TIRTEU (680 – 620 A.C)
Poeta
lírico grego do séc.7a.C..Com seus cânticos de guerra, incentivou a coragem espartana,
levando-os à vitória por ocasião da 2.ª Guerra Messênia.
Tirteu escreveu duas espécies de poesia: cantos de guerra e elegias em dialeto
jônico.
·
2.ª Guerra Messênia (685 - 668
a.C ou depois) - guerra de
cerca de 40 anos entre Messenia e Esparta. Começou após o fim da 1.ª Guerra
Messeniana com o levante de uma rebelião de escravos. O líder da revolta,
Aristômene liderou os messênios e os espartanos foram liderados pelo poeta
ateniense Tirteu.
Citada por Díodoro Sículo, 90-30
a.C (Biblioteca Histórica).
Origem
No
primeiro ano da 2.ª Guerra Messênia, após uma
batalha em Darae na Messênia, que foi inconclusiva [1]
e após Aristômene ter provocado os lacedemônios, penetrando
Esparta à noite [Nota
1] e colocando no tempo de Athena Chalkioikos as
armas capturadas dos espartanos com a inscrição Oferta de Aristômene à
Deusa, tomadas dos espartanos,[2]
os espartanos receberam do Oráculo de Delfos que eles deviam arrumar um
ateniense como conselheiro.[3]
·
Aristômene - Membro da casa real de Messênia,
tornou-se lider da revolta contra o domínio espartano.
que levou à 2.ª Guerra Messênia. Foi
bem sucedido na luta, mas devido à traição de seus aliados árcades,
acabou sendo derrotado, tendo seus seguidores sobreviventes fugido para a Sicília,
onde viriam a fundar Messana (Messina).
Os
espartanos enviaram mensageiros a Atenas, e comunicaram o oráculo, pedindo um
homem para os aconselhar.[3]
Os atenienses não queriam ajudar Esparta a conquistar boa parte do Peloponeso
sem grandes perigos, mas também não queriam desobedecer o deus, então
escolheram entre eles Tirteu, um professor de
letras, que era considerado intelectualmente fraco e era coxo, e o enviaram a
Esparta.[3]
Tirteu,
ao chegar, recitou para os nobres e para todos que ele pudesse escolher os
poemas em elegias
e anapestos.[3]
·
Anapesto -
unidade rítmica do poema, formado por 2 sílabas átonas (ou breves) e uma
sílaba tônica (ou longa), em ritmo ascendente. (bbl)
Participação na 2.ª Guerra Messênia
Tirteu
esteve com os espartanos na batalha que ocorreu um ano depois de Darae;
ele não participou da luta, mas incentivou os espartanos.[4]
A batalha foi uma derrota para os lacedemônios, que quiseram terminar a guerra,
mas Tirteu, recitando seus poemas, conseguiu dissuadí-los.[5]
Mais
tarde, quando Aristômene pilhou a Lacônia e a Messênia (ocupada),[6]
provocando escassez em Esparta e quase uma revolução, foi Tirteu que fez os
espartanos acertarem suas diferenças.[7]
Aristóteles
menciona o poema A Boa Ordem de Tirteu, composto quando alguns cidadãos
lacedemônios foram arruinados pela guerra messênia e queriam a redistribuição
da terra.[8]
Obras relacionadas
Fragmentos
de Tirteu foram traduzidos do grego para o português por Rafael Brunhara,
Vittorio de Falco e Aluizio Coimbra, Daisi Malhadas e Maria Helena de Moura
Neves.
- BRUNHARA, R. As Elegias de Tirteu. São Paulo: Editora Humanitas, 2014
- FALCO, Vittorio de; COIMBRA, Aluizio F. Os elegíacos gregos de Calino a Crates. São Paulo, 1941
- MALHADAS, Daisi; MOURA NEVES, Maria H. De. Antologia de poetas gregos de Homero a Píndaro. Araraquara: FFCLAr-UNESP, 1976
Ligação externa
Notas
- Esparta não tinha muralhas, confiando na força dos seus soldados.
Referências
1. Pausânias
(geógrafo), Descrição
da Grécia, 4.15.4
2. Pausânias
(geógrafo), Descrição
da Grécia, 4.15.5
4. Pausânias
(geógrafo), Descrição
da Grécia, 4.16.2
5. Pausânias
(geógrafo), Descrição
da Grécia, 4.16.6
6. Pausânias
(geógrafo), Descrição
da Grécia, 4.18.1
7. Pausânias
(geógrafo), Descrição
da Grécia, 4.18.3
8. Aristóteles, Política, Livro V, VII
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