terça-feira, 4 de dezembro de 2018

TIRTEU (680 – 620 A.C)






TIRTEU (680 – 620 A.C)

Poeta lírico grego do séc.7a.C..Com seus cânticos de guerra, incentivou a coragem espartana, levando-os à vitória por ocasião da 2.ª Guerra Messênia. Tirteu escreveu duas espécies de poesia: cantos de guerra e elegias em dialeto jônico.

·          2.ª Guerra Messênia (685 - 668 a.C ou depois) - guerra de cerca de 40 anos entre Messenia e Esparta. Começou após o fim da 1.ª Guerra Messeniana com o levante de uma rebelião de escravos. O líder da revolta, Aristômene liderou os messênios e os espartanos foram liderados pelo poeta ateniense Tirteu. Citada por Díodoro Sículo, 90-30 a.C (Biblioteca Histórica).

 

Origem


No primeiro ano da 2.ª Guerra Messênia, após uma batalha em Darae na Messênia, que foi inconclusiva [1] e após Aristômene ter provocado os lacedemônios, penetrando Esparta à noite [Nota 1] e colocando no tempo de Athena Chalkioikos as armas capturadas dos espartanos com a inscrição Oferta de Aristômene à Deusa, tomadas dos espartanos,[2] os espartanos receberam do Oráculo de Delfos que eles deviam arrumar um ateniense como conselheiro.[3]

·          Aristômene - Membro da casa real de Messênia, tornou-se lider da revolta contra o domínio espartano. que levou à 2.ª Guerra Messênia. Foi bem sucedido na luta, mas devido à traição de seus aliados árcades, acabou sendo derrotado, tendo seus seguidores sobreviventes fugido para a Sicília, onde viriam a fundar Messana (Messina).

Os espartanos enviaram mensageiros a Atenas, e comunicaram o oráculo, pedindo um homem para os aconselhar.[3] Os atenienses não queriam ajudar Esparta a conquistar boa parte do Peloponeso sem grandes perigos, mas também não queriam desobedecer o deus, então escolheram entre eles Tirteu, um professor de letras, que era considerado intelectualmente fraco e era coxo, e o enviaram a Esparta.[3]

Tirteu, ao chegar, recitou para os nobres e para todos que ele pudesse escolher os poemas em elegias e anapestos.[3]

·          Anapesto -  unidade rítmica do poema, formado por 2 sílabas átonas (ou breves) e uma sílaba tônica (ou longa), em ritmo ascendente. (bbl)

Participação na 2.ª Guerra Messênia


Tirteu esteve com os espartanos na batalha que ocorreu um ano depois de Darae; ele não participou da luta, mas incentivou os espartanos.[4] A batalha foi uma derrota para os lacedemônios, que quiseram terminar a guerra, mas Tirteu, recitando seus poemas, conseguiu dissuadí-los.[5]

Mais tarde, quando Aristômene pilhou a Lacônia e a Messênia (ocupada),[6] provocando escassez em Esparta e quase uma revolução, foi Tirteu que fez os espartanos acertarem suas diferenças.[7]

Aristóteles menciona o poema A Boa Ordem de Tirteu, composto quando alguns cidadãos lacedemônios foram arruinados pela guerra messênia e queriam a redistribuição da terra.[8]

 

Obras relacionadas


Fragmentos de Tirteu foram traduzidos do grego para o português por Rafael Brunhara, Vittorio de Falco e Aluizio Coimbra, Daisi Malhadas e Maria Helena de Moura Neves.

  • BRUNHARA, R. As Elegias de Tirteu. São Paulo: Editora Humanitas, 2014
  • FALCO, Vittorio de; COIMBRA, Aluizio F. Os elegíacos gregos de Calino a Crates. São Paulo, 1941
  • MALHADAS, Daisi; MOURA NEVES, Maria H. De. Antologia de poetas gregos de Homero a Píndaro. Araraquara: FFCLAr-UNESP, 1976

 

Ligação externa


 

Notas


  1. Esparta não tinha muralhas, confiando na força dos seus soldados.

 

Referências


3.       a,b,c,d Pausânias (geógrafo), Descrição da Grécia, 4.15.6
8.       Aristóteles, Política, Livro V, VII

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