000 sob o título Hu li yu pu tao. [87] A peça é descrita como uma alegoria sobre a liberdade e com Ésopo como personagem principal. [88]

Começando em 1959, curtas animados sob o título Aesop and Son apareceu como um segmento recorrente na série de TV Rocky and His Friends e seu sucessor, The Bullwinkle Show. [58] [89] A imagem de Ésopo como escravo feia foi abandonada; Ésopo (na voz de Charles Ruggles), um cidadão grego, contava uma fábula para a edificação de seu filho, Ésopo Jr., que então entregaria a moral em forma de trova atroz. A aparição de 1998 de Ésopo no episódio "Hercules and the Kids" [90] na série de TV animada Hercules [91] (na voz de Robert Keeshan).

As ocasiões em que Ésopo é retratado como negro incluem o show de rádio "Destination Freedom" de Richard Durham [92] (1949), onde o drama "A morte de Ésopo" [93] retrata-o como etíope. Em 1971, Bill Cosby apresenta Ésopo na produção de TV Aesop's Fables.[44]

O musical Aesop's Fables do dramaturgo britânico Peter Terson foi produzido pela primeira vez em 1983. [46] Em 2010, a peça foi encenada no Teatro Fugard em Cape Town, África do Sul, com Mhlekahi Mosiea como Ésopo. [94]

 

Ver também

Notas



1.        West, pp. 106 and 119.
2.        Brill's New Pauly: Encyclopaedia of the Ancient World (hereafter BNP) 1:256.
3.        Callimachus. Iambus 2 (Loeb fragment 192)
4.        Maximus of Tyre, Oration 36.1
5.        Aristotle. Rhetoric 2.20.
6.        Herodotus. Histories 2.134.
7.        Plutarch. On the Delays of Divine Vengeance; Banquet of the Seven Sages; Life of Solon.
8.        Kurke 2010, p. 135.
9.        Perry, Ben Edwin. Introduction to Babrius and Phaedrus, pp. xxxviii-xlv.
10.     BNP 1:256.
11.     Phaedrus 1.2
12.     William Hansen, review of Vita Aesopi: Ueberlieferung, Sprach und Edition einer fruehbyzantinischen Fassung des Aesopromans by Grammatiki A. Karla in Bryn Mawr Classical Review 2004.09.39.
13.     Leslie Kurke, "Aesop and the Contestation of Delphic Authority", in The Cultures Within Ancient Greek Culture: Contact, Conflict, Collaboration, ed. Carol Dougherty and Leslie Kurke, p. 77.
14.     François Lissarrague, "Aesop, Between Man and Beast: Ancient Portraits and Illustrations", in Not the Classical Ideal: Athens and the Construction of the Other in Greek Art, ed. Beth Cohen (hereafter, Lissarrague), p. 133.
15.     Lissarrague, p. 113.
16.     BNP 1:257; West, p. 121; Hägg, p. 47.
17.     Hägg, p. 47; also West, p. 122.
18.     Athenaeus 13.82.
19.     Plato, Phaedo 61b.
20.     Diogenes Laertius, Lives and Opinions of Eminent Philosophers 2.5.42: "He also composed a fable, in the style of Aesop, not very artistically, and it begins—Aesop one day did this sage counsel give / To the Corinthian magistrates: not to trust / The cause of virtue to the people's judgment."
22.     Perry, Ben E. Demetrius of Phalerum and the Aesopic Fables, Transactions and Proceedings of the American Philological Association, Vol. 93, 1962, pp.287–346
23.     Ausonius, Epistles 12.
24.     BNP 1:258–9; West; Niklas Holzberg, The Ancient Fable: An Introduction, pp. 12–13; see also Ainoi, Logoi, Mythoi: Fables in Archaic, Classical, and Hellenistic Greek by Gert-Jan van Dijk and History of the Graeco-Latin Fable by Francisco Rodríguez Adrados.
25.     The Aesop Romance, translated by Lloyd W. Daly, in Anthology of Ancient Greek Popular Literature, ed. William Hansen, p. 111.
26.     Papademetriou, pp. 14-15.
27.     Himerius, Orations 46.4, translated by Robert J. Penella in Man and the Word: The Orations of Himerius, p. 250.
28.     See Lissarrage; Papademetriou; Compton, Victim of the Muses; Lefkowitz, "Ugliness and Value in the Life of Aesop" in Kakos: Badness and Anti-value in Classical Antiquity ed. Sluiter and Rosen.
29.     "... niger, unde & nomen adeptus est (idem enim Aesopus quod Aethiops)" is one Latin translation of Planudes' Greek; see Aesopi Phrygis Fabulae, p. 9.
30.     Tho. Philipott (translating Planudes), Aesop's Fables with His Life: in English, French and Latin, pp. 1 and 7.
31.     Gert-Jan van Dijk, "Aesop" entry in The Encyclopedia of Ancient Greece, ed. Nigel Wilson, p. 18.
32.     Frank M. Snowden, Jr., Blacks in Antiquity: Ethiopians in the Greco-Roman Experience (hereafter Snowden), p. 264.
34.     Godwin then used the nom de plume of Edward Baldwin. The cover can be viewed online Archived 2012-10-14 at the Wayback Machine.
35.     Ancient Coins of Phocis web page, accessed 11-12-2010.
37.     Theodor Panofka, Antikenkranz zum fünften Berliner Winckelmannsfest: Delphi und Melaine, p. 7; an illustration of the coin in question follows p. 16.
38.     Snowden, pp. 150-51 and 307-8.
39.     Robert Temple, Introduction to Aesop: The Complete Fables, pp. xx-xxi.
40.     Driberg, 1932.
41.     Lobban, 2002.
42.     Colvin, Ian Duncan. "Aesop in politics / by Ian D. Colvin.". HathiTrust.
43.     Kurke 2010, pp. 11-12.
44.     "Aesop's Fables (TV Movie 1971)". IMDb. 31 October 1971.
45.     Available in two sections, beginning at "The Tortoise and the Hare" at YouTube
46.     "Playwrights and Their Stage Works: Peter Terson". 4-wall.com. 1932-02-24. Retrieved 2012-03-22.
48.     "welcome to the arts mag". whatsonsa.co.za.[dead link]
49.     "Doollee.com". Doollee.com. 2002-11-15. Retrieved 2012-03-22.
50.     There are short excerpts on YouTube here.
51.     Elisonas, J.S.A. "Fables and Imitations: Kirishitan literature in the forest of simple letters", Bulletin of Portuguese Japanese Studies, Lisbon, 2002, pp.13-17
52.     Marceau, Lawrence. From Aesop to Esopo to Isopo: Adapting the Fables in Late Medieval Japan, 2009. See abstract at p. 277.
53.     van Dijk, Geert. "Aesop" in Encyclopedia of Ancient Greece, New York 2006, p.18
54.     BNP 1:257.
55.     "'Imagines' 1.3". Theoi.com. Retrieved 2012-07-15.
56.     Antonio Bernat Vistarini, Tamás Sajó: Imago Veritatis. La circulación de la imagen simbólica entre fábula y emblema, Universitat de les Illes Balears, Studia Aurea 5 (2007), figures 2 and 1
57.     "British Museum site". Retrieved 2012-07-15.
59.     "Kids.britannica.com". Kids.britannica.com. Retrieved 2012-03-22.
60.     Lissarrague, p.137.
61.     Paul Zanker, The Mask of Socrates, pp. 33-34.
62.     The question is discussed by Lisa Trentin in "What's in a hump? Re-examining the hunchback in the Villa-Albani-Torlonia" in The Cambridge Classical Journal (New Series) December 2009 55 : pp 130-156; available as an academic reprint online
63.     "Digicoll.library.wisc.edu". Digicoll.library.wisc.edu. Retrieved 2012-03-22.
64.     Attribution of these lines to Aesop is conjectural; see the reference and footnote in Kurke 2010, p 356.
65.     Kurke 2010, p. 356.
66.     "Digicoll.library.wisc.edu". Digicoll.library.wisc.edu. Retrieved 2012-03-22.
67.     "Pliny 36.17". Perseus.tufts.edu. Retrieved 2012-03-22.
68.     Moralia vol. II Loeb translation
69.     Lucian, Verae Historiae (A True Story) 2.18 (Reardon translation).
70.     "Magic.lib.msu.edu". Magic.lib.msu.edu. Retrieved 2012-03-22.
71.     There is a note on another from this series on the Christies site
72.     "Lessing-photo.com". Retrieved 2012-03-22.
73.     "Fineart-china.com". Retrieved 2012-03-22.
74.     Books.google.co.uk. Books.google.co.uk. Retrieved 2012-03-22.
75.     "Old.perseus.tufts.edu". Old.perseus.tufts.edu. Retrieved 2012-03-22.
76.     "Perseus.tufts.edu". Perseus.tufts.edu. Retrieved 2012-03-22.
77.     "Archive.org". Archive.org. Retrieved 2012-03-22.
78.     Mark Loveridge, A History of Augustan Fable (hereafter Loveridge), pp. 166-68.
79.     View online; there is a copy in the Metropolitan Museum, NY
80.     The second of these is included in Selections from the Imaginary conversations of Walter Savage Landor, New York 1899, archived online, pp.1-14
81.     Fr Greg Carlson. "Creighton University". creighton.edu.
83.     "Fiction". The Spectator Archive.
84.     "The Fabulist by John Vornholt - FictionDB". fictiondb.com.
85.     Universal Horrors, McFarland, 2007, pp.531-5
86.     Aesop and Rhodope at the Internet Movie Database
87.     Figueiredo, Guilherme. "Hu li yu pu tao". youku.com. Retrieved 2012-03-22.
88.     Encyclopedia of Latin American Theater, Greenwood 2003, p.72
90.     "Hercules and the Kids" at the Internet Movie Database
91.     Hercules at the Internet Movie Database
92.     "Destination Freedom". RichardDurham.com. Retrieved 2012-03-22.
93.     "The Death of Aesop". RichardDurham.com. 1949-02-13. Retrieved 2012-03-22.
94.     "AESOP'S FABLES opens at the Fugard Theatre". portobellopictures.com


 

Referências

·          Adrado, Francisco Rodriguez, 1999-2003. History of the Graeco-Latin Fable (three volumes). Leiden/Boston: Brill Academic Publishers.
·          Anthony, Mayvis, 2006. The Legendary Life and Fables of Aesop.
·          Cancik, Hubert, et al., 2002. Brill's New Pauly: Encyclopaedia of the Ancient World. Leiden/Boston: Brill Academic Publishers.
·          Cohen, Beth (editor), 2000. Not the Classical Ideal: Athens and the Construction of the Other in Greek Art. Leiden/Boston: Brill Academic Publishers. Includes "Aesop, Between Man and Beast: Ancient Portraits and Illustrations" by François Lissarrague.
·          Dougherty, Carol and Leslie Kurke (editors), 2003. The Cultures Within Ancient Greek Culture: Contact, Conflict, Collaboration. Cambridge University Press. Includes "Aesop and the Contestation of Delphic Authority" by Leslie Kurke.
·          Driberg, J.H., 1932. "Aesop", The Spectator, vol. 148 #5425, June 18, 1932, pp. 857–8.
·          Hansen, William (editor), 1998. Anthology of Ancient Greek Popular Literature. Bloomington: Indiana University Press. Includes The Aesop Romance (The Book of Xanthus the Philosopher and Aesop His Slave or The Career of Aesop), translated by Lloyd W. Daly.
·          Hägg, Tomas, 2004. Parthenope: Selected Studies in Ancient Greek Fiction (1969-2004). Copenhagen: Museum Tusculanum Press. Includes Hägg's "A Professor and his Slave: Conventions and Values in The Life of Aesop", first published in 1997.
·          Hansen, William, 2004. Review of Vita Aesopi: Ueberlieferung, Sprach und Edition einer fruehbyzantinischen Fassung des Aesopromans by Grammatiki A. Karla. Bryn Mawr Classical Review 2004.09.39.
·          Holzberg, Niklas, 2002. The Ancient Fable: An Introduction, translated by Christine Jackson-Holzberg. Bloomington & Indianapolis: Indiana University press.
·          Keller, John E., and Keating, L. Clark, 1993. Aesop's Fables, with a Life of Aesop. Lexington: University of Kentucky Press. English translation of the first Spanish edition of Aesop from 1489, La vida del Ysopet con sus fabulas historiadas including original woodcut illustrations; the Life of Aesop is a version from Planudes.
·          Kurke, Leslie, 2010. Aesopic Conversations: Popular Tradition, Cultural Dialogue, and the Invention of Greek Prose. Princeton University Press.
·          Leake, William Martin, 1856. Numismata Hellenica: A Catalogue of Greek Coins. London: John Murray.
·          Loveridge, Mark, 1998. A History of Augustan Fable. Cambridge University Press.
·          Lobban, Richard A., Jr., 2002. "Was Aesop a Nubian Kummaji (Folkteller)?", Northeast African Studies, 9:1 (2002), pp. 11–31.
·          Lobban, Richard A., Jr., 2004. Historical Dictionary of Ancient and Medieval Nubia. Lanham, Maryland: Scarecrow Press.
·          Panofka, Theodor, 1849. Antikenkranz zum fünften Berliner Winckelmannsfest: Delphi und Melaine. Berlin: J. Guttentag.
·          Papademetriou, J. Th., 1997. Aesop as an Archetypal Hero. Studies and Research 39. Athens: Hellenic Society for Humanistic Studies.
·          Penella, Robert J., 2007. Man and the Word: The Orations of Himerius." Berkeley: University of California Press.
·          Perry, Ben Edwin (translator), 1965. Babrius and Phaedrus. Cambridge: Harvard University Press.
·          Philipott, Tho. (translator), 1687. Aesop's Fables with His Life: in English, French and Latin. London: printed for H. Hills jun. for Francis Barlow. Includes Philipott's English translation of Planudes' Life of Aesop with illustrations by Francis Barlow.
·          Reardon, B.P. (editor), 1989. Collected Ancient Greek Novels. Berkeley: University of California Press. Includes An Ethiopian Story by Heliodorus, translated by J.R. Morgan, and A True Story by Lucian, translated by B.P. Reardon.
·          Snowden, Jr., Frank M., 1970. Blacks in Antiquity: Ethiopians in the Greco-Roman Experience. Cambridge: Harvard University Press.
·          Temple, Robert and Olivia (translators), 1998. Aesop: The Complete Fables. New York: Penguin Books.
·          van Dijk, Gert-Jan, 1997. Ainoi, Logoi, Mythoi: Fables in Archaic, Classical, and Hellenistic Greek. Leiden/Boston: Brill Academic Publishers.
·          West, M.L., 1984. "The Ascription of Fables to Aesop in Archaic and Classical Greece", La Fable (Vandœuvres–Genève: Fondation Hardt, Entretiens XXX), pp. 105–36.
·          Wilson, Nigel, 2006. Encyclopedia of Ancient Greece. New York: Routledge.
·          Zanker, Paul, 1995. The Mask of Socrates: The Image of the Intellectual in Antiquity. Berkeley: University of California Press.

Litura Adicional

·          Anonymous, 1780. The History and Amours of Rhodope. London: Printed for E.M Diemer.
·          Caxton, William, 1484. The history and fables of Aesop, Westminster. Modern reprint edited by Robert T. Lenaghan (Harvard University Press: Cambridge, 1967). Includes Caxton's Epilogue to the Fables, dated March 26, 1484.
·          Compton, Todd, 1990. "The Trial of the Satirist: Poetic Vitae (Aesop, Archilochus, Homer) as Background for Plato's Apology", The American Journal of Philology, Vol. 111, No. 3 (Autumn, 1990), pp. 330–347. Baltimore: The Johns Hopkins University Press.
·          Daly, Lloyd W., 1961. Aesop without Morals: The Famous Fables, and a Life of Aesop, Newly Translated and Edited. New York and London: Thomas Yoseloff. Includes Daly's translation of The Aesop Romance.
·          Gibbs, Laura. "Life of Aesop: The Wise Fool and the Philosopher", Journey to the Sea (online journal), issue 9, March 1, 2009.
·          Sluiter, Ineke and Rosen, Ralph M. (editors), 2008. Kakos: Badness and Anti-value in Classical Antiquity. Mnemosyne: Supplements. History and Archaeology of Classical Antiquity; 307. Leiden/Boston: Brill Academic Publishers. Includes "Ugliness and Value in the Life of Aesop" by Jeremy B. Lefkowitz.

Links Externos

Nenhum comentário:

Postar um comentário